quarta-feira, 24 de abril de 2013

As crianças e os Sapos



Alguém sabia que dizer Sapo cururu é pleonasmo?
É que em tupi Kuru-ru significa sapo, conforme eu li na tese da Silvia A.P. Machado sobre cantigas de ninar brasileiras... ela diz que este anfíbio está presente em muitos acalantos porque este é um animal crepuscular e que coacha principalmente a noite , como se fosse um acalanto.  Olha que interessante essa observação feita pela da psicóloga com experiência em atendimento pós natal Silvia Machado :

"Acrescento uma observação advinda da prática com gestantes e famílias de recém-nascidos : é comum pais, mães e irmãos pequenos, diante de imagens ultrassonográficas do útero em gestação, referirem-se ao embreão, ou posteriormente ao feto, como 'sapinho' ou com a expressão 'parece um sapo'. Ouvimos esta expressão também dirigida para o próprio recém nascido, especialmente quando nu, ou quando acomodado de bruços, com as perninhas dobradas, sob o tórax de algum adulto. Além de asemelhanças pelas aparências, o fato de o desenvolvimento deste anfíbio iniciar-se em meio aquático e evoluir para o terrestre, produz, talvez, essas associações com o desenvolvimento inicial do humano. (Associa-se frequentemente, também, a forma do espermatozóide à do girino)."
                              MACHADO, Silvia Ambrosos Pinheiro. A canção de ninar brasileira, p. 237. "O, Silvia . A canção de nivar brasileira, p. 237.

Eu lembrei também que que ele sempre aparece nos Contos de Fadas, mas sobre isso  é o Camara Cascudo quem comentou que
"O sapo é um personagem vivo em todas as literaturas orais do mundo e em todos os estados de civilização. Desde as fábulas de Esopo aos contos populares africanos, oceânicos, chineses ou hindus, europeus ou australianos, o sapo é um elemento de representação cômica, e, às vezes de astúcia solerte e vitoriosa. Os dois exemplos opostos ao sapo são o sapo que viaja para a festa no céu, dentro da viola do urubu, e a sua aposta de corrida com o veado. "
 
CASCUDO, Luís da Camara. Dicionário do folclore brasileiro,  p. 696.
 
Eu adorei, e vocês?