Belas imagens como :
"Como uma mãe que aperta ao peito o recém-nascido sem o acordar, assim a vida trata durante muito tempo a recordação ainda tênue da infância." (Walter Benjamin, Varandas. In:Infância berlinense 1900, trad João Barrento, p. 70.)
Ou mesmo :
"Todo mundo têm uma fada a quem podem pedir a realização de um desejo. Mas só poucos são capazes de se lembrar do desejo que formularam; e por isso só poucos reconhecem mais tarde, ao longo da vida, que o seu desejo foi satisfeito. (...) " Walter Benjamin, Manhã de inverno.In:Infância berlinense 1900, trad João Barrento, p. 82-3.
Inclusive, sobre esta imagem, achei neste link uma figura com ele todinha :
E, voltando ao livo, pude reler uma das mais belas :
Walter Benjamin, A Meia.In:Infância berlinense 1900, trad João Barrento, p. 101.
"nada me dava mais prazer do que enfiar a mão por elas adentro, o mais fundo possível. Não o fazia para lhes sentir o calor. O que me atraia para aquelas profundezas era antes 'o que eu trazia comigo', na mão que descia ao seu interior enrolado... "
Bela, cotidiana, sensual, literária,poética, histórica, psicanalítica, filosófica, infantil... tudo isso que Benjamin via onde muitos de nós enxerga só uma criança e seus afazeres...
Na minha opinião esta é uma das imagens mais sublimes de Benjamin:
"nada me dava mais prazer do que enfiar a mão por elas adentro, o mais fundo possível. Não o fazia para lhes sentir o calor. O que me atraia para aquelas profundezas era antes 'o que eu trazia comigo', na mão que descia ao seu interior enrolado... "
Bela, cotidiana, sensual, literária,poética, histórica, psicanalítica, filosófica, infantil... tudo isso que Benjamin via onde muitos de nós enxerga só uma criança e seus afazeres...
Mas como Benjamin não para de abrir caminhos para pensar o tempo e a criança (em outras palavras, em História e Infância), vou lendo e garimpando preciosidades como esta descrição de um adulto do seu sentimento ao ter sido uma criança constantemente doente:
Walter Benjamin, A Febre.In:Infância berlinense 1900, trad João Barrento, p. 88.
Como vimos no trecho acima, quando fala da infância,Benjamin é profundamente proustiano ao abrir seu repertório de sensações. Neste, talvez o diálogo mais direto seja com Henri Bergson e a ideia de tempo como duração (durée), e portanto uma dialética com o espaço e as atuações cotidianas...
Só uma pergunta: dá para não amar?