os tecidos
Parte 1 - Na primeira parte Aiwan
mergulha no universo dos tecidos e das estampas, dos processos tradicionais de
estamparia a partir da cera, das diferentes imagens e histórias que cada tecido
podia contar em diversos lugares de África. É muito bonito, nos dá a sensação de que estamos em contato com o que
poderia ser uma espécie de berço daquela cultura. Mas estamos todos cientes de
que , talvez, essa sensação possa ter sido forjada pelos colonizadores,
entretanto estas continuam representando, no mundo todo, o reconhecimento
de uma identidade africana. | algumas alunas de costura da avó de Aiwan
Parte 2 - Na segunda parte Aiwan
vai em busca de detalhes das suas próprias raízes na Nigéria, tem uma emocionante
conversa com sua avó, que lhe conta sobre como foi quando começou a
costurar e ensinar outras mulher e e
meninas a costurar, há muitas décadas e sobre como as alunas eram tantas que
ela nem podia se lembrar, individualmente, de nenhuma. Nesta parte conseguimos
entender como era quando as mulheres ainda tinham poder de troca , inclusive
com os colonizadores, e como aqueles
tecidos e estampas foram, na verdade, o
resultado de um processo de criação entre ambas as partes, ainda que essas
roupas sejam usadas, cotidianamente, mais entre as africanas.o castelo de Elmina
Parte 3 – Na terceira parte a
diretora Aiwan e a produtora Natuley Smalle vão em busca da história dos seus antepassados,
para tentar responder à pergunta : o que diriam se estivessem diante de seus ancestrais
. Nessa jornada chegam até o Castelo de Elimina, um dos locais onde ficavam
confinadas as pessoas antes de serem levadas à América ou ao Caribe para serem
escravizadas em plantações de algodão. O contato com o doloroso ambiente marcado
pelas dores da escravidão as surpreenderam, pois ambas supunham que sentiram muita raiva, e que seu grito
militante em favor das causas negras seria o que mais gritaria naquela visita,
no entanto o que elas sentiram foi mesmo muita tristeza, por tudo. Me identifiquei bastante com as palavras de Natuley
Smalle, quando ela se questiona como é possível que negros procurem redenção em
igrejas, em religiões organizadas, como se não pudessem ouvir os gemidos e
gritos dos seus antepassados enterrados debaixo daqueles prédios. Para ela, e
também para mim, não dá para separar as coisas assim. Dureza.
Que filme
interessante! Quantas coisas ainda temos que aprender sobre a África!
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