COMO SURGIU O AGBÊ (XEQUERÊ)
Um recém-chegado tocador de tambor encantara a bela Oxum
Ela não sabia muito sobre o jovem
Apenas que seu nome era Xangô,
Que ele gostava muito de tocar, de dançar
E gostava bastante das mulheres e elas dele.
Oxum era conhecida por toda a aldeia por ser a mais sedutora, bela e graciosa entre todas as mulheres.
E ela sabia disso
Mesmo sabendo que Xangô gostava de música, dança e das mulheres,
Oxum passava dias e dias imaginando como ter o amor daquele tão disputado homem só pra si.
Precisava mostrar seus dotes para o jovem.
Certo dia ela teve uma ideia...
Faria um instrumento, assim como ela, sedutor e gracioso, para atrair a atenção e o amor do belo rapaz.
Pegou uma cabaça, sementes de ave-maria e fios de palha da costa que haviam por ali
E com a paciência e amor que só Oxum tem,
Foi tecendo em volta da cabaça uma rede com os fios de palha da costa e prendendo aos fios, as sementes de ave-maria.
Depois de dias dando nós e prendendo as sementes com os fios de palha da costa, finalmente estava pronto o instrumento feito para seduzir Xangô.
Estava pronto o agbê, ou xequerê.
Certa tarde Xangô foi ao rio matar sua sede.
De longe ouviu um som que nunca tinha ouvido e isso chamou a sua atenção
Olhou em sua volta a fim de descobrir de onde vinha aquele som tão envolvente
Deu de cara com uma jovem de pés descalços, com os cabelos soltos e apenas com algumas fitas amarelas cobrindo seu corpo.
Era Oxum.
Oxum tocava docemente
Oxum dançava com o vento
Oxum era definitivamente a mais bela da aldeia, pensava Xangô.
Xangô ficou Irremediavelmente enfeitiçado com tanta beleza.
Xangô caiu de amores por Oxum
E ficou com ela por muito tempo.
Mas Xangô não era homem de uma mulher só
E Oxum sabia disso.
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