quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

MELHORES 2020 (teve até tricampeonato!)

 


Sim, o ano foi (ainda está sendo)  uma porcaria, mas a gente tem que tirar leite pedra, né? Passamos de 15 de dezembro e já dá para contar as melhores coisas, porque não é porque foi tudo mais para o ruim que não vivemos umas coisas melhores do que outras, então lá vai  a listinha tradicional  de 10 quesitos, às vezes adaptada, mas  só para não deixar a tradição morrer e teve até  tricampeonato!

1 – ROLÊ : PRÉ CARNAVAL BLOCO LUA VAI NAS CALDEIRAS É TRICAMPEÃO

Melhor rolê do ano

A concorrência foi pouca porque os rolês foram só até março, fui nas festas nas Caldeiras em janeiro (com banho de espuma e tudo) e no samba no Maria Zélia em 01 de março e no Samba do Sol dia da mulher no Mural da Casa de Cultura (meu último rolê) ; em fevereiro  e teve o carnaval , pré e pós, que não conta como rolê, esse rolê ainda era uma festinha de aquecimento e que aquecimento:  pelo terceiro ano seguido a melhor festa do ano  foi o baile pré carnaval na Casa das Caldeiras com o Bloco Lua Vai. Pagode 90 é vida e esse  é sempre melhor rolê, valeu por um ano inteiro sem festas! (queria por vídeos, mas os sons ficaram ruins)
















2- MÚSICA: SE A FILA ANDAR

Podia dar para “Amor de Quenga”, que é o hino do ano, mas para ser mais honesta, com a proposta do quesito, leva esse prêmio a música que eu mais ouvi o ano todo e com isso não posso deixar de dar o prêmio para “Se a fila andar”, que é uma música digna, tipo "não seja FDP e respeita nossa história" e que eu ouço nas caminhadas na rua sempre  e em casa, até o Youtube sabia que eu gosto e todo dia rodava sozinho uma playlist com todas as versões possíveis, eu AMO! Minha favorita é a versão do Panela Preta

3- LIVRO : A Noite da Espera de Milton Hatoum e "Torto Arado" de Itamar Vieira Junior

Livro mais significativo do ano
Ano passado até escolhi “Dois irmãos”,mas queria ter dado o prêmio pro Milton Hatoum como autor do ano, em 2020 eu  li menos do que gostaria, ele continuou presente,  comecei lendo “A noite da espera” e “Pontos de fuga”,  os dois primeiros volumes da trilogia “O Lugar mais sombrio”, com os quais briguei muito o ano todo, pois o tema me desagrada (geração bicho grilo), as circunstâncias da leitura (plena pandemia), mas no final do “Pontos”, enfim, criei  empatia pelo protagonista  Martim, me emocionei demais, fui até às lágrimas ouvindo a canção “Mãe” ,do Zeca Veloso. Quando começou a quarentena comecei lendo filosofia, o livro “10 liçoes sobre Sloterdijk”, do professor Paulo Ghiraldelli, que achei sensacional para pensar esta pandemia num contexto mesmo da História Natural, como  vínhamos nos comportando para que chegássemos ao extremo de precisar viver isolados uns dos outros por causa do Corona Vírus? De literatura, peguei um livro que eu tinha abandonado há anos  e terminei de ler “Jorge Amado Dona  Flor e seus dois maridos”, de Jorge Amado, foi muito divertido. Fora isso eu li mais Hatoum, os contos de “A cidade ilhada” agora no fim do ano, que como sempre me agradou e desagradou na mesma proporção,  mas ainda espero pelos romances e por ouvir Hatoum falar na intenet, que é uma delicia. Fora isso, li muita coisa pra trabalho: Livros de ou sobre Janusz Korczak como "O direito da criança ao respeito", "A República de crianças" e "Coletânea de pensamentos"; livros para montar as aulas do minicurso sobre Guimarães Rosa como "Noites circenses - Espetáculos de Circo e teatro em MG do Século XIX", da Regina Horta Duarte  e "Metamorfoses" de Ovídio; livros para ajudar nos artigos que ainda pretendo escrever na quarentena como
"O  Planeta Cultural" de Gilbrto Mazzoleni "Manifestos", de Oswald de Andrade. Essa semana mesmo  Hatoum disse em uma live que participou no Instagram, que melhor prêmio é mesmo o leitor, e esse eu já  dei a ele faz tempo. Só que como tenho que escolher um livro que marcou meu ano, escolho “A noite da Espera”, não porque eu tenha sido o que mais gostei (longe disso), mas o ano também não foi bom, e esse livro ainda teve uma coisa de Minas Gerais, das relações entre
Foto do prêmio Jabuti  de melhor romance 

Literatura e História e como Hatoum escreve muito bem, foi o que mais recomendei, o que mais me acompanhou nos lugares, livro companheirinho, foi um livro importante e a capa é LINDA. 
Eu já tinha publicado essa lista quando terminei de ler o "Torto Arado" de Itamar Vieira Junior,que foi efetivamente o melhor livro do ano. Que tiro foi esse?
Ainda não tive tempo de escrever sobre ele, mas que eu gostei mais do que tudo! Salvou meu morno ano literário em 2020.

4- FILME : "A vida invisível", de Karim Aïnouz e"Mostra de Cinemas Africanos 2020" 

Único filme em cinema de 2020

Nesse ano nunca tive uma relação tão estreita com os filmes como em 2020, muito  por causa da Mostra de Cinemas Africanos 2020,em suas duas temporadas online, a melhor coisa para a quarentena. Não tenho condições de escolher um filme da mostra,  nem acho justo colocar aqueles no mesmo saco dos cinemas ocidentais porque gostei de todos, todos em conjunto, acabei até fazendo uma apresentação sobre eles ele dezembro.

Melhores cinemas do ano

 O prêmio deveria ser para os Cinemas Africanos, tão importantes para mim, mas se tiver que escolher um filme só agora, escolho o único que eu vi no cinema em janeiro esse ano e me emocionou muito, que foi “A Vida invisível” de Karim Aïnouz, sobre o qual escrevi essas palavras emocionadas.  

5 – FOTO: No Jornal Nacional

Virei Global

2020 não foi um ano de fotos, mas se tiver que escolher uma escolho a do carnaval  que eu e a Patricia aparecemos vários minutos no Jornal Nacional, porque não é todo dia que a gente vira global! Detalhe: Novamente algo envolvendo o Bloco Lua Vai, eu nem curto pagode 90!

6- Bebidas/comidas: Pipocas



Em casa, na quarentena com a pipoqueira, adquiri o hábito de comer pipocas todos os dias.
Amo!

7- Show / Lives: Caetano Veloso 78 anos

Primeira Live do Cae


Não vou contar os shows do carnaval, então show não teve esse ano de quarentena. Mas tivemos Lives e eu confesso que me diverti muito. Amei todas que vi e vou tentar lembrar todas. Desde as mais calminhas “Renato Teixeira” (lembrei do meu pai) , do “João Bosco”, as que assisti com minha mãe “Roberto Carlos” e “Fabio Junior”, nas duas nós cantamos muito junto com eles, foram grande momentos da quarentena! As agitadas  do “Samba do Sol”, do “Quintal dos Prettos”, passando pelas duas do "Zeca Pagodinho" (melhores cenários e banda) , do "Dudu Nobre" (enorme, o cara tem fôlego),  dancei e cantei muito junto com a do “Raça Negra”, as lives maravilhosas da diva “Alcione”, as do "Péricles", na falta do "Art Popular" (que foi cancelada) a do "Márcio Art", as do “Molejão” (a gente morre de rir ), sambar mesmo sambei e até gravei o samba na live do "Bloco Lua Vai", mas essa não conta porque já ganharam melhor rolê. Teve a live da Virada Cultural “Elza Soares e Flávio Renegado no Teatro Municipal”, muita coisa boa, mas a melhor live do ano foi a dos 78 anos do Caetano Veloso em 7 de agosto, a primeira live dele, com os filhos, no pior momento da pandemia, parecia que era uma questão de tempo e todo mundo ia acabar morrendo, mas deu para reunir tanta gente online, para cantar a trilha sonora das nossas vidas, chorei muito! Obrigada painho.

8 – Roupas e acessórios: Máscaras

Algumas máscaras


Não tinha como escolher outra coisa: Máscaras, né gente? Foi a roupa/acessório do ano!

9- Conquistas do ano : Sobreviver e produzir












A maior conquista nesse ano de pandemia é que eu e minha mãe sobrevivemos com saúde, juntinhas aqui em casa. No meu caso, conseguindo produzir mais, participei uma Live com Fernando Costa no Instagram e no dia da Consciência Negra de outra publiquei um capítulo de livro no meio do ano, organizei o "Dossiê História Cultural do Humor" na Revista Faces da História com o João Paulo Capelotti, ministrei o minicurso online sobre Guimarães Rosa "A Estória contra a História" na "Semana de História da Unesp Assis", assisti um curso online sobre Cinemas Africanos na plataforma SESC e fiz até uma apresentação online sobre cinemas africanos para o "Canal da Revista Círculo de Giz". Deu para viver bem, mesmo em quarentena.

 10- Preto do ano: Akin Omotoso



Em 2019 ninguém levou esse prêmio, pura revolta minha, mal sabia eu como ia piorar tudo. Nesse, o preto do ano mesmo, de verdade, não posso falar quem foi (sim, foi aquele melhor momento que não posso revelar onde, nem quando nem com quem, só saudade), mas para não ficar vazio esse pódio, o prêmio vai para o diretor de cinema nigeriano  Akin Omotoso.  Que preto é esse?

Acho que foi isso,se tiver atualizações volto aqui para inserir e que venha 2021!