quarta-feira, 29 de março de 2017

Convite : falem para mim sobre essa capa


Lembram do famigerado artigo sobre o Disco Minas que eu comecei a escrever faz mais de um ano? O problema é que eu fico muito sensibilizada ouvindo e não consigo escrever sobre,  mas  a ideia ainda  é terminá-lo, agora quero pedia ajuda .. 

Essa é a capa do álbum, uma foto de Cafi retratando Milton Nascimento (1975). Tenho que descrevê-la e falar algo sobre ela, mas acho que ela é tão definitiva que mal posso comentar. 
Gostaria de ouvir outras pessoas comentando sobre ela antes de concluir minha definição. Alguém pode ajudar?

sábado, 25 de março de 2017

Futebol na cidade de São Paulo


Comecei a ler hoje este livro e, pelo que entendi nele, se jogava futebol no final do século XIX, na Vázea do Carmo e em algumas chácaras do Bom Retiro, regiões que estavam "fora do perímetro urbano da cidade". Depois foram surgindo espaços para a prática do futebol na cidade, até a construção do ."monumental" Estádio Municipal do Pacaembu no fim da década de 1930, que representou um interesse do poder público em controlar esta prática esportiva. Mas antes disso, o primeiro dos 3 times que serão abordados no livro a aparecer na História foi o Palmeiras e sua "praça de esporte", como lemos nesse interessante trecho:
"... a sociedade Esportiva Palestra Itália realizou melhorias para transformar a tradicional praça de esportes em estádio. O primeiro projeto de estádio foi apresentado em setembro de 1920. Mas por toda a década seguinte, o Parque Antártica continuou funcionando como um campo de futebol no qual as arquibancadas eram improvisadas nos barrancos existentes nas laterais do campo, com os torcedores se mesclando às arvores. Em março de 1929, o clube apresentou um projeto de remodelação do Parque Antárctica que incluía uma sede social nova, a construção de um estádio com iluminação noturna, piscina, quadras de tênis e seção hípica."
Achei muito interessante essa descrição, especialmente porque eu morei a vida toda ao lado do que eu ainda chamo "Palestra Itália", mesmo já tendo visitado a bela grandiosidade do Allianz Parque agora, ver como tudo começou é demais! Eu amo História !

Neymar Dias e Igor Pimenta no "Come together projet"


Ontem no show o Neymar Dias e o Igor Pimenta tocaram uma canção do disco "Come together project"

Álbum  composto por músicas dos Beatles em arranjos para viola e baixo acústico (que ontem não tínhamos no palco, mas improvisou-se) e tocaram essa aqui com uma pitadinha de Bach no final, não tinha como não me emocionar. O disco todo ficou muito lindo ... e na dedicatória Neymar ME AGRADECE, mas eu que tenho o que agradecer, né?



sexta-feira, 24 de março de 2017

Show do violeiro Neymar Dias



Acabo de vir do show do Neymar Dias no aconchegante Espaço 91 e foi sensacional, como ele também é. O cara tem um talento excepcional, toca de tudo na viola, modas, rock, Bach... Chorei demais, lembrei do meu pai, lembrei de tudo... que emoção. Ao final fui falar com ele, e ele que já tinha se comunicado comigo essa semana, falou "que bom que você veio, Camila", suspirei e olhei muito fundo nos seus olhos, agradeci, dei abraços , beijos (ele lembra muito meu pai, é um caipira, super carinhoso, deixa a gente ser também) e trouxe 3 CDS com autógrafos e ele disse : não deixe de ouvir para saber se gosta... eu respondi: com certeza ouvirei sem parar e já gostei. Mas gente: que violas lindas ele toca!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Foi um presente que a vida me deu, quero mais, e mais 

Sou filha de Oxum :Ora ei ei ô


Agora a pouco na Academia eu perguntei a um amigo de longa data:
"Carlos, por que você sempre me chama de "Camilinha bonitinha? Tá dizendo que eu sou uma feia arrumadinha?"
Ele respondeu:
"Não, é que você é sempre toda meiga, delicada,até seu jeito de falar é cheio de dengo, você mesmo a Camilinha bonitinha"}
Então tá, né? Acho que só agora  ele descobriu que sou de Oxum, cheia de fé fé xorodô" :
"Nhem-nhem-nhem
Nhem-nhem-nhem-xorodô
Nhem-nhem-nhem-xorodô
É o mar, é o mar
Fé-fé xorodô..."

I Congresso de Estudos da Infância - Diálogos Contemporâneos 2017 na UERJ


No ano passado eu descobri a existência deste grupo de Estudos sobre a criança contemporânea na UERJ, suas produções sempre me encantaram demais, e agora consegui contato com eles e até já vou participar do primeiro Congresso deles falando da minha pesquisa sobre as anedotas de Pedro Bloch na mesa "Infância, literatura e memória: o que dizem as crianças? O que os adultos escutam?", na UERJ, Campus Maracanã em 10/08/17 das 14h às 16h. <3 span="">

quarta-feira, 22 de março de 2017

Não dá para fugir de "Your Song"




Ai você estava suportando um dia especialmente difícil, parece que a "ficha" está caindo e dói,  então o  Youtube manda um e-mail para você conferir algumas "inscrições" novas e a primeira aparece é essa aqui de um dos shows do Instrumental Sesc Brasil, em  30 /01, uma noite quente, mas cheia de arrepios sobre a qual eu falei um pouco aqui. Eu que nem Clube da Esquina estou ouvindo mais, mas sou forte e tô aguentando isso também.

Como tenho dito sempre: Ai de mim que sou romântica!

segunda-feira, 20 de março de 2017

De volta ao relatório final do pós doc

3 violões no show Circuladô, de Caetano Veloso

Há alguns dias convidei aqui para ouvirmos o instrumental da canção "Debaixo dos Caracóis dos seus cabelos", no disco Circuladô vivo, pois a ficha técnica do CD indicava apenas três violões, porém o som é tão robusto que jurava terem mais intrumentos ali.  Mas um amigo caetanete achou um vídeo do show e concluiu: "Camila, é impressionante, mas acho que são 3 violões mesmo"



Isso que são violões muito bem tocados!

sexta-feira, 17 de março de 2017

Hamilton de Holanda solando no bandolim




Tentei reduzir o tamanho do último vídeo que eu tenho do Baile do Almeidinha para postar aqui. Reduziu bem e não apenas o tamanho do arquivo, o original é bem maior, mas tá valendo.

Nele Hamilton estava solando no bandolim e eu babando e gravando :)

Sobre literatura infantil sec XIX e XX

Ao final da reportagem o trabalho de pós doc da minha grande amiga Patricia Raffaini é citado, muito sucesso! <3 span="">

Os precursores de Lobato
Livros para crianças escritos por autores nacionais já circulavam no final do século XIX
CARLOS FIORAVANTI | ED. 253 | MARÇO 2017
Capa de Versos para os pequeninos
No final de fevereiro, os Versos para os pequeninos foram finalmente publicados, depois de permanecerem inéditos por pelo menos 120 anos. Com 24 poemas infantis escritos entre 1886 e 1897 pelo bacharel em direito e educador fluminense João Köpke (1852-1926) e resgatados por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), os Versos somam-se a descobertas de especialistas de outras universidades do país que revelam os autores nacionais e os mecanismos de funcionamento do mercado editorial de livros para crianças no final do século XIX e início do XX. A articulação entre editores, escritores, divulgadores e leitores começou a se formar décadas antes da publicação, em 1920, de A menina do narizinho arrebitado, o primeiro livro do escritor paulista José Bento Renato Monteiro Lobato (1882-1948), autor de uma obra ampla e reconhecida (ver Pesquisa FAPESP no 157 e Especial 50 Anos). Estudos recentes reiteram a conclusão de que Lobato modernizou a literatura infantil brasileira, mas não a criou, diferentemente do que diziam pesquisadores e escritores do passado. Um de seus primeiros biógrafos, o escritor paulista Edgard Cavalheiro (1911-1958), em um comentário bastante citado em estudos nessa área, afastou os precursores ao afirmar que antes de Lobato “a literatura infantil praticamente não existia entre nós” e “havia tão somente o conto com fundo folclórico”.
“Em carta de 1919 para um amigo, Lobato comentou que não havia nada para ler para os filhos dele a não ser o livro de fábulas de João Köpke. Ele se referia à qualidade das obras disponíveis, adaptações de obras europeias e mesmo livros de autores nacionais, mas não é a verdade absoluta”, diz Marisa Lajolo, professora da Unicamp e da Universidade Mackenzie, que retoma esse assunto no livro Literatura infantil brasileira: Uma nova/outra nova história (FTD-PUC Press, 2017), a ser lançado em abril, em coautoria com Regina Zimmermann. “Em 1920, Lobato recebe da gráfica que estava imprimindo a primeira edição de Narizinho arrebitado a informação de que o Primeiro livro de leitura, de Köpke, serviria de modelo para a impressão da história do sítio.” Segundo ela, Lobato fez mudanças radicais na literatura infantil, “como os modernistas de 1922 fizeram na literatura adulta”, e a partir da década de 1930 teve muito mais visibilidade que qualquer outro autor antes dele.O filho mais velho de Köpke, Winckelmann Köpke (1886-1951), foi quem inicialmente guardou o original de 54 páginas de Versos para os pequeninos, já com os poemas manuscritos organizados em sequência e as respectivas ilustrações de página inteira, recortadas de outros livros, para servir como referência a quem as refizesse. Provavelmente Winckelmann o entregou a seu filho José, que o deixou com sua filha mais velha, Maria Izabel Köpke Ramos, bisneta de João Köpke. Uma das irmãs de Maria Izabel, Maria Lygia Köpke Santos, mencionou o livro em sua tese de doutorado, apresentada em 2013 na Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (FE-Unicamp). Depois ela entregou os originais a sua orientadora, Norma Ferreira, professora da FE-Unicamp. Norma analisou os Versos em sua tese de livre-docência, apresentada em 2014 e agora publicada na forma de livro, com os poemas.
Depois de construir uma carreira respeitada de educador em escolas das cidades de São Paulo e Campinas, Köpke se mudou em 1886 para o Rio de Janeiro e criou o Instituto Henrique Köpke, assim chamado em homenagem a seu pai. O instituto era uma escola particular, que funcionou até 1897 e servia para ele lançar seus próprios livros de alfabetização e de leituras para crianças. Foi como diretor do instituto que Köpke se apresentou na abertura dos Versos, em grandes letras manuscritas. De acordo com Norma, seu propósito com o livro era oferecer uma leitura agradável para as crianças e aplicar o método analítico de alfabetização, que ele tinha desenvolvido em outros livros, o primeiro deles publicado em 1884 pela Francisco Alves.
Leia mais:
Os poemas consistem em histórias alegres e rimas simples, tratando da Lua, de avós, brincadeiras, brinquedos, animais e canções das crianças (leia trechos do poema O balanço). “Versos para os pequeninos, de forma mais contundente do que em suas obras editadas, oferecem outra faceta de João Köpke: a de um escritor que quer conquistar a criança-leitora com uma representação do universo infantil que questiona o conhecimento, a verdade e a realidade”, escreveu Norma em sua tese de livre-docência.
A seu ver, a liberdade e a informalidade dos poemas não se encaixavam nas propostas pedagógicas predominantes no início do século XX, que valorizavam poemas edificantes e crianças bem-comportadas, como as do Livros das crianças, da educadora paulista Zalina Rolim (1867-1961), de 1897. “Köpke era bastante crítico das propostas educacionais daquele período, como o plano pedagógico, adotado para a criação do Jardim da Infância, que, segundo ele, apresentava salas superlotadas e fechadas, intervalos curtos entre as aulas e professores inexperientes”, diz Norma. “A irreverência nos poemas se tornou uma marca do estilo de Lobato, décadas depois.”
© REPRODUÇÕES EDUARDO CESAR
João Felpudo na capa da revista O Tico-Tico de 1925
João Felpudo no BrasilPor sua vez, já no final de sua pesquisa de pós-doutorado na Universidade de São Paulo (USP), a historiadora Patrícia Raffaini investigava jornais antigos no site da Biblioteca Nacional no início de 2016 quando encontrou o anúncio “João Felpudo – Histórias alegres para crianças travessas com vinte e quatro pinturas esquisitas” na edição de 4 de dezembro de 1860 do Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro. O anúncio era um registro da primeira edição de um livro de muito sucesso lançado na Alemanha em 1844. Escrito pelo médico Heinrich Hoffmann para seu filho de 3 anos, trazia ilustrações generosas e histórias breves de crianças que recebem castigos severos por não gostar de banho ou de sopa. Patrícia encontrava o tradutor original, o desembargador Henrique Velloso de Oliveira (1804-1861), possivelmente um dos responsáveis pela adaptação do título original, Der Struwwelpeter, cuja tradução literal resultaria em Pedro descabelado.
Patrícia encontrou depois outros anúncios de João Felpudo no Jornal do Commercio, indicando uma das formas pelas quais a Editora Laemmert promovia a venda dos livros. Em 1894, como ela já tinha verificado, o editor fluminense Pedro Quaresma (1863-1921), dono da Livraria do Povo, investiu em anúncios de meia página para promover o relançamento de uma produção nacional, Contos da carochinha, já que os 5 mil exemplares da primeira edição teriam se esgotado em menos de um mês. Contos da carochinha inaugurava uma série de livros organizados pelo jornalista carioca Alberto Figueiredo Pimentel (1869-1914) com o propósito de apresentar em uma linguagem coloquial as fábulas de autores europeus, com animais falantes, lobisomens, santos e fadas. Com esses livros, Quaresma pretendia criar uma literatura infantil mais popular, com edições mais simples e de menor custo que as traduções refinadas das editoras Laemmert, de proprietários alemães, Garnier, de origem francesa, e da Francisco Alves, portuguesa.
© REPRODUÇÕES EDUARDO CESAR
Anúncio da edição brasileira de 1860 (acima) e o desenho original, de 1844
“O mercado de livros para crianças e jovens prosperava no final do século XIX, um período no qual se acreditava que pouco ou quase nada estava à disposição dos jovens leitores”, diz Patrícia. “Os editores investiam nesse segmento e muitas obras, como João Felpudo, já haviam sido traduzidas. A produção de obras com autores nacionais estava começando.” Ela iniciou sua pesquisa com uma lista de 20 títulos de livros infantis publicados entre 1860 e 1920 identificados na Biblioteca Nacional e no Real Gabinete Português de Leitura, ambos no Rio. Três anos depois, após garimpar por sebos de todo o país, tinha reunido 70 títulos diferentes.
“Umas das precursoras da literatura infantil brasileira foi a romancista Júlia Lopes de Almeida (1862-1934)”, atestou Nelly Novaes Coelho, professora aposentada da USP e uma das maiores especialistas no assunto, no livro Panorama histórico da literatura infantil/juvenil (Amarilys, 2010). Em 1886, Júlia Lopes publicou Contos infantis, com 60 narrativas em verso e prosa escritas em colaboração com sua irmã Adelina Lopes Vieira, depois Histórias da nossa terra, de 1907, e Era uma vez, de 1917, todos com reedições. “Simultaneamente ao aumento de traduções e adaptações de livros literários para o público infantojuvenil”, Nelly Coelho escreveu em seu livro, “começa a se firmar, no Brasil, a consciência de que uma literatura própria, que valorizasse o nacional, fazia-se urgente para a criança e para a juventude brasileiras”. Ela também reconhece Pimentel como “o primeiro intelectual a popularizar o livro, através de edições mais acessíveis de autores clássicos”.
© REPRODUÇÕES EDUARDO CESAR
Livros de autores nacionais: Álbum das crianças, de Figueiredo Pimentel, de 1897
Além da crítica literária
Os escritores anteriores a Lobato já eram citados em vários livros e sites, como o Memória de Leitura, da Unicamp, que reúne 19 autores de 1880 a 1910 e suas obras mais importantes. Uma investigação mais profunda levará a uma representante de uma época ainda mais remota, Nísia Floresta (1809-1885), educadora potiguar que criou um colégio para meninas no Rio de Janeiro e escreveu poemas, romances e novelas – Conselhos à minha filha é de 1842 e as novelas Fany ou o modelo das donzelas e Daciz ou a jovem completa, de 1847.
O que pesquisadores de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Ceará e outros estados têm feito é ampliar o olhar para além das narrativas dos livros. “Saímos do viés da crítica literária – que destaca apenas o que era bom – para a história cultural, que considera o que era lido, independentemente da qualidade, quem produzia, de que modo, em que lugar e quem consumia”, explica a historiadora Gabriela Pellegrino Soares, professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP e autora do livro Semear horizontes (Editora da UFMG, 2007), sobre a formação do mercado editorial de livros para crianças na Argentina e no Brasil. “Examinar as engrenagens da produção e circulação dos livros é um caminho muito fértil para conhecer as ideias e as representações do mundo em uma época”, ela acrescenta.
© REPRODUÇÕES EDUARDO CESAR
…e Cantigas das crianças e do povo, de Alexina Magalhães Pinto, de 1911
Livros para adultos e crianças circulavam principalmente nas capitais do Brasil, ao longo do século XIX, apesar do alto analfabetismo, que chegava a 80% da população de quase 10 milhões de pessoas em 1872, quando foi feito o primeiro censo demográfico nacional. Estima-se que o analfabetismo fosse menor, talvez de 50%, no Rio de Janeiro, a então capital do país. “Há uma intensa importação de livros para o Brasil, entre os quais infantis, desde o século XVIII”, diz Márcia Abreu, professora do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Unicamp, coordenadora de um projeto de pesquisa sobre a circulação transatlântica de impressos (ver Pesquisa FAPESP no 240) e autora de Os caminhos dos livros (Mercado de Letras, 2003). A leitura era uma das maiores fontes de entretenimento nessa época e os homens livres compravam vários livros por ano. Isso gerava uma forte movimentação editorial e comercial, com importação frequente de livros e, após 1808, também com muita impressão brasileira.”
Havia um mercado consumidor em formação, composto por um contingente cada vez maior de imigrantes, homens livres e profissionais liberais ou assalariados. Estima-se que 17 livrarias e 30 tipografias funcionavam na cidade do Rio de Janeiro em 1860. Hoje, mesmo com o fechamento contínuo de livrarias, a literatura infantil constitui um mercado pujante. Em 2014 foram publicados 37 milhões de exemplares de 7.802 títulos de livros para crianças, segundo a Câmara Brasileira do Livro.
© PATRÍCIA HANSEN / HEMEROTECA BIBLIOTECA NACIONAL
Anúncio destacando a obra de Lobato
Depois de Lobato
“Monteiro Lobato foi tão importante que apagou os escritores anteriores. Ninguém mais fala de Olavo Bilac e Tales de Andrade”, diz a jornalista Laura Sandroni, autora do livro De Lobato a Bojunga – As reinações renovadas (Agir, 1987), além de criadora e diretora por quase 20 anos da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). Lobato se impôs com uma obra formada por 22 livros escritos em linguagem coloquial, irreverente e vibrante, tratando de problemas da época e não de um distante país do futuro, como nos livros escolares anteriores. Apoiados por uma propaganda intensa – o próprio Lobato separou 500 exemplares de Narizinho para enviar para escolas e acelerar sua aceitação –, seus livros ultrapassaram a tiragem de 1 milhão em 1943.
“Lobato era um gênio, como escritor e editor, e ele próprio construiu a ideia de que teria sido um pioneiro”, diz a historiadora Patrícia Hansen, atualmente vivendo em Lisboa. No acervo digital de jornais antigos da Biblioteca Nacional, ela encontrou um anúncio da edição de 15 de novembro de 1933 na revista O Tico-Tico, depois reproduzido em outras publicações, apresentando o História do mundo para crianças, o lançamento mais recente da Companhia Editora Nacional, e o escritor paulista como “o criador da literatura infantil no Brasil”. “Foi um marketing que deu certo”, concluiu Patrícia. “Não questionaram a fonte.”
Projeto
Leitura ficcional na infância, 1880-1920 (nº 13/00454-1); Modalidade Bolsa de Pós-doutorado; Pesquisador responsável Elias Thome Saliba (USP); Beneficiária Patrícia Tavares Raffaini; Investimento R$ 240.377,83.
Artigo científico
HANSEN, P. S. A biblioteca dos jovens brasileiros: Do caráter didático da literatura infantil aos usos dos livros pelas crianças no início do século XXEscritos. v. 5, n. 5, p. 79-96, 2011.
Livros
SOARES, G. P. Semear horizontes: Uma história da formação de leitores na Argentina e no Brasil, 1915-1954. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007.
ABREU, M. Os caminhos dos livros. Campinas: Mercado de Letras/ALB/FAPESP, 2003, 382 p.
COELHO, N. N. Panorama histórico da literatura infantil/juvenil. São Paulo: Amarylis, 2010, 320 p.
SANDRONI, L. De Lobato a Bojunga – As reinações renovadas. Rio de Janeiro: Agir, 1987, 181 p.
FERREIRA, N. S. de A. Um estudo sobre os versos para os pequeninos, de João Köpke. Campinas: FAPESP/Mercado de Letras, 2017, 276 p.

terça-feira, 14 de março de 2017

Baile do Almeidinha - Hamilton de Holanda


Coisa mais chique do mundo esse show "Baile do Almeidinha"  do bandolinista Hamilton de Holanda, que convidou a cantora Paula Lima e o trombonista Raul de Souza ! Foi no dia 9 de dezembro de 2016 no SESC Pompéia. Nesse trechinho eles tocavam só Clube da Esquina 

segunda-feira, 13 de março de 2017

Convite para ouvir o instrumental das canções




Eu simplesmente amo esse álbum, especialmente pelas composições instrumentais das canções. Convido vocês a ouvirem essa faixa, atentando para o instrumental. Na ficha técnica do CD dizem : 
Caetano Veloso voz e violão 
Dadi violão 
Luiz Brasil violão. 
Será engano, mas eles fazem esse som só nos violões? Se for mesmo, acho simplesmente deslumbrante observar que cada violão aqui tem uma voz bem distinta, até pensei que fosse um outro instrumento atuando ali. O que acham?

Hermeto Pascoal no imaginário sonoro dos instrumentistas brasileiros

Da esquerda para a direita: Hermeto Pasocal, seu filho de costas,  o filho do Heraldo do Monte, Heraldo do Monte e o Arismar do Espirito Santo

Ontem, 12 de março de 2017, estive novamente no SESC Pinheiros para ouvir um mito da música. Foi conturbado, quase desisti (estava atrasada e esse lazarento do SESC Pinheiros é bem contramão ) que bom que eu fui! Na verdade, Hermeto se destaca  sempre, é genial e muito engraçado, mas não estava sozinho ... tinha o Heraldo, tinha os filhos dos dois e, como já vi acontecer diversas vezes em shows aqui em Sampa, na platéia estava o Arismar do Espírito Santo, que é sempre intimado a subir no palco... e eu pensava: CARAMBA, TÔ MESMO ASSISTINDO TUDO ISSO?


Outro destaque do show foi ver as camisas negras do Quarteto Novo, pois estávamos lá para isso também!



Eu nunca tinha visto o Heraldo ou o Hermeto, já o Arismar é íntimo já (eu estou sempre nos shows de música intrumental e ele tb) kkkk Toda semana vou a um show de música instrumental com músicos excelentes, outro dia conversava com um amigo que também assiste a todos os show, dos compositores brasileiros que são mais lembrados sempre são o Moacir Santos em primeiro lugar, Hermeto Pascoal em segundo e por último Tom Jobim. Não é uma comparação qualitativa pois todos são excelentes mesmo, mas foi uma observação sobre como alguns compositores habitam o imaginário sonoro dos músicos. Como eu nunca tinha visto um show do Hermeto, perdi essa virgindade kkkk

domingo, 12 de março de 2017

Viola brasileira: Nosso instrumento


Copiando da Wikipéidia . Vejo que depois de longos anos acompanhando o trabalho dos violeiros, muita coisa que está escrito aqui eu já sabia, ainda que eu não toque viola, nem nada!

Viola caipira

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Viola caipira
Viola caipira com trabalho de marchetaria
Informações
ClassificaçãoHornbostel-Sachs
Viola caipira, também conhecida como viola sertanejaviola cabocla e viola brasileira, é um instrumento musical de cordas. Com suas variações, é popular principalmente no interior do Brasil, sendo um dos símbolos da música popular brasileira.

Origem[editar | editar código-fonte]

Tem sua origem nas violas portuguesas, oriundas de instrumentos árabes como o alaúde. As violas são descendentes diretas da guitarra latina, que, por sua vez, tem uma origem arábico-persa.[1] As violas portuguesas chegaram ao Brasil trazidas por colonos portugueses de diversas regiões do país e passou a ser usada pelos jesuítas na catequese de indígenas.[1]Mais tarde, os primeiros caboclos começaram a construir violas com madeiras toscas da terra. Era o início da viola caipira.

Tipos de viola[editar | editar código-fonte]


Viola caipira em exposição.
Existem várias denominações diferentes para Viola, utilizadas principalmente em cidades do interior: viola de pinho, viola caipira, viola sertaneja, viola de arame, viola nordestina, viola cabocla, viola cantadeira, viola de dez cordas, viola chorosa, viola de queluz, viola serena, viola brasileira, entre outras.

O instrumento[editar | editar código-fonte]


Violeiro tocando, obra de Almeida Júnior.
A viola caipira tem características muito semelhantes ao violão. Tanto no formato quanto na disposição das cordas e acústica, porém é um pouco menor.
Existem diversos tipos de afinações para este instrumento, sendo utilizados de acordo com a preferência do violeiro. As mais conhecidas são CebolãoRio Abaixo, Boiadeira e Natural. É comum a utilização da afinação Paraguaçu pelos repentistas nordestinos, apesar de também ser encontrada na região do Vale do Paraíba.
A disposição das cordas da viola é bem específica: 10 cordas, dispostas em 5 pares. Os dois pares mais agudos são afinados na mesma nota e mesma altura, enquanto os demais pares são afinados na mesma nota, mas com diferença de alturas de uma oitava. Estes pares de cordas são tocados sempre juntos, como se fossem uma só corda.
Uma característica que destaca a viola dos demais instrumentos é que o ponteio da viola utiliza muito as cordas soltas, o que resulta um som forte e sem distorções, se bem afinada. As notas ficam com timbre ainda mais forte pois este é um instrumento que exige o uso de palheta, dedeira ou principalmente unhas compridas, já que todas as cordas são feitas de aço e algumas são muito finas e duras.

Símbolo nacional[editar | editar código-fonte]

A viola é o símbolo da original música sertaneja, conhecida popularmente como moda de viola ou música raiz.
No Brasil, é um instrumento tradicional. Músicas entoadas em suas cordas atravessaram décadas e gerações e até hoje estão presentes no nosso dia a dia da cultura brasileira.
Em ParanáMinas GeraisSão PauloGoiásMato GrossoMato Grosso do Sul e parte de Tocantins, dentre outros, a viola tem destaque na música, onde a tradição da moda de viola é passada de geração em geração. A viola é um instrumento com um potencial fora do normal. O músico e instrumentista já falecido Renato Andrade comprovou isso em meio de estudos em que conseguiu imitar instrumentos como: Harpa de concerto, Harpa Paraguaia, Guitarra Portuguesa, Bandolim Napolitano, Balalaica Russa, e como ele sempre dizia: "...também imita a viola!"

Lendas e histórias[editar | editar código-fonte]

Existem diversas lendas e histórias acerca da tradição dos violeiros.
Há diversas lendas e histórias a respeito das afinações da viola. O nome da afinação Cebolão seria do fato de as mulheres chorarem, emocionadas ao ouvir a música, como quem corta cebola.
A afinação Rio Abaixo seria originada na lenda de que o Diabo costumava descer os rios tocando viola nessa afinação e, com ela, seduzindo as moças e as carregando rio abaixo. Do violeiro que utiliza esta afinação diz-se, eventualmente, que pode estar enfeitiçado ou ter feito pacto com o demônio.
Acredita-se que a arte de tocar viola seja um dom de Deus, e quem não o recebeu ao nascer nunca será um violeiro de destaque. Porém, a lenda diz que mesmo a pessoa não contemplada com este dom pode adquirir habilidade de um bom violeiro. Uma das opções seria uma magia envolvendo uma cobra-coral venenosa e é conhecida como simpatia da cobra-coral. Outro modo seria fazer rezas no túmulo de algum antigo violeiro na sexta-feira da paixão. Há ainda a possibilidade de o violeiro firmar um pacto com o Diabo para aprender a tocar viola.
O pesquisador Antônio Candido conta que na região da Serra do Caparaó, assim como em outras, o Diabo é considerado o maior violeiro de todos. Tal mito explica a quantidade de histórias, em todo o Brasil, de violeiros que teriam feito pacto com o Diabo para tocarem bem. Porém, o violeiro que faz este tipo de pacto não vai para o inferno já que todos no "céu" querem violeiros por lá.
Uma característica dos violeiros típico do nordeste são os duelos de tocadores. Todo bom violeiro se auto-afirma o melhor da região. Se outro violeiro o contraria, o duelo está começado.
Em certas regiões, por tradição, as violas carregam pequenos chocalhos feitos de guizo de cascavel, pois segundo a lenda, tem poder de proteção para a viola e para o violeiro. Segundo contam os violeiros de antigamente, o poder do guizo chega a quebrar as cordas e até mesmo o instrumento do violeiro adversário.

Folclore brasileiro[editar | editar código-fonte]


Viola caipira.
A viola está presente em diversas manifestações brasileiras, como CatiraFandangoFolia de Reis, e outras, pelo Brasil afora.

Ver Também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. ↑ Ir para:a b Ivan Vilela (2003). O caipira e a Viola em: Sonoridades luso-afro-brasileiras (PDF). Brasileira. Lisboa: ICS. pp. 173–189

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Araújo, Rui Torneze de (1998). Viola Caipira. Estudo Dirigido. São Paulo: Irmãos Vitale S/A. 64 páginas. CDD 787.3
  • CASTAGNA, Paulo; SOUZA, Maria José Ferro de; PEREIRA, Maria Teresa Gonçalves (2012). Domingos Ferreira: um violeiro português em Vila Rica. In: LUCAS, Maria Elisabeth; NERY, Ruy Vieira. As músicas luso-brasileiras no final do antigo regime: repertórios, práticas e representações; colóquio internacional, Lisboa, 7 a 9 de junho de 2008. Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da Moeda e Fundação Calouste-Gulbenkian. pp. 667–704. ISBN 978-972-27-2026-7
  • Corrêa, Roberto (2000). A Arte de Pontear Viola. Brasília/Curitiba: Edição do Autor. 259 páginas. ISBN 85-901603-1-9
  • Moura, Reis (2000). Descomplicando a Viola. Método Básico de Viola Caipira. 1. Brasília: Edição do autor. 62 páginas. ISBN 85-901637-1-7 Parâmetro desconhecido |volumes= ignorado (|volume=) sugerido (ajuda)
  • Queiroz, Enúbio Divino de (2000). Repertório de Ouro para Viola Caipira. São José do Rio Preto: Ricordi. 76 páginas
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  • Viola, Braz da (2001). Um Toque de Viola. São Paulo: Edição do autor
  • Viola, Braz da (2001). 10 peças para tocar. São Paulo: Edição do autor
  • Viola, Braz da (2003). Pagode de Cabo a Rabo. São Paulo: Edição do autor
  • Viola, Braz da (2004). Viola-de-Cocho. método prático. São Paulo: Edição do autor
  • Viola, Braz da (2004). Ponteios, O Pulo do Gato. São Paulo: Edição do autor

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