segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Show dos 40 anos do disco Clube da Esquina 2


Entre 31 de agosto e 02 de setembro de 2018 o SESC Vila Mariana promoveu uma mini turnê em comemoração pelos quarenta anos do disco Clube da Esquina 2 (1978), em três shows de Wagner Tiso e Flávio Venturini, com convidados : Toninho Horta, Nelson Ângelo e Zé Renato.
O disco de Milton Nascimento, como o primeiro Clube da Esquina, em parceria com Lô Borges de 1972, contou com a presença de um extenso grupo de músicos, todos aglutinados em torno de Milton, o grande guru do Movimento Musical.
No  curso que assisti sobre o Clube da Esquina, a partir do artigo sensacional “Nada ficou como antes” do professor Ivan Vilela só foi abordado o primeiro disco e suas saídas musicais criativas, apesar de nós pedirmos muito para falar do disco 2, para Vilela o segundo disco não apresentava novidades frescas como o primeiro, seria apenas uma celebração da ideia daquele movimento musical. Se é verdade ou se é mentira, o certo é que em determinado momento do curso Vilela, que propunha um método auditivo para tratar das canções,  separou  três minutos e meio para ouvirmos a segunda faixa do segundo disco, ” Nascente” na voz de Milton Nascimento, e todos ficamos extasiados e emocionados.
O fato é que o disco Clube da Esquina 2, tanto quando o primeiro disco de 1972, tem seu lugar definido na memória afetiva e musical dos admiradores  da música mineira daquele álbum composto por vinte e duas faixas e tantas delas foram interpretadas no show. Como eu tenho o álbum todo preservado na memória, percebi que não foram interpretadas as faixas mais tristes do disco (que é também fruto da ditadura, como todo o Clube da Esquina), como “Olho dágua”, “e daí?”, “cancion por la unidad de latino America”, “Dona Oimpya”, “a sede do peixe”(essa é outra do meu coração porque tem Rosa),”Toshiro” e “que bom amigo”(que se eu escutasse ao vivo iria soluçar!)...
Além de boa quantidade de canções do disco, tocaram músicas simbólicas que estão no primeiro disco  como “Clube da Esquina 2”, “Paisagem na janela” , esta a única que a plateia, visivelmente não composta apenas de clubeiros (senti  isso porque sempre vou a shows do clubem sei como é quando tem clubeiros)  pareceu cantar com força).

Em geral, Wagner Tiso brilhou no piano  nos arranjos  para uma banda muito boa executar e todos se emocionaram muito. Uma canção, “o que foi feito devera” foi tocada duas vezes  e apesar de ter esquecido algumas letras, Flavio Venturini se saiu até que bem interpretando as clássicas do Bituca. Foi el quem contou a anedota  mais saborosa: quando o disco foi lançado, em 1978, a música de trabalho que puxava o álbum foi a sua composição “Nascente”, que já tinha sido gravada pelo Beto Gudes no seu primeiro disco “A página do relâmpago elétrico” (‘977), mas na voz do Bituca tornou-se definitiva. Achei interessante porque hoje, como o Clube da Esquina 1 e 2 são álbuns clássicos, nunca pensei em quais  teriam  sido suas músicas de divulgação ...  
Como sempre, super valeu ouvir música mineira, que eu amo, e estar entre clubeiros...
Agradecimento final