Sim, o ano foi (ainda está sendo) uma porcaria, mas a gente tem que tirar leite pedra, né? Passamos de 15 de dezembro e já dá para contar as melhores coisas, porque não é porque foi tudo mais para o ruim que não vivemos umas coisas melhores do que outras, então lá vai a listinha tradicional de 10 quesitos, às vezes adaptada, mas só para não deixar a tradição morrer e teve até tricampeonato!
1 – ROLÊ : PRÉ CARNAVAL BLOCO LUA VAI NAS CALDEIRAS É TRICAMPEÃO
Melhor rolê do ano |
A concorrência foi pouca porque os rolês foram só até março, fui nas festas nas Caldeiras em janeiro (com banho de espuma e tudo) e no samba no Maria Zélia em 01 de março e no Samba do Sol dia da mulher no Mural da Casa de Cultura (meu último rolê) ; em fevereiro e teve o carnaval , pré e pós, que não conta como rolê, esse rolê ainda era uma festinha de aquecimento e que aquecimento: pelo terceiro ano seguido a melhor festa do ano foi o baile pré carnaval na Casa das Caldeiras com o Bloco Lua Vai. Pagode 90 é vida e esse é sempre melhor rolê, valeu por um ano inteiro sem festas! (queria por vídeos, mas os sons ficaram ruins)
2- MÚSICA: SE A FILA ANDAR
Podia dar para “Amor de Quenga”, que é o hino do ano, mas para ser mais honesta, com a proposta do quesito, leva esse prêmio a música que eu mais ouvi o ano todo e com isso não posso deixar de dar o prêmio para “Se a fila andar”, que é uma música digna, tipo "não seja FDP e respeita nossa história" e que eu ouço nas caminhadas na rua sempre e em casa, até o Youtube sabia que eu gosto e todo dia rodava sozinho uma playlist com todas as versões possíveis, eu AMO! Minha favorita é a versão do Panela Preta
3- LIVRO : A Noite da Espera de Milton Hatoum e "Torto Arado" de Itamar Vieira Junior
Livro mais significativo do ano |
"O Planeta Cultural" de Gilbrto Mazzoleni "Manifestos", de Oswald de Andrade. Essa semana mesmo Hatoum disse em uma live que participou no Instagram, que melhor prêmio é mesmo o leitor, e esse eu já dei a ele faz tempo. Só que como tenho que escolher um livro que marcou meu ano, escolho “A noite da Espera”, não porque eu tenha sido o que mais gostei (longe disso), mas o ano também não foi bom, e esse livro ainda teve uma coisa de Minas Gerais, das relações entre
Foto do prêmio Jabuti de melhor romance |
Literatura e História e como Hatoum escreve muito bem, foi o que mais recomendei, o que mais me acompanhou nos lugares, livro companheirinho, foi um livro importante e a capa é LINDA.
Ainda não tive tempo de escrever sobre ele, mas que eu gostei mais do que tudo! Salvou meu morno ano literário em 2020.
4- FILME : "A vida invisível", de Karim Aïnouz e"Mostra de Cinemas Africanos 2020"
Único filme em cinema de 2020 |
Nesse ano nunca tive uma relação tão estreita com os filmes como em 2020, muito por causa da Mostra de Cinemas Africanos 2020,em suas duas temporadas online, a melhor coisa para a quarentena. Não tenho condições de escolher um filme da mostra, nem acho justo colocar aqueles no mesmo saco dos cinemas ocidentais porque gostei de todos, todos em conjunto, acabei até fazendo uma apresentação sobre eles ele dezembro.
Melhores cinemas do ano |
O prêmio deveria ser para os Cinemas Africanos, tão importantes para mim, mas se tiver que escolher um filme só agora, escolho o único que eu vi no cinema em janeiro esse ano e me emocionou muito, que foi “A Vida invisível” de Karim Aïnouz, sobre o qual escrevi essas palavras emocionadas.
5 – FOTO: No Jornal Nacional
Virei Global |
2020 não foi um ano de fotos, mas se tiver que escolher uma escolho a do carnaval que eu e a Patricia aparecemos vários minutos no Jornal Nacional, porque não é todo dia que a gente vira global! Detalhe: Novamente algo envolvendo o Bloco Lua Vai, eu nem curto pagode 90!
6- Bebidas/comidas: Pipocas
Em casa, na quarentena com a pipoqueira, adquiri o hábito de comer pipocas todos os dias.
Amo!
7- Show /
Lives: Caetano Veloso 78 anos
Primeira Live do Cae |
Não vou contar os shows do carnaval, então show não teve
esse ano de quarentena. Mas tivemos Lives e eu confesso que me diverti muito.
Amei todas que vi e vou tentar lembrar todas. Desde as mais calminhas “Renato
Teixeira” (lembrei do meu pai) , do “João Bosco”, as que assisti com minha mãe “Roberto Carlos” e
“Fabio Junior”, nas duas nós cantamos muito junto com eles, foram grande
momentos da quarentena! As agitadas do
“Samba do Sol”, do “Quintal dos Prettos”, passando pelas duas do "Zeca Pagodinho" (melhores cenários e banda) , do "Dudu Nobre" (enorme, o cara tem fôlego), dancei e cantei muito junto com a do “Raça
Negra”, as lives maravilhosas da diva “Alcione”, as do "Péricles", na falta do "Art Popular" (que foi cancelada) a do "Márcio Art", as do
“Molejão” (a gente morre de rir ), sambar mesmo sambei e até gravei o samba na
live do "Bloco Lua Vai", mas essa não conta porque já ganharam melhor rolê. Teve
a live da Virada Cultural “Elza Soares e Flávio Renegado no Teatro Municipal”,
muita coisa boa, mas a melhor live do ano foi a dos 78 anos do Caetano Veloso em 7 de agosto, a primeira live dele, com os filhos, no pior momento da pandemia, parecia que era uma questão de tempo e todo mundo
ia acabar morrendo, mas deu para reunir tanta gente online, para cantar a
trilha sonora das nossas vidas, chorei muito! Obrigada painho.
8 – Roupas e acessórios: Máscaras
Algumas máscaras |
Não tinha como escolher outra coisa: Máscaras, né gente? Foi a roupa/acessório do ano!
9- Conquistas do ano : Sobreviver e produzir
A maior conquista nesse ano de pandemia é que eu e minha mãe sobrevivemos com saúde, juntinhas aqui em casa. No meu caso, conseguindo produzir mais, participei uma Live com Fernando Costa no Instagram e no dia da Consciência Negra de outra publiquei um capítulo de livro no meio do ano, organizei o "Dossiê História Cultural do Humor" na Revista Faces da História com o João Paulo Capelotti, ministrei o minicurso online sobre Guimarães Rosa "A Estória contra a História" na "Semana de História da Unesp Assis", assisti um curso online sobre Cinemas Africanos na plataforma SESC e fiz até uma apresentação online sobre cinemas africanos para o "Canal da Revista Círculo de Giz". Deu para viver bem, mesmo em quarentena.