Pensando em uma História da criança, que levem em conta suas vivências, narrativas, experiências e valores, achei essa citação da contracapa desse livro sublime (destaques meus) :
"Brincadeiras, bordados, avós e netos se encontram no caminho construído pela dimensão criativa, expressiva e lúdica que ultrapassa o enredamento da vida comum. Os encontros entre gerações para brincar CRIAM UM TEMPO DE SUSPENSÃO DAS AMARRAS SOCIAIS VOLTADAS PARA O UTILITARISMO E ABREM ESPAÇOS PARA A REITERAÇÃO E O EXTRAORDINÁRIO ENVOLTOS NO MISTÉRIO DO DOMÍNIO DO CONHECIMENTO E NO FASCÍNIO DO IMPROVÁVEL, NUMA TRAMA DE DIVERTIMENTO, COMICIDADE E IMAGINAÇÃO. Entre gerações, as brincadeiras preservadas na memória permitem realizar o desejo de estar juntos, explorando tessituras que confrontam o certo e o incerto, ordem e a desordem na busca do belo, mas também e muitas vezes a prazerosa repetição do mesmo. Benjamin nos ensina que as crianças (próximas aos mágicos e aos loucos), refazem a história de cada peça, pedra, toco, retalho e resto. Bordadeiras também. Brincadeiras oferecem aos avós, chances redobradas de rebordar a vida nos encontros com seus netos."
(Eloisa Acires Candal Rocha.Contracapa de EVANGELISTA, Olinda; DURAN, Olga (org). Netos e avós, memórias de brincadeiras. UEM: Maringá. 2015. Netos e avós, memórias de brincadeiras. UEM: Maringá. 2015)
Vejamos, quando netos e avós criam um tempo próprio de convivência e diversão, estão modelando o tempo, criando suas próprias Histórias, a partir do compartilhamento cultural. Para mim, que sou uma historiadora da área de Teoria, isso é precioso.