quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Meditações sobre um cavalinho de pau E.H. Gombrich

Foi Carlo Ginzburg, em seus livros Mitos Emblemas sinais e Olhos de Madeira (Ginzburg, 2005; 2007) que indicou um caminho remeteu às idéias de E.H. Gombrich, em seu texto Meditações sobre um cavalinho de pau, como um caminho possível de decifração de imagens pelo historiador. Em meu doutorado, pretendo interpretar símbolos referentes à infância não sónos textos escritos de Guimarães Rosa, mas também coleção de desenhos produzida em sua correspondência com as netas.
Gombrich trabalha sempre com a idéia de representação como produtora de "substitutos" da realidade- com a ajuda da imaginação criadora, que tem função de comunicar- pois “toda imagem será de algum modo sintomática de seu criador, mas pensá-la como uma fotografia de uma realidade preexistente é compreender mal todo o processo de feitura de imagens(...) na linguagem do quadro de criança, continua a ser reconhecida a função psicológica da ‘representação’. A criança recusará uma boneca perfeitamente naturalista em favor de alguma ‘bruxa’ monstruosamente ‘abstrata’ que seja mais ‘fofinha. É possível até mesmo que prescinda totalmente do elemento ‘forma’ e tome o travesseiro ou o edredom por sua chupeta predileta-um substituto ao qual quer entregar o seu amor. Mais tarde na vida, dizem os psicanalistas, pode entregar esse mesmo amor a alguém vivo, digno ou indigno dele."

E.H. Gombrich. Meditações sobre um cavalinho de pau. P. 04)

Isso é lindo, não é?

Rio rio rio, pondo perpétuo...