Gombrich trabalha sempre com a idéia de representação como produtora de "substitutos" da realidade- com a ajuda da imaginação criadora, que tem função de comunicar- pois “toda imagem será de algum modo sintomática de seu criador, mas pensá-la como uma fotografia de uma realidade preexistente é compreender mal todo o processo de feitura de imagens(...) na linguagem do quadro de criança, continua a ser reconhecida a função psicológica da ‘representação’. A criança recusará uma boneca perfeitamente naturalista em favor de alguma ‘bruxa’ monstruosamente ‘abstrata’ que seja mais ‘fofinha. É possível até mesmo que prescinda totalmente do elemento ‘forma’ e tome o travesseiro ou o edredom por sua chupeta predileta-um substituto ao qual quer entregar o seu amor. Mais tarde na vida, dizem os psicanalistas, pode entregar esse mesmo amor a alguém vivo, digno ou indigno dele."
E.H. Gombrich. Meditações sobre um cavalinho de pau. P. 04)
Isso é lindo, não é?