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PAIXÃO INTELECTUAL: Estive estado pleno de paixão intelectual em 2005, tinha me formado há pouco e fechado diagnostico de EM, passava sempre muito mal e achava que a qualquer momento iria morrer. Não podia, não sem antes realizar meu sonho que era estudar Guimarães Rosa, tinha que escrever um projeto de mestrado. Tinha sido mandada embora do trabalho (passava muito mal),com muito medo e estudava muito, muito, muito, passava dias na biblioteca dissecando a fortuna crítica de Rosa, ai encontrei os textos do Willi Bolle, que trazia uma História tão diferente pro Rosa, uma História benjaminiana. De Walter Benjamin eu sabia o básico, "o narrador", "a obra de arte na era da reprodutibilidade técnica" e tal...mas Bolle trazia outras faces e eu queria entender mais daquele filósofo.Ganhei da minha irmã um curso de Jeanne Marie Gegnebin "História e Narração em Walter Benjamin" na USP Maria Antonia e ali tinha tudo de bom: as palavras alemãs, os termos, Modernidade, História, narrativa, memória e muita infância! Tenho lembranças maravilhosas daquele curso,de voltar correndo pro metrô Santa Cecília às 22:00, lembro de comprar pêras frescas numa barraca e comer na volta absolutamente encantada com tudo aquilo. Tomei posse do universo de Benjamin e aquilo foi para mim a VIRADA DE CHAVE. Segundo minha terapeuta, foi a primeira vez que ela viu meus olhos brilharem naquele ano, depois da EM, de tudo de ruim. 😍 Aquilo foi só o começo, depois estudei muito mais infância, muito mais autores, mas Benjamin sempre me escorando para falar de crianças no século XX, no doutorado, pós doutorado e até agora. Lembrar dele me dá um quentinho no coração e a esperança de que, quando tudo está perdido, sempre existe uma luz, uma memória qualquer pode ser o "salto de tigre em direção ao passado" e isso pode dar um sentido para a História e para a vida.Benjamin é bom de fazer isso comigo, quero e preciso usar de novo! 😍
Escrevi este texto inspirada nessa postagem