quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Tenda dos Milagres: o romance sobre Pedro Arcanjo, o herói mestiço brasileiro

 


Depois do contato com o  deslumbrante Mar Morto em Agosto, setembro foi a vez de Tenda dos Milagres. Como Jorge foi muito lido, não é nada difícil encontrar um exemplar de seu livro , com todos os preços, vendidos na internet, mas  nesse caso me dei muito mal. Logo no começo do mês eu comprei uma edição barata, que está muito mofada, o cheiro é insuportável e isso, também, acabou atrasando a minha leitura. Em 13 de setembro, já imaginando que poderia estar no fim do livro, cheguei a publicar no Facebook:


Ai tive outras distrações no mês e, como o livro não estava em condições de me acompanhar o tempo todo, fui retardando a leitura, o que me deu muita tristeza, porque estava realmente gostando dele. Em 21 de setembro eu desabafei:



Mas porque ele acabou tomando meu mês todo, peguei amor no livro, e antes de terminar, já estava com saudades

 Não pude escrever sobre o livro assim que terminei, porque tive que acompanhar a Mostra de Cinemas Africanos, mas escrevo em 12 de outubro, mas publico em 30 de setembro porque, é fato, Setembro foi o mês do romance Tenda dos Milagres.

A história de Pedro Arcanjo, Pedro Arcanjo, mestiço, que é o herói brasileiro que Jorge Amado inventou: é intelectual, poliglota, professor, mas se estudou e escreveu teses e tratados, foi (também) para cumprir obrigação ao seu orixá, que o elegeu Ojuobá (olhos) de Xangô, por isso ele devia saber de tudo, conhecer todas as tradições e costumes, pra lutar a "guerra santa" contra o candomblé em Salvador nos anos 30 e contra o racismo, sempre. O melhor é que, no livro, nada disso soa contraditório, eu mesma sou um pouco assim também: é só o Brasil! Depois assisti aos capítulos da série Global sobre o romance e o filme de Nelson Pereira dos Santos, que comento aqui, e todo aquele ambiente mágico de Jorge Amado ganhou caras, cores, sons e me emocionou demais!

TENDA DOS MILAGRES HOJE - Já em outubro 2021, um acontecimento me fez pensar como é preciso que os brasileiros leiam essa obra de Jorge Amado, pois infelizmente, os anos passam, de 1930 a 2021, as questões abordadas no romance são discussões muito necessárias