sábado, 27 de março de 2021

V Simpósio Nacional de Crítica Genética e Arquivologia

 

Participei desse evento online, esse universo de pesquisa entre geneticistas é muito importante, a última vez que estive em um foi em 2013 em Florianópolis. No dia 24 eu adorei a apresentação com um cantador Chagas Vale, tocando canções da MPB como Carcará em meio aos mamulengos

DIA 24 de março  

Para participar me inscrevi para falar da minha pesquisa com Guimarães Rosa no Simpósio “Arquivo e Epistemolografia: Universo Literário”, ocorrido na primeira tarde  do evento e foi muito interessante, com vários trabalhos sobre  correspondências, envolvendo Clarice Lispector, Machado de Assis, autores do Piauí que não conhecia e até um estudo sobre "cartas de alforria" em Teresina no século XIX!

Da minha parte eu chamei a comunicação de As meninas aletradas na correspondência e no arquivo de Guimarães Rosa (1966 e 1967), minha proposta era falar da presença das netas no arquivo e nas correpondências de Rosa na década de 1960, mas como tinha apenas 1 minutos, falei apenas de dois desenhos feitos por Laura Beatriz ao vovô Joãozinho (Guimarães Rosa), feitos no mesmo dia, mas q que encontrei um anexado a um Caderno literário e outro na correspondência de publicada em 2003. Como eram desenhos e não palavras, numa apresentação sobre cartas,  e disseram que gostaram muito!Tem como não gostar de desenho de criança?

DIA 25 de março 

Pela manhã acompanhei uma mesa redonda sobre a pesquisa em torno da autora Carolina Maria de Jesus e foi maravilhoso acompanhar o trabalho de três excelentes pesquisadoras, quase uma tentativa de fazer um mapeamento genético de Carolina, na mais condizente com um evento de Crítica Genética


O simpósio da tarde foi bastante enriquecedor acompanhar trabalhos de pesquisadores sobre crítica genética e processo de criação nas artes. Observei nesse grupo como, algumas vezes, dependendo do objeto a ser investigado, apenas  as referências da critica genética não dão conta de, sozinhas, oferecer uma base teórica robusta para discussões como sobre a origem da criação, por exemplo, onde se pensa em elencar teóricos mais pesados, como Walter Benjamin e Martin Heidegger.

Mais à tarde fiz minha primeira aula da Oficina “Arquivos e processos de criação: literatura, teatro e dança”, ministrada pelas arquivistas Mabel Mota e Ivana Severino. Claro que eu, como pesquisadora do arquivo pessoal de Guimarães Rosa, usava sempre as categorizações indicadas pelo pessoal do IEB, mas foi muito bom saber como se faz para pensar em categorizar um  arquivo que não foi catalogado, foi muito útil.


DIA 26 de março

Na primeira parte do dia eu achei que não ia poder ver nada, pois tive que acompanhar minha mãe no ICEPE , mas como o evento é online, consegui ouvir a palestra do professor e escritor Luis Antonio de Assis Brasil (PUCRS). Essa eu estranhei um pouco,

porque o congresso é de Crítica Genética e arquivologia, estava tudo indo bem na analise dos processos de criação e queremos ouvir sobre trabalhos com acervo e manuscritos, uma palestra sobre gênero literário achei fora do Tom. Mas tudo bem. Depois, já no caminho de volta para casa, fui acompanhando o congresso via celular e tive o que eu queria ver em doses cavalares no simpósio da tarde, quando começamos ouvindo uma pesquisadora portuguesa falar do acervo do poeta Pedro Homem de Melo. Em seguida ouvimos pesquisadores do Piauí, como a professora

 Começamos com a professora Raimunda Celestina Mendes da Silva (UESPI-PI/NEMA) e seus alunos pesquisadores do acervo do poeta Antônio Francisco da Costa e Silva, representante da bela cidade de Amarante, no interior do Piauí.


Depois assisti a aula final da oficina sobre arquivologia, o que foi delicioso! É sempre a minha intenção voltar a trabalhar em arquivos, no arquivo de Rosa, especificamente, pois é um trabalho delicioso.

Mas tínhamos ainda a palestra de encerramento do evento e foi com chave de ouro: os meus mestres em crítica genética Phillipe Willemart e Roberto Zular, que me ensinaram tudo sobre a área. Na palestra de Willemart sobre a ideia de rasura como uma forma de repensar e nos proteger no mundo dos algoritmos, muito bonito. E foi ótimo ouvir novamente Zular, meu ex professor e componente da minha banca de doutorado, fazia tanto tempo! Foi muito emocionante

No final, o evento artístico cultural nos trouxe uma apresentação do músico Zé Roraima, residente em Teresina, que tocou um repertório local muito bom.

Fique bem cansada em acompanhar o congresso, mas foi delicioso, eu realmente gosto dessa vida de pesquisadora!

CERTIFICADOS 22 de junho

No dia 22 de junho chegaram meus certificados.  Fiquei muito feliz de ter participado desse congresso em abril, falando de novo sobre minha paixão (cadernos literários de G. Rosa e as Meninas), mas apresentando material ainda inédito (um desenho infantil muito expressivo) que tinha guardado da pesquisa do doutorado! Acho que gostaram, eu gostei muito.

O mais interessante foi que assisti todo o Simpósio, do começo ao fim, mesmo que muitas vezes, acompanhava minha mãe no hospital, fazendo consultas e exames pré cirúrgicos, tomando vacina... foi excelente ter podido fazer tudo simultâneo.
Sobre o mini curso de arquivologia, sempre aprendendo um pouco mais. Claro que não vou classificar nenhum documento de arquivo (os arquivologistas já fazem isso), mas serviu para que eu entendesse melhor as classificações dos documentos do arquivo IEB.
É uma área que eu adorei conhecer no doutorado, quem sabe um dia ainda volto a me dedicar a ela!
Obrigada a Universidade Federal do Piauí, obrigada ao Nema! No próximo, quem sabe, posso ir presencialmente!