sexta-feira, 29 de setembro de 2017

O Africano, de Le Clézio

No sábado eu voltei a Biblioteca Mário Schenberg na lapa para emprestar o romance O Africano, de J M G Le Clezio e me deliciar. Foi muita emoção voltar àquele lugar onde praticamente morei para escrever minha tese em 2013 e 2014. Continua sendo um lugar mágico.
Entrada da biblioteca 

Muro ao lado da entrada da  biblioteca
O livro é uma daquelas publicações lindas da Cosac Nayf que transformam o livro em uma pequena jóia, Sei também que a cada edição a aparência se transformava,então ele tem várias capas, mas a que estava disponível na biblioteca era essa:


Em relação a narrativa, ela é muito curta, pouco mais de 100 páginas, então vai dar para eu me deliciar palavra por palavra, como eu gosto e começa com essa introdução :


Sim, estava  defronte a um livro de memórias da infância, muito bem escrito. Como eu já tenho um repertório sobre esse tema, ainda nas primeiras páginas acessei as memórias de tudo que li sobre o tema, antes de mergulhar propriamente no delicioso texto de Clézio... mas de início ainda migrei nas comparações com as histórias de infância de dois personagens  meninos que eu amo: a do menino Momik, de Ver: Amor, de David Grossman e a do Menino do conto Nenhum, Nenhuma, de Guimarães Rosa.


Clézio começa falando do corpo, sua percepção nebulosa na primeira infância na Europa e a vivência mais bruta, quente e fundamental  na África, onde não era errad mostrar e tocar os corpos. 



Em um dos momentos mais poéticos ele fala do processo de esquecimento do seu corpo na Europa para que viesse a ser o corpo infantil na África. A quem interessa a temática infância, esse tipo de temática é fundamental. Tão bem escrito então, é brilhante. 



Devo voltar a comentar essa breve narrativa, como costumo fazer sempre, mas por hora acho que é só isso.