Mais um presente que a quarentena me deu! Quando que eu ia ouvir os meus novos autores queridos falando ao mesmo tempo e poder até conversar com eles por pergunta e resposta no site. Momentos únicos!
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Para ambos os atores, os mais comentados da leitura contemporânea, foi lindo saber o quanto Érico Veríssimo (cujo acervo está aos cuidados do IMS) foi forte referência, para Itamar pela questão da lavoura e para Scott, por serem dois autores gaúchos.
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ITAMAR : Obra de Érico traz questões que não se esgotam, fala de Cruz Alta, de Porto Alegre, mas para tratar de questões humanas: Sul era personagem, não apenas cenário.
O tempo e o vento é obra mosaico, começa tratando da fundação nos 1700, história do desbravamento e pois debate político: o importante é o conjunto da imensa saga.
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SCOTT: Quando era adolescente sentiu que a vida não fazia mais sentido, e que talvez isso se resolvesse se ele fosse um escritor, mas ele sabia que não tinha talento para tando, então uma amiga recomendou que ele imaginasse estar tendo um diálogo com um autor importante para o RS e ele pensou logo numa conversa com Érico, uma grande referência.
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Scott trouxe a questão de como alguns autores muito lidos, como o Érico ou o Jorge Amado, são praticamente ignorados pelos críticos acadêmicos, e como até mesmo os estudantes de letras são levados a abandonar a leitura de autores muito populares e, com isso, perdem muito.
Eu lembrei, e cheguei a comentar no chat, que ao contrário do curso de letras, dentre os historiadores já se tentava fazer leituras históricas da oba de Érico, até coloquei a referência de um livro que eu vou querer ler, assim que eu reler o Tempo e o Vento :
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ÉRICO VERÍSSIMO: O ROMANCE DA HISTÓRIA. De: Sandra Jatahy Pesavento, Jacques Leenhardt, Lígia Chiappini, Flávio Aguiar. Editora: Nova Alexandria. |
ÉRICO VERÍSSIMO: O ROMANCE DA HISTÓRIA. De: Sandra Jatahy Pesavento, Jacques Leenhardt, Lígia Chiappini, Flávio Aguiar. Editora: Nova Alexandria.
Ficou a dica! Amo!
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Mas o melhor momento mesmo foi esse :
Não é uma resposta linda? Melhor do que eu esperava.
Disse também que personagens de O tempo e o vento fazem parte do seu imaginário de escritor e quando quis escrever um personagem neutro, chamou de "A. Terra", referência a Ana Terra. Ele também disse que em sua casa na chapada, no fim da tarde, parece que ouve os sons dos ventos, da roca dos Terra Cambará.
Agora estou escrevendo aqui, fico tão feliz com esses diálogos, vocês nem sabem. Eu achei linda a resposta e fiquei tão feliz de dialogar com os autores, mesmo na enlouquecedora quarentena, obrigada vida!
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Ao final Paulo Scott, com aquele delicioso sotaque gaúcho, nos deu uma dica para a vida:
"SOBREVIVER DEMORA" Paulo Scott