quarta-feira, 10 de junho de 2009

COMUNICADO OFICIAL DA DIRETORA DA FFLCH SOBRE OS TRISTES E PREOCUPANTES ACONTECIMENTOS DESTA SEMANA

Ainda não consegui ainda escrever muitas impressões pessoais sobre as cenas que eu vi na TV a respeito do coflitos entre membros da comunidade USP e a Polícia Militar ontem, dia 09de junho... o máximo foi um rápido depimento que deixei na comunidade História USP, no tópico "A USP ACABOU?", Orkut:
"Não podemos deixar que a USP acabe! Vamos explicar, quantas vezes for necessário, a importância da autonomia universitária! Estou na USP desde 1999 e nunca vi nada parecido com o que aconteceu hoje. Estamos tristes, mas não devemos abaixar a cabeça, a oportunidade está em nossas mãos: não vamos virar órfãos da USP assim tão facilmente, em honra a todos os que lá estiveram e para que a gente continue tendo orgulho de dizer que estudamos na USP, uma grande universidade! " Por enquanto só consigo ler sobre, ficar mortalmente triste e preocupada, mas por questões pessoais sérias, já não acho as palavras, muito menos tenho ânimo para voltar ao Campus para participar das reuniões, apesar de saber (como poucos)quão fundamental seria estar por lá (como sempre estive), afinal estamos falando do questionamento institucional da Universidade de São Paulo, que é a Univesidade de tantas mentes brilhantes, mas que também é a minha Univesidade! Ao começar a pensar nisso, no máximo eu acho lágrimas quentes...
O sonho de uma Universidade como esfera legítima de discussão autônoma acabou? Seria essa minha geração a última? Tomara que não, não pode ser!
Vamos aguardar as próximas cenas, todos sabemos que tudo o que aconteceu - não é pouca coisa terem permitido a invasão do campus, como se ali estivessem assassinos da maisor periculosidade! - leva a assinatura da primeira reitorA da USP, Suely Vilela, mas não podemos deixar de lembrar que uma ação como essa não ocorre sem ordem do Secretário de Segurança Pública e o aval do governador José Serra... sempre mais do mesmo, não é? Concordo com o que afirma o site do SINTUSP (Sindicato doa trabalahadores da USP): Esta senhora já não apresenta a menor condições morais de permanecer no cargo que ocupa: NÃO VAMOS FICAR ÓRFÃOS DA USP, NÃO MESMO!
Para maiores esclarecimentos burocráticos, colo aqui o comunicado divulgado aos alunos e professores pela Diretora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), Sandra Nitrini:

COMUNICADO



Diante da gravidade dos acontecimentos ocorridos no campus da USP, na tarde de 09/06/2009, a Direção da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, as chefias de Departamentos e as Presidências das Comissões Estatutárias, reunidas em 10/06, vêm a público para manifestar o seguinte:

1. Por volta das 17hs, mesmo com a tentativa de mediação da direção da FFLCH junto ao comandante do efetivo da PM, bombas de efeito moral foram atiradas sobre o estacionamento do prédio de Geografia e História, tendo seus gases invadido o edifício, onde se encontravam muitos professores, alunos e funcionários de nossa unidade.
2. Independente das causas que tenham originado tal atitude, esta se constituiu numa agressão física e moral à Faculdade. Não podemos aceitar passivamente um ato violento que agrida um espaço que foi constituído para o pensamento e reflexão.
3. Inquieta-nos o fato de ser a primeira agressão direta sofrida pela faculdade desde 1968. Acreditamos ser urgente encontrar formas de reabrir o diálogo de modo a permitir que os meios tradicionais e próprios da comunidade universitária de resolver conflitos se imponham sobre a força.
4. A Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas em seus 75 anos de história conseguiu se transformar num patrimônio cultural do Brasil. É responsabilidade de todos nós, professores, alunos e funcionários da USP, encontrarmos meios de afastar todas as formas de violências do campus para preservar a Universidade como um espaço plural e democrático de geração e transmissão do saber.

Profa. Dra. Sandra Margarida Nitrini
Diretora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas