Entre 31 de agosto e 02 de
setembro de 2018 o SESC Vila Mariana promoveu uma mini turnê em comemoração
pelos quarenta anos do disco Clube da Esquina 2 (1978), em três shows de Wagner
Tiso e Flávio Venturini, com convidados : Toninho Horta, Nelson Ângelo e Zé
Renato.
O disco de Milton Nascimento,
como o primeiro Clube da Esquina, em parceria com Lô Borges de 1972, contou com
a presença de um extenso grupo de músicos, todos aglutinados em torno de
Milton, o grande guru do Movimento Musical.
No curso que assisti sobre o Clube da Esquina, a
partir do artigo sensacional “Nada ficou como antes” do professor Ivan Vilela
só foi abordado o primeiro disco e suas saídas musicais criativas, apesar de
nós pedirmos muito para falar do disco 2, para Vilela o segundo disco não
apresentava novidades frescas como o primeiro, seria apenas uma celebração da
ideia daquele movimento musical. Se é verdade ou se é mentira, o certo é que em
determinado momento do curso Vilela, que propunha um método auditivo para
tratar das canções, separou três minutos e meio para ouvirmos a segunda
faixa do segundo disco, ” Nascente” na voz de Milton Nascimento, e todos
ficamos extasiados e emocionados.
O fato é que o disco Clube da
Esquina 2, tanto quando o primeiro disco de 1972, tem seu lugar definido na
memória afetiva e musical dos admiradores
da música mineira daquele álbum composto por vinte e duas faixas e
tantas delas foram interpretadas no show. Como eu tenho o álbum todo preservado
na memória, percebi que não foram interpretadas as faixas mais tristes do disco
(que é também fruto da ditadura, como todo o Clube da Esquina), como “Olho
dágua”, “e daí?”, “cancion por la unidad de latino America”, “Dona Oimpya”, “a
sede do peixe”(essa é outra do meu coração porque tem Rosa),”Toshiro” e “que
bom amigo”(que se eu escutasse ao vivo iria soluçar!)...
Além de boa quantidade de canções
do disco, tocaram músicas simbólicas que estão no primeiro disco como “Clube da Esquina 2”, “Paisagem na janela”
, esta a única que a plateia, visivelmente não composta apenas de clubeiros
(senti isso porque sempre vou a shows do
clubem sei como é quando tem clubeiros) pareceu
cantar com força).
Em geral, Wagner Tiso brilhou no
piano nos arranjos para uma banda muito boa executar e todos se
emocionaram muito. Uma canção, “o que foi feito devera” foi tocada duas
vezes e apesar de ter esquecido algumas
letras, Flavio Venturini se saiu até que bem interpretando as clássicas do
Bituca. Foi el quem contou a anedota mais
saborosa: quando o disco foi lançado, em 1978, a música de trabalho que puxava
o álbum foi a sua composição “Nascente”, que já tinha sido gravada pelo Beto
Gudes no seu primeiro disco “A página do relâmpago elétrico” (‘977), mas na voz
do Bituca tornou-se definitiva. Achei interessante porque hoje, como o Clube da
Esquina 1 e 2 são álbuns clássicos, nunca pensei em quais teriam sido suas músicas de divulgação ...
Como sempre, super valeu ouvir
música mineira, que eu amo, e estar entre clubeiros...
Agradecimento final |