sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Sexta Feira 13, pacto faustico e a proteção dos símbolos místicos



Ontem, sexta feira 13 de agosto de 2021, eu iria participar de mais uma edição virtual do Sarau dos 13 Contos Malditos. Ia falar do pacto faustico na literatura e preparei até um vídeo com a leitura de trecho do Grande Sertão: Veredas.



Estava tudo bem, era apenas uma citação, convocando as pessoas para ler a obra toda, ia dizer mais ou menos o seguinte, entes de mostrar o vídeo :

Nesta sexta 13 trago a este sarau o mito de Fausto, que é uma lenda alemã medieval, tratando da história de um homem que  tenta firmar um pacto com o diabo para se tornar mais forte, poderoso ou corajoso. 

Esta história foi retomada por muitas obras posteriores, tornando-se um mito literário. Duas das mais importantes obras da literatura mundial que retomam esse mito são o Fausto, peça teatral de Goethe, do fim do século XVIII e depois o romance Doutor Faustus, de Thomans Mann, de 1947.

Em 1956, Guimarães Rosa publicou sua obra prima Grande Sertão: veredas e ele, grande admirador da cultura germâninica, faz ressurgir o pacto faustico em seu sertão mítico, quando o protagonista, o jagunço Riobaldo, tenta firmar um pacto com o demo nas veredas(fios de água) mortas, que é uma grande encruzilhada de  veredas, porém,  na cena do pacto Ele, "o dado, o danado" não aparece materialmente, deixando a dúvida sobre se o pacto foi ou não firmado. Mas  Riobaldo sente que foi ouvido, e no romance, ele passa a se tornar cada vez mais poderoso e corajoso.

Trago este trecho para convidar a todos que leiam o original de Rosa, que é uma das obras mais importantes da literatura brasileira e universal.    

Ainda que literariamente, eu is falar do demo, que é energia que não se deve evocar, ainda mais numa sexta 13, então no  dia, achei por bem me proteger bastante com símbolos positivos, a leminiscata (infinito) e os pentagramas (estrelas de 5 pontas),  os mesmos que Rosa utilizava em seus cadernos para proteger seus escritos. 



E não é que deu certo? Quando chegou quase na hora de eu falar do tal mito literário, a conexão caiu e o Sarau acabou. 

 "coisas assim a gente não pega nem abarca. Cabem é no brilho da noite. Aragem do sagrado. Absolutas estrelas." Guimarães Rosa. GS:V