sábado, 26 de setembro de 2020

Resgate da dissertação

 



Ontem fiz uma live bate papo com o Fernando Costa no Instagram. Falei um pouco da minha trajetória como pesquisadora, como leitora  e como ouvinte. Dentre outras coisas mostrei minha dissertação de mestrado, trabalho que salvou minha vida em 2005, mas que depois da defesa em 2009 eu sempre rejeitei. Coloquei na cabeça que não foi tão bem feito como foi a tese, que eu não sabia escrever, etc. O fato é que sobre ela não publiquei nada, ela ficou  escondida. Agora em outubro, 11 anos depois, vou ministrar um minicurso online sobre ela na Semana de História da Unesp/Assis e estou pesquisando aquele trabalho. É sobre Guimarães Rosa,mas é profundamente histórico, ou melhor, historiografico e, nas condições que foi feito (tive que inventar uma metodologia para falar de História a partir de um escritor que a renegava o tempo todo e, além disso, havia muita instabilidade de saúde), hoje acho que o resultado foi um primor. Como os humilhados um dia serão exaltados, mostro ela aqui, nessa encadernação vermelha  lindíssima, pois tenho orgulho de tê-la escrito.

A TRAVESSIA ∞ - Assistindo ao vídeo da defesa da minha dissertação, eu estava toda de amarelo. Willi Bolle, na banca, não deixou de comentar que eu estava vestida como se fosse para uma festa. E era mesmo, toda trabalhada no amarelo! E era porque só eu sabia que entre 2005, quando comecei o mestrado e 2009, quando defendi, a EM não esteve controlada o tempo todo como está hoje, a todo momento eu achava que poderia não mais conseguir fazer nada (não esqueço que em 2006, quando tive minha última crise até hoje, ela aconteceu em uma aula, quando perdi a coordenação motora para escrever! A qualquer hora podia acontecer). Então, para mim, aquela era a maior festa da vida: Eu tinha conseguido! Graças a Deus, a mamãe Oxum e ao Guimarães Rosa, que me lembrou todo o tempo que "o real não está
na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da
travessia. " ∞
E foi uma longa travessia, só tenho a agradecer à vida !

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