segunda-feira, 18 de abril de 2011

Debate Claudio Manuel da Costa

Além da autora Laura de Mello e Souza o debate contará com as participações dos professores Sérgio Alcides e Sérgio Miceli

Crianças que estão no limiar da liguagem



Eu ADORO este vídeo! Das 20 milhões de internautas que o assistiram, eu sou uma que reve toda hora: É muito fofo!
Eu achei um site onde alguns especialistas comentam de forma maravilhosa, colo aqui o texto do site :

Especialistas decifram conversa de gémeos de ano e meio

quinta-feira, 31 de Março de 2011 15:53
O vídeo de Sam e Ren, de 18 meses, numa animada "conversa", com interacção gestual e troca de palavras em linguagem de bebés, está a fazer sucesso na Internet.

A "conversa", dividida em dois vídeos, foi colocada online no Youtube pela mãe dos gémeos e proporcionou alguns minutos de diversão e entretenimento a vários milhões de internautas.

O que estava a ser encarado como um vídeo ligeiro adequado a uma mini-pausa laboral ou a uma momento de descontracção em casa, foi encarado de forma mais séria pelo canal de televisão norte-americano ABC.

"Estas crianças estão no limiar da linguagem", disse Stephen Camarata, professor de Ciências da audição e fala no Vanderbilt Kennedy Center, em Nashville, Tennessee, EUA. Em vez de produzir palavras, os gémeos estão a fazer sons diferentes, no tom e ao ritmo da fala.

"Estão a usar padrões de entoação de frases - imitando frases de uma forma rudimentar," observou Camarata. "É uma forma das crianças aprenderem a falar", acrescentou, em declarações à ABC.

"Antes mesmo de conhecerem as palavras, sabem como funciona a conversação", argumentou Roberta Golinkoff, professora de educação e directora do projecto de linguagem infantil na Universidade de Delaware em Newark, EUA. "Estão a produzir sílabas enfaticamente e a usá-las para comunicar", acrescentou, também à BBC. "Estão a divertir-se muito", observou Roberta Golinkoff.

"Estão a rir, a sorrir e a imitar," disse Camarata. "Com os gémeos, temos duas crianças com o mesmo nível de desenvolvimento a avançar e recuar, divertindo-se muito", acrescentou.

Apesar do léxico restrito, Sam e Ren têm uma compreensão partilhada do assunto em questão. "Comparo isto com o entendimento partilhado que vemos muitas vezes em casais - estão muito próximos, por isso algumas coisas não precisam ser ditas", argumentou Karen Thorpe, professora de Psicologia e Aconselhamento na Universidade de Queensland, na Austrália.

Em casos raros, os gémeos podem desenvolver e aprimorar uma língua secreta, que só eles compreendem. Um problema para Catherine Brady, mãe dos gémeos idênticos Grant e Landon Austin, que completam cinco anos em Agosto.

"Eles inventam palavras que ambos usam, mas nunca foi capaz de discernir um vocabulário distinto", disse Catherine Brady, considerando que os filhos falam em "gemeês".

Um problema que não se coloca, por agora, à mãe de Sam e Ren, que vai contando as aventuras dos filhos no site “Twin Mama Rama”, www.twinmamarama.com, as “Aventuras de uma mãe gémea a criar dois rapazes gémeos”.

domingo, 17 de abril de 2011

Mira Schendel: a busca pelo antes do sentido


Nascida na Suíça e radicada no Brasil, Mira Schendel (1919-1988), artista que com suas monotipias , ou 'grafias no ar'. Em sua arte Mira utiliza datilografia ou adesivos para fazer aquilo que não são poemas, mas sim um regresso ao nascimento das línguas e das letras, a partir do ingresso em um vazio enquanto signo. Eu acho que a procura de Mira pelo que havia antes do sentido é o estabelecimento de uma outra relação entre escritura e pintura, pois se aproxima mais de uma espécie de rasura da escrita e isso me parece ser mais uma expressão da crise da linguagem. Será?

terça-feira, 12 de abril de 2011

Fita Verde no Cabelo - a nova velha estória


Comprei o livronho Fita Verde no Cabelo, de Guimarães Rosa.
A edição, de 1992, foi pensada em comemoração aos 25 anos da morte do autor.
Alguém entende este desenho de lobo?:

Na leitura proposta nesta edição, o público alvo é o público jovem, o que é expresso claramente nas sensacionais ilustrações de Roger Mello. Aqui fica mais claro, os lenhadores exterminaram o lobo, mas na ilustração, eles mesmos também eram lobos:

O livro é uma gracinha, recomendo!

Probelmas de uma pesquisadora

Aquivo do IEB fechado, sem previsão de quando vai voltar a funcionar. Enquantro isso as pesquisas todas (inclusive as minhas) estão paradas. Tudo por causa de uma descupinização mal feita. A qualquer momento a USP entra em greve e ai o arquivo fica fechado de novo... Como é possível a um pesquisador trabalhar em sua pesquisa naquele INSTITUTO?

terça-feira, 5 de abril de 2011

NOVIDADES DA COMUNIDADE CURVAS DO GAVIÃO (coisas do Elomar)

Recebi um texto deles por e-mail:

“Esperamos que a imagem traga a informação complementar que torne o Auto mais compreensível. É uma obra difícil e tem de ser acompanhada com libreto, pois é quase um dialeto, um ‘sertanês", completa.

Os bonecos são todos manipulados por técnicas com as quais o grupo já está habituado: de balcão (os menores), habitáveis (como são chamados os gigantes) e pantins (bidimensionais). Nessa área, a novidade ficará por conta do sistema de iluminação móvel que está sendo testado para alguns bonecos. “Como a cena dos bonecos convive com a cena musical, é preciso ter cuidado com os equipamentos. O espaço fica mais limitado e um descuido dos marionetistas pode desplugar um cabo, por exemplo. Por outro lado, os bonecos não podem ficar expostos à luz, o que desvenda a presença do marionetista”, observa Marcos. Os bonecos gigantes são os que mais se locomovem e, por isso, deverão ter sistema próprio de iluminação.

Amor e morte
A história de Auto da Catingueira

Composta de prólogo (“Bespa”) e cinco atos (“Da catingueira”, “Dos labutos”, “Das visage e das latunia”, “Do pidido” e “Das violas da morte”) a obra, com 790 versos, é construída em linguagem dialetal, com regionalismos nordestinos que se fundem com a forma de origens clássicas da composição. Narra a saga da bela pastora de cabras Dassanta e as paixões que inspirou. Depois da apresentação dos personagens, com seus modos de vida, angústias e desejos, o auto chega ao duelo pelo amor de Dassanta: em vez de armas, o espectador presencia uma disputa de violas, num desfile de mais de uma dúzia de estilos musicais diferentes, como a parcela, o coco voltado e a tirana, todos eles quase extintos.

Uma das mais importantes obras do compositor baiano Elomar, a ópera Auto da Catingueira foi lançada num álbum duplo em 1983 e teve várias de suas faixas gravadas separadamente em outros discos do artista – anteriores e posteriores. Além disso, várias delas foram interpretadas (avulsas) por ele em seus concertos e cantorias. No entanto, dias 16 e 17 deste mês ela será apresentada pela primeira vez e de forma integral no palco, permitindo que suas intenções originais – cênicas, poéticas e musicais – sejam agora percebidas de maneira completa. A estreia será no Grande Teatro do Palácio das Artes, em Belo Horizonte.

No momento, parte das atenções se voltam para a oficina do grupo de teatro de bonecos Giramundo, na capital mineira. Lá estão sendo finalizados os 16 bonecos que fazem parte do elenco e que darão vida a personagens como Dassanta, Lobisomem, Cantador do Nordeste, o tropeiro Chico das Chagas e o Cego cantador. Os trabalhos começaram há cerca de dois meses, envolvendo isopor, madeira e papel craft, entre outros itens. Metade dos bonecos ficará com cor e textura dos materiais empregados. “A intenção é valorizar mais a forma do que a cor, colorindo os bonecos com a luz. O Auto não é o mundo do ornamento”, explica Marcos Malafaia, diretor da companhia, criador dos bonecos e preparador de cena.

O espetáculo, que conta com direção geral do próprio Elomar, tem direção de cena de João das Neves e direção musical de João Omar, filho do compositor. O elenco musical conta com nomes que participaram das gravações originais: Xangai (Cantador do Nordeste), Dércio Marques (Chico das Chagas) e Marcelo Bernardes (flauta). A escolha do personagem-chave, Dassanta, foi feita pelo próprio Elomar em audição, sendo que duas cantoras dividirão o papel: Luciana Monteiro e a argentina Cecilia Stanzione. Completam o time Ocelo Mendonça (violoncelo), João Omar (violão) e Saulo Laranjeira (narração). Na ocasião, será gravado um DVD. O produtor Mário de Aratanha e o cantor Xangai são os patronos da ideia.

Nova equipe
Esta é a primeira vez que o Giramundo trabalha em parceria com grupo formado por ex-integrantes da companhia. Neste caso, trata-se do Terno Teatro (Camila Polatsheck, Paulo Emílio Rocha Luz, Márcio Antonio de Miranda e Fabíola Rosa), responsável pela construção e manipulação dos bonecos – a criação e supervisão estão a cargo de Marcos Malafaia. “Vamos investir nisso para compor equipes diferentes, cada uma para um perfil de projeto. Isso aumenta a possibilidade de participarmos de mais produções e de maneira controlada”, afirma o diretor do Giramundo. Por questão de custo, a equipe do grupo, antes composta por 50 pessoas, hoje foi reduzida para 10.

Sertanês
Por enquanto, marionetistas, instrumentistas, cantores, iluminadores, cenógrafos e narrador trabalham separadamente. Somente no dia 6 é que todos os envolvidos se encontrarão para série de oito ensaios coletivos no Teatro Dom Silvério. “Conhecia as músicas mais famosas do Elomar, do rádio e da época da faculdade. Foi uma surpresa grande estudar a fundo o Auto. É daquele tipo de obra que quanto mais conhecemos, mais lados e virtudes descobrimos. É como uma caixa que se desdobra. Traduziremos isso de maneira visual. Além disso, é um privilégio poder trabalhar com o autor”, conta Marcos Malafaia.

Elomar, que recebeu a equipe na Casa dos Carneiros, propriedade rural onde mora, na caatinga baiana, promoveu lá uma audição comentada do Auto da catingueira. Assim, expôs suas intenções em relação à montagem e eliminou quaisquer dúvidas em relação à linguagem, baseada no português rústico falado no sertão, recriado poeticamente. “Ele fez pedidos de personagens dos quais faz questão e percebemos que o que ele queria era traduzir em imagens o aspecto fantástico da obra, com arquétipos. Daí o interesse dele pelos nossos bonecos. Ficaria incompleto se fossem humanos atuando”, esclarece o diretor do Giramundo.


Essa não é a primeira vez que o grupo trabalha lado a lado com músicos, o que já ocorreu diversas vezes, como em A flauta mágica e O carnaval dos animais. “Agora, estamos mais próximos da música popular, como em nosso trabalho com o Pato Fu, em Música de brinquedo”, acrescenta ele. De toda forma, a música de Elomar não é o que se pode chamar exatamente de popular, marcada por elementos da música medieval e erudita, por exemplo.

Nossa! Não digo sempre que o disco "Música de Brinquedo" é uma coisa muito mais sensacional do que muita gente acha (até mesmo do que ele aparenta ser?). Essa turma do Elomar manja MUITO DE MÚSICA, assim como ele próprio...
Que bonito! Que emocionante!

domingo, 3 de abril de 2011

O LOBO e a CHAPEUZINHO AMARELO



Por "culpa" da Adélia Bezerra de Menezes eu comprei o livro Chapeuzinho amarelo, do Chico Buarque. O melhor de tudo são as ilustrações do Ziraldo!
De quantos Lobos que a gente tem medo nem existem de verdade?
Como demonstra o livro, muitas coisas são invenções da linguagem, que é malvada demais, que é o DEMO!

No show Partimpim I Adriana diz um texto assim:

Boa tarde, tem crianças na platéia? É um prazer muito grande estar cantando aqui mais uma vez , e vocês devem achar que eu digo isso em todos os lugares, em todas as tardes,e eu digo mesmo, mas aqui é verdade! A gente vai fazer uma canção que conta a história de um menino que sonhava em se tornar poeta e ele não só sonhou em se tornar um poeta, como de fato se tornou um grande, um imenso poeta, ele não só se tornou um imenso poeta, como modificou a maneira de se escrever poesia e de se escrever canções no Brasil, entre muitas outras coisas que ele modificou no Brasil. Só é possível que este espetáculo exista porque ele existiu. O nome dele era Vinicius e a história dele é assim:

O non sense em Ana Cristina César e Marcos Siscar, por Annita Costa Malufe


No dia 01 de abril eu e o Caio estivemos assistindo a palestra de Annita Costa Malufe na Casa das Rosas, muito interessante... Ao ouvir Annita falar eu senti que entrava novamente na mágica EXPERIÊNCIA DOS POEMAS. Não sei ainda se eu consegui entender tudo, mas pelo que me lembro, ela disse muitas coisas interessantes, como atentar para os os póprios momentos daquela escritura (contemporaneidade) refletem experiências posteriores àquelas que Otávio Paz chamou de "tradição da ruptura" e escrevem contra a idéia de poesia excessivamente colada a significação, porque se interessam pela desmontagem da função comunicativa da linguagem, porque é uma escritura que podemos ler como formada por lapsos e silêncios que devemos ler como quem puxa fios de possibilidades (o que nos aproxima do estado da vertigem, onde o leitor se entrega ao poema) , que é diferente de fazer uma leitura de decifração, que é mais ligada ao referencial, que foge do non sense e procura a lógica da verdade.
Por exemplo, quando Ana Cristina César retira conteúdos substantivos das frases, ela instaura a entrelinha e olaso do não-dito, que são lapsos que a nada se remetem pois são silêncios irredutíveis a nomeação também diminui a possibilidade de expressar significação e clareza. No caso de Marcos Siscar, identificamos uma espécie de pulso que desautomatiza e vai dando vida própria a linguagem, como quando, pela repetição, as palavras, referências e idéias entram em um esvaziamento de seu significado, então entramos num abismo que leva ao silêncio e a vertigem, pois podemos ver tudo como se fosse a primeira vez, onde as referências não importam mais pois o poema nos leva a um estado de instauração de sentido RENOVADO novamente, onde já não é preciso acionar o processo de ressignificação.
Claro que tudo isso pode ser melhor compreendido na leitura do livro Poéticas da imanência...
Para mim foi tudo muito imporante, de qualquer forma! Para terminar esta breve descrição, vamos ler um poeminha de cada poeta abordado nos quais lemos reflexões sobre suas poéticas, primeiro o Marcos Siscar:
Psicanálise caseira
há coisas de sobra que não dizem
há coisas que sobram no que se diz
nossa miséria é uma alegria de palavras?
E, para Ana Cristina César, destaco este aqui:
discurso fluente como ato de amor
incompatível com a tirania
do segredo

como visitar o túmulo da pessoa
amada

a literatura como clé, forma cifrada de falar da paixão que não pode ser nomeada (como numa carta fluente e 'objetiva').

a chave, a origem da literatura
o 'inconfessável' toma forma, deseja tomar forma, virar forma

mas acontece que este é também o meu sintoma, 'não conseguir falar' =
não ter posição marcada, idéias, opiniões,fala desvairada.
Só de não-ditos ou de delicadezas se faz minha conversa, e para não ficar louca e inteiramente solta neste pântano, marco para mim o
limite da paixão, e me tensiono na beira: tenho de meu (discurso)
este resíduo.

Não tenho idéias, só o contorno de uma sintaxe (= a ritmo).

EU ADOREI, E VOCÊS?

sábado, 2 de abril de 2011

Menino

"Menino é dentro. Contando dez anos em cada dedo, menino às vezes vive duas mãos. Menino é tempo, tempo para frente e para trás, eco e assovio, sombra dupla, espelho onde a imagem cresce ou diminui. Menino"

Marcus Accioly