quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Sobre A Tábua de Esmeralda


Não achei ruim o vídeo, mas como estou lendo e me deliciando o livro do Paulo da Costa e Silva só sobre esse disco, que é muito mais complexo e me arrepia o tempo todo, esse vídeo fico como uma introdução, mas ao menos não fala nenhum absurdo ... no livro temos um panorama mais amplo do Jorge e da alquimia na sua obra e carreira toda. Mas quem não conhece o Tábua, vale começar por esse vídeo, que me foi indicado pelo Youtube!

sábado, 26 de agosto de 2017

100 metros : um filme sobre Esclerose Múltipla


Eu não gosto de assistir filmes sobre Esclerose Múltipla, mas esse "100 metros" me foi indicado por um professor da academia, dizendo que se trata de uma mensagem motivacional e eu fui assistir no Youtube.Me emocionei muito porque, embora ele tenha viva coisas mais sérias que eu vivi, muita coisa eu também vivi, especialmente no começo, com o diagnóstico, as dificuldades de se adaptar e de lidar com a vida, com as pessoas e com a adversária número um que nunca vai se ausentar. No final, lembrei de como eu me senti quando defendi meu mestrado  e para mim foi a maior festa de todas, porque eu - que o tempo todo não sabia se ia conseguir terminar qualquer coisa - tinha conseguido virar mestra em Guimarães Rosa! Vida que segue, na academia, na terapia, no bom humor, porque somos vencedores! 


sexta-feira, 25 de agosto de 2017

África de Jorge Ben


GILBERTO GIL FALA DE JORGE BEN:

"Modos musicais diferentes vieram para o Brasil através de várias nações africanas. Jorge assume o que veio do norte da África, o muçulmano, como elemento básico do seu trabalho. Ele não gosta de perder a perspectiva primitivista, não deixa de se ligar no gege, ketu, iorubá. Mas ele tem outro lado que inclui o moderno. "
(In A TÁBUA DE ESMERALDA - Paulo da Costa e Silva, p.22)

É que não me basta ouvir Jorge Ben, nem apenas cantar, nem apenas dançar, eu preciso discutir, aprender, refletir sobre essa música e seu significado!

Cabe lembrar que é da piração de Gil e Ben com África e música que nasceu um dos discos mais fantásticos que tenho ouvido ultimamente, o "Ogum Xango" (1975) <3 span="">

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

GOSTO DO FRACASSO E A PICADA


Ontem fracassei novamente e ainda sinto o gosto amargo disso. Como se não bastasse, amanheci recebendo palavras duras, atestando que não serei aceita no caminho que estava querendo seguir, o que acentuou mais o gosto do fracasso. 
Por qual caminho seguir então? 
Lembro do professor Sevcenko, pensando a partir de Heidegger : Se recusar a estrada sinalizada e abrir uma picada na mata, encontrará coisas originais, mesmo que machuque e doa insuportavelmente.
 E como dói. 
E lembro que Rosa desenhou uma linda Rosa dos Ventos colorida a lápis de cor em em um de seus cadernos (não é essa da imagem, a dele está está na página 150 da minha tese) . 
Tomei banho e pensei que se estou viva, deve existir um rumo e ele virá todo colorido. Ainda hei de achar meu Diadorim 

domingo, 20 de agosto de 2017

Miss Brasil 2017 é negra!


" ... uma linda dama negra
a rainha do samba
A MAIS BELA DA FESTA
a dona da feira 
UMA FIEL REPRESENTANTE BRASILEIRA " Jorge Ben

Representante do estado do Piauí, Monalysa Alcântara,foi eleita Miss Brasil 2017. É a terceira negra eleita a mulher mais bela do país. 


quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Sobre os homens negros


Refiro-me ao texto disponível nesse link O mal estar da masculinidade negra contemporânea, do sociólogo  Henrique Restier da Costa Souza e publicado na Carta Capital.

Porque o tema muito me interessa em diversos aspectos (eu venho refletindo muito sobre isso e já tenho até algumas ideias próprias a respeito), li este texto, escrito por um negro para homens negros, com atenção e, de fora, ia compreendendo e até concordando com que estava sendo dito. Algumas vezes, ia pensando "isso também acontece com a mulher negra" (especialmente a parte super valorização da imagem sexualizada do corpo negro, que deveria seguir certos esteriótipos, enfim)". Em algum momento o autor do texto refere-se a uma espécie de ideal de homem negro construído simbolica e historicamente e que tantas vezes é opressor, e sua existência, claro, conta com a participação e legitimação da mulher branca ou negra. Pois é. Infelizmente concordo com isso, mas acrescento que mais ou menos o mesmo acontece com a mulher negra... enfim.

Fiz uma auto crítica e passei a refletir sobre os motivos dos meus interesses em homens negros. Logo concluí que não são sexuais ou mesmo estéticos (embora os ache lindos, é verdade, mas isso é só um detalhe, para isso bastaria olhá-los, não justifica o desejo de estar cada vez mais perto deles). É que, até hoje,  apenas eles foram capazes de despertar em mim  um outro sentimento de ternura, uma espécie calorosa de identificação, de compreensão, de complementação, de pertencimento a algo. É um prazer de estar no mundo. 

Mas sei, também, como é dolorido ouvir um homem negro, pois "a tristeza é senhora, desde que o samba é samba é assim". E também dói em mim essa dor, de alguma forma. Vou continuar refletindo sobre isso, por enquanto...

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Sobre o cancioneiro de Ben



"... Quanto mais eu ouvia Jorge Ben, mais eu percebia que sua música é capaz de induzir a um determinado estado de espírito: um estado de plenitude e força, capaz de inspirar uma atitude altiva perante a vida. Não por acaso sua lira é recheada de incríveis heróis, obstinados e orgulhosos guerreiros. Seja qual for o tema tratado em suas canções, parece sempre haver uma voz de fundo, meio gaiata, gritando surdamente, "ME GUSTA MUCHO VIVER!", como no final do Jazz Potatoes. " Paulo da Costa e Silva In: "A Táboa de Esmeralda", p 10-1.

 Acho que é bem isso, mesmo! Só acrescentaria um detalhe ao trecho, quando ele diz que a música de Ben é " recheada de incríveis heróis, obstinados e orgulhosos guerreiros", caberia dizer que isso também inclui guerreiras e heroínas e que, em sua maioria, eles e elas são belos e negros. Até onde eu eu sei, não existe em nosso cancioneiro, uma coleção de hinos que exalta tão lindamente essas figuras; Salve Jorge! Viva, viva, viva Jorge!

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

EXPOSIÇÃO "CRIANÇAS NA LÍNGUA"


Caros colegas

Na próxima semana realizaremos, na UNIFESP-Guarulhos, a Exposição "A criança na língua: passo a passo", que contará com visitas livres, visitas guiadas e um ciclo de conferências sobre a entrada da criança na linguagem. Serão abordados vários temas, como a aquisição monolíngue e bilíngue, aquisição da escrita, multimodalidade, humor na infância, entre outros.
Envio o cartaz de divulgação e a programação, que também pode ser acessada pelo link https://acriancanalinguapassoapasso.wordpress.com/ .
Peço que compartilhem com os demais colegas. 

Abs
Rosângela Nogarini Hilário (UNIFESP-Guarulhos)

domingo, 13 de agosto de 2017

Possibilidade e impossibilidade de narrar a História

Samuel, 9, Zuleide, 4, Ernesto Carlos, 2, e Luiz Carlos, 6, com a “tia” Tercina em foto de junho de 1970 encontrada nos arquivos do Serviço Nacional de Informações. Fichadas como “subversivas”, as crianças foram fotografadas no doi-Codi do Rio de Janeiro antes de serem mandadas para a Argélia com outros 40 presos políticos trocados pelo embaixador alemão sequestrado naquele ano.(FONTE http://revistazum.com.br/revista-zum-3/infancia-banida/)
Não sei por qual motivo, tive acesso e li essa reportagem esta manhã. Ai fiquei pensando sobre as dificuldade de narrar.Que o Brasil vive intenso retrocesso é evidente em todos os níveis. Eu, como historiadora, sinto melhor como isso acontece na possibilidade/impossibilidade de narrar.
Sempre relato que durante minha graduação em História (1999-2003) não era comum se falar no período da recente Ditadura civil-militar, e eu entendia que isso acontecia por muitos motivos como: os arquivos que sustentariam as pesquisas estavam bloqueados; os possíveis relatos ou depoimentos vinham carregados de diversas camadas de trauma, o que dificultaria sua análise; tudo era era muito recente e os envolvidos ainda viviam e era interessante anular essa narrativa por tempo indeterminado;e muitos outros motivos.
Mas nos anos 2000, enquanto esse episódio ainda espinhoso da nossa História continuava tabu, alguma especie de resgate dessa possibilidade de narrar começou a aparecer quando os arquivos foram abertos pela lei do Direito a Informação e isso permitiu que pesquisas fossem feitas;uma ex militante foi eleita presidenta; instauro-se a Comissão Nacional da Verdade que embora tenha sido aceita com a condição de não anulação da Lei da Anistia de 1979 e portanto não previa a punição dos envolvidos (o que é um absurdo insustentável, mas a gente vai fazendo o possível para não deixar de fazer, sabe?), mas ela nos forneceu acesso à maior quantidade de informações sobre o período até agora alcançado. Era possível pesquisar e narrar aquele período.
Hoje, quando estamos em meio a outro golpe de Estado e no meio de um retrocesso sem fim, eu já não vejo essa possibilidade. Lamentável. Essa matéria que postei acima é de 2013, o período mais fértil para as pesquisas históricas sobre o tema e lendo o texto, relembrando os vídeos e as histórias nele citados (que conheci através do material de divulgação da Comissão da Verdade), reflito sobre o fato de termos voltado à situação da impossibilidade de narrar neste país, o que torna a minha profissão de historiadora ainda mais difícil e valiosa e minha boca muito amarga.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Futebol na música de Jorge Ben



"TROCA TROCA”, provavelmente a única música que tem um dirigente de clube como personagem central.No caso, o cartola era FRANCISCO HORTA, que na época presidiu o FLUMINENSE e causou uma revolução no futebol carioca ao estimular a troca de jogadores entre os grandes clubes do RIO, em vez de contratações milionárias." 
(FONTE  : http://wp.clicrbs.com.br/futebolnopaisdamusica/2014/10/15/o-troca-troca-de-jorge-ben-jor/?topo=52)

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

PEDRO BLOCH: UM ESCREVINHADOR DE CRIANÇA


PEDRO BLOCH: UM ESCREVINHADOR DE CRIANÇA
"O mundo infantil é cheio de mistério e poesia, suspense e humor. (..) Seria de desejar que todos os pais guardassem as frases mais expressivas dos filhos, como verdadeiros tesouros. Mas o que ocorre, normalmente, é que se conserva um flagrante fotográfico inexpressivo ou uma botinha, um boneco uma mecha de cabelo. Quase nunca percebe que o que a criança diz, em suas diferentes fases, são pedacinhos de alma dessa criança." 
(BLOCH, Pedro. 'Criança diz cada uma!', 1963, p. 1)