sexta-feira, 30 de abril de 2010

O que importa são os amigos!

No dia 27/04 eu fui assistir o seguinte evento no SESC VILA MARIANA:
O poeta Claudio Willer reuniu outros poetas para falarem do poeta Roberto Piva, que está passando por problemas sérios de saúde...
Todos se emocionaram muito ao falar de Piva; de suas histórias com ele; de suas visões da cidade de São Paulo; de toda uma vida que compartilharam e por isso ali estavam, tentando de alguma forma melhorar a vida do amigo de tanto tempo... Amizade é isso e por isso é é tudo o que importa!
Me lembrei demais do filme "Invasões Bárbaras", que é um dos mais dignos que eu já vi na vida ... muito emocionada com tudo, colo aqui um vídeo da belíssima trilha sonora "L'amitie" :

quarta-feira, 28 de abril de 2010

II SIMPÓSIO DE ESTUDOS SOBRE CULTURA


Apesar de tudo eu vou apresentar o que estou falando neste resumo:

Guimarães Rosa: Um escrevinhador de narradores

Camila Rodrigues*

Palavras-chave – Guimarães Rosa, oralidade, sertão, infância, modernismos

Resumo

A performance da escrita de João Guimarães Rosa (1908-1967) é a utilização da fala como ingrediente da sua escritura. Isso pode ser percebido a partir do alto grau de estranhamento que apresenta a leitores urbanos, pois aborda o cenário peculiar do sertão de Minas Gerais, que é tomado como emblema e alegoria do primitivo. Foi neste sertão - na cidade de Cordisburgo - que em 1908 nasceu o menino Joãozito, uma criança que ao completar oito anos, mudou-se para Belo Horizonte, onde seguiu seus estudos até tornar-se médico e depois atuar como diplomata.

Na fase adulta, Guimarães Rosa revisitou o sertão para viajar com vaqueiros e registrar, em seus conhecidos cadernos manuscritos, as narrativas e a linguagem tradicional dos sertanejos. Entender sua performance deve partir da existência desses registros, pois eles - tão parecidos com um relatório científico – não são, ainda, a sua obra literária final, mas apontamentos que serviram como sua matéria prima, já que a observação da realidade precisa de filtros ficcionais para tornar-se literatura.

A importância do contato com os sertanejos foi oferecer matéria prima para o artesanato de sua escritura, pois ao escrever sua literatura, Rosa não reproduz exatamente o que ouviu, mas faz escolhas de palavras ou expressões que – a partir de sua força sonora ou semântica – reproduzem não a fala, mas sim o ritmo do que foi ouvido, pois elege este elemento como a força motriz da comunicação, e isso passa a atuar como o corpo da narrativa. Assumindo essa visão, a escrita de Guimarães Rosa articula a linguagem de forma a potencializar a oralidade existente nela.

Se pensarmos na recepção da obra rosiana pela crítica no contexto de seu lançamento (1946-1967), em geral, a utilização desse artesanato que propicia uma escritura ligada a oralidade foi percebida, mas somente relacionada ao espírito do seu tempo (Zeitgeist), que começou a ser expresso na literatura brasileira pelo modernismo desde os anos 1920, especialmente no resgate de aspectos primitivos e orais em nossas manifestações populares. Após 1945, com a chamada 3ª.geração – a de Guimarães Rosa -, percebe-se uma busca ainda maior por experimentações lingüísticas, que refletiam uma ansiedade em inserir o Brasil nas grandes problemáticas da epistemologia do pós guerra, valorizando, entre outros elementos, a linguagem oral. A incorporação da perspectiva infantil a este novo olhar epistemológico também alterou a visão da História. Todos esses temas serão levantados, ainda que de forma sintética, nesta fala.

* Doutoranda em História Social na USP – Ma. Camila Rodrigues

Veremos...


domingo, 25 de abril de 2010

O SANTOS VIVE NO MEU CORAÇÃO!


Fazia tempo que eu não me deliciava com meu amado Santos, né?
Voltei a amar ser santista!

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Neide Candolina : Meu projeto de vida!

Como todos sabem, meu projeto de vida é um dia ser uma preta chique, como Neide Candolina - a democrata social racial, que nunca furou o sinal e isso é legal!
Agora achei um vídeo no qual Cae fala dela e canta a canção, apesar do áudio estar ruim, é uma raridade:

A letra da canção de Cae:

Preta chique, essa preta é bem linda
Essa preta é muito fina
Essa preta é toda a glória do brau
Preta preta, essa preta é correta
Essa preta é mesmo preta
É democrata social racial
Ela é modal

Tem um Gol que ela mesma comprou
Com o dinheiro que juntou
Ensinando português no Central
Salvador, isso é só Salvador
Sua suja Salvador
E ela nunca furou um sinal
Isso é legal

E eu e eu e eu sem ela
Nobreza brau, nobreza brau

Preta sã, ela é filha de Iansã
Ela é muito cidadã
Ela tem trabalho e tem carnaval
Elegante, ela é muito elegante
Ela é superelegante
Roupa Europa e pixaim Senegal

Transcendental
Liberdade, bairro da Liberdade
Palavra da liberdade
Ela é Neide Candolina total
E a cidade, a baía da cidade

A porcaria da cidade
Tem que reverter o quadro atual
Pra lhe ser igual

E eu e eu e eu sem ela
Nobreza brau, nobreza brau

sexta-feira, 16 de abril de 2010

"A criança troca a boca cheia do seio da mãe pela boca cheia de palavras"

VOU ESCREVER AQUI COISAS DESCONEXAS, MAS QUE ACHO QUE SERÃO MUITO IMPORTANTES PARA MINHA PESQUISA, QUANDO EU CONSEGUIR DECODIFICAR DIFERITO, POR ENQUANTO SÃO INFORMAÇÕES APENAS...

A frase do título deste post foi dita pelo professor Roberto Zular, no curso "Dito e feito: Eascrita da oralidade", para a pós graduação aqui nas letras... o contexto da aula era uma revisão rápida da aquisição da linguagem pelo homem... para ele, as leituras de Lacan e de um psicanalista francês chamado Jean Michel Vives nos leva a pensar nesta imagem. O bebê grita e chora e essa é a voz primordial, sua reação ao ambiente que lhe é completamente estranho, pois o bebê não tem controle algum sobre a linguagem e sua comunicação só consegue se desenvolver a partir da identificação de ritmos, que é a primeira forma de comunicação.
Bebês são só sensações, no início... a sua própria voz só surge depois de alguma negação da voz da mãe. Lembrem-se que, enquanto feto, nó sentimos tudo o que a mãe sente, ouvimos sem estranhamento só a voz dela, que identicamos como sendo também a nossa... é quando passamos a não ouvir mais essa voz da mãe e sim desenvolver a nossa própria voz, que se articula em palavras, por isso que dizer que "a criança troca a boca cheia do seio da mãe pela boca cheia de palavras" é construir uma bela imagem da aquisição da linguagem.
Isso me lembrou o final do conto de Scott Fitzgerald, O Curioso caso de Benjamin Button:
"He did not remember clearly whether the milk was warm or cool at his last feeding or how the days passed--there was only his crib and Nana's familiar presence. And then he remembered nothing. When he was hungry he cried--that was all. Through the noons and nights he breathed and over him there were soft mumblings and murmurings that he scarcely heard, and faintly differentiated smells, and light and darkness.
Then it was all dark, and his white crib and the dim faces that moved above him, and the warm sweet aroma of the milk, faded out altogether from his mind."

Acho lindo, lindo, lindo!
Ele vai vivendo o processo, mas a partir do final: perde a cognição, depois a memória, só lhe resta o choro (a voz primordial)e então tudo fica escuro e a última coisa que lhe resta é a memória do gosto do leite...
Tô pirando nessas coisas, sacaram?

domingo, 11 de abril de 2010

TOM ZÉ E O "ESTADO DE INFÂNCIA"

Sexta feira, dia 09 de abril de 2010, assisti ao show de lançamento do DVD do Tom Zé "Pirulito da Ciência ao vivo", onde ele, como sempre, parecia o menino no aniversário de 4 anos!
Mas sobre isso eu já falei aqui, só que hoje de manhã eu entrei
no blog dele, para comentar o show e me deparei com a seguinte imagem:


Lá estão eles todos, em real ESTADO DE INFÂNCIA!
Mas, mesmo assim, Tom Zé defende em seu texto :
"Pessoal, será que aquela organização que toma conta da publicidade também vai me acusar de estar usando crianças para meu próprio benefício publicitário/divulgatório?
É capaz; mas que a direção de cena destes pimpolhos foi muito boa e eles estão pedindo visibilidade, ora se! Eu não dividiria palco com criança de jeito nenhum: o ímã delas é poderoso, polarizam atenção e olhos, não há Sarah Bernhardt que se aguente. Catarina e Djenalzinho protagonizam o blog do pai, Djenal, conhecido de vocês, humor de navalha. O endereço do blog é www.marchadospimpolhos.blogspot.com"

Não estão todos na infância, ou é bobagem da minha parte?

terça-feira, 6 de abril de 2010

DE PRESENTE...

Koré (I)
Por que sempre voltas mendiga
com braceletes de ouro e súplices olhos
de violeta?
Tuas sandálias te trazem nos andrajos
de púrpura. É primavera.
O vento se debate
nos arbustos brilhantes.
O jardim te espelha, pétalas refletem
teu sorriso
e se ofuscam.
Voltas. Sempre de novo és tu
e me assedias:
vaso antigo, útara,
coluna entre o arvoredo.
Queres cantar comigo na relva da manhã?
Conheço tuas pálpebras, os anéis do teu cabelo,
a curva de teu colo. Sem te ouvir
sei como cantas.
Voltaste: é primavera.
O jardim se adorna
com jóias do teu cofre
pérolas frementes.
Forças, amiga, demasiado as cordas
do meu canto.
Revela-se em mim tua fragilidade.
Demora, se puderes, e com o orvalho de teus colares claros
guarda meu pranto
quando ainda mais uma vez
te fores.
Dora Ferreira da Silva, in: Hídrias (2004).

sexta-feira, 2 de abril de 2010

CAETANO E WISNIK FALAM DAS NOVAS TRADUÇÕES DE FREUD

GUIMARÃES ROSA CARINHO!

Como eu já falei aqui, entre 2003 e 2004 eu ministrei uma oficina onde eu apresentei trechos da obra de Guimarães Rosa a crianças na Escola Lumiar...

Essa oficina continua me rendendo frutos: orgulho e carinho!
Uma das alunas que participaram, a Manu, é minha amiga no orkut, onde eu diponibilizei algumas imagens da oficina... vendo esta ilustração do conto Famigerado:




E a Manu viu hoje e veio comentar:





Como eu não vou me orgulhar de algo que me ainda me oferece tanto carinho e foi a base do meu mestrado e doutorado sobre Rosa?

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Coisas imutáveis

Algumas coisas na vida são inevitáveis.

Não queria falar isso, jamais...não estudei História porque acreditei na imutabilidade das coisas, mas as coisas imutáveis estão se colocando assim a minha frente... e eu, novamente, estou enfrentando tudo sozinha.