sábado, 20 de dezembro de 2014

Adeus ao Carlos Vilaró, o dono da "casa que não era"

Lendo a lista de mortes de 2014 soube que em fevereiro o artista plástico uruguaio Carlos Vilaró morreu aos 94 anos. Vocês sabem que a músca "A Casa" foi originalmente composta pelo Vinicius e as filhas do artista na casa dele, que depois virou um hotel. 
A história da música é contada no livro Histórias de canções: Vinicius de Moraes., de Wagner  Homem e & Bruno De La Rosa:

Tudo começou durante o período em que Vinícius de Moraes trabalhou na embaixada brasileira em Montevidéu e tornou-se amigo do artista uruguaio Carlos Vilaró, que, em 1958, havia começado uma construção pouco convencional. Inicialmente era apenas uma casa de lata. Com o tempo foi acrescentando novas partes, todas com formas arredondas e pintadas de branco para contrastar com o azul do céu. O espaço, conhecido como Casapueblo, tornou-se um hotel com mais de setenta quartos, que levam os nomes de seus hóspedes mais ilustres. [....] Nas suas estadias na Casapueblo, Vinícius brincava com as filhas do anfitrião dizendo, “Era uma casa muito engraçada, não tinha teto não tinha nada” e terminava com os versos “Mas era feita com pororó [termo indígena que significa palavras ocas; lega-lega]/ Era a casa di Vilaró”. Os versos finais da letra foram substituídos na gravação por “Mas era feita com muito esmero/ na rua dos bobos, número zero”. (HOMEM; ROSA, 2013, p. 172-3)

Está um pouco atrasado, mas deixo meus agradecimentos ao Vilaró por tudo e,em especial, por ter inspirado a melhor definição de infância que eu já ouvi: "não tinha teto, não tinha nada ..".mas era tudo!