segunda-feira, 18 de abril de 2022

As protagonistas de Jorge Amado

 


Esse mês terminei algo a  que me propus: ler os quatro romances com protagonistas mulheres criadas por  Jorge Amado, a saber : Gabriela Cravo e Canela (1958), Dona Flor e seus dois maridos (1966), Tereza Batista cansada de Guerra (1972) e Tieta do Agreste (1977).   Só me faltava o Gabriela Cravo e Canela (1958), justamente o primeiro.

Se não me engano, acho que o primeiro que li o Dona Flor, ainda adolescente, mas depois reli em 2020, nos primeiros tempos da quarentena, e amei! Amo Flor, doce, determinada, apaixonada, é um mulherão. Claro que para sustentar essa personagem grande, Jorge construiu uma das suas melhores narrativas, envolvendo gente, orixás, encantados e muita comida boa! Como mulher, acho a Flor a melhor construção de Jorge, eu a admiro tanto! Lutou, trabalhou , criou sua escola, seu curso, e com isso se pode sustentar, sozinha, a si mesma e a seu amor e desejo por aqueles dois maridos. Palmas para ela!

Depois li Tieta, leitura mais dificultosa, embora ainda muito divertida. Tieta é bem um mulher de Jorge, se sustenta, deu a volta por cima, voltou à cidade atrasada onde nasceu e provocou um escarcéu.

Tereza Batista conheci esse ano, amei! Literariamente é o melhor livro dos quatro. Tereza tem um pouco de todas as outras, sua história é narrada em cordeis e ela própria é definida como uma heroína de cordel, guerreira, bonita, romântica! Que livro, meus amigos, super recomendo , inclusive, recomendo as edições da Martins, com ilustrações belas e edições maravilhosas.

Já Gabriela, de cheiro de  cravo e cor de canela, sempre com flor no cabelo, embora seja a com quem mais me identifique nos detalhes, como mulher eu  achei a mais fraca de todas.  Está certo que as adaptações só a empobreceram, na medida em que enfraqueceram o enredo do romance, que é altamente politico, mas vale lembrar que até a determinada  Malvina, personagem secundária, parece ser mais uma típica mulher criada por Jorge do que Gabi.

Mas, em geral, achei fantástico que temos essas personagens e esse autor na literatura brasileira. Viva Jorge!