sexta-feira, 22 de maio de 2009

I'M NOT GOOD

AMY WINEHOUSE É A NOVA CANTORA AUTO DESTRUTIVA, FUI OUVI-LA PELA PRIMEIRA VEZ NA SEMANA PASSADA E ACHEI QUE ELA SE ENCAIXA MUITO BEM AO PERFIL DOS ARTISTAS PERTURBADOS, PORQUE FAZ BEM AQUILO QUE DEVERIA FAZER, QUE É CANTAR. GOSTEI DA VOZ, COMO DIRIA O TOM ZÉ, É UMA VOZ DE NEGRA QUE CANTA R&B ... SÓ QUE A MENTE É BEM PERTURBADA... ADOREI A MÚSICA "I'M NOT GOOD"! ME IDENTIFIQUEI MUITO COM O DISCURSO "EU SOU UMA ROUBADA, ME ESQUEÇA" (RSRSRS)
AMY NÃO PERMITE QUE SE COPIE SEUS CLIPES, MAS EU ACHEI UM AO VIVO, MAS SE PUDEREM CONFIRAM O CLIPE ORIGINAL... É BEM LEGAL! PENA QUE ELA TEM FEITO MAIS SUCESSO PELOS DESASTRES QUE TEM COMITIDO CONTRA SI MESMA...

domingo, 17 de maio de 2009

MAIS UM DIA DOS NAMORADOS SOZINHA? MELHOR ASSIM!

Falta pouco menos de um mês ainda, mas as pessoas já estão no clima desse dia péssimo. No Rio de Janeiro até protesto em favor dos encalhados já foi organizado:


Achei engraçado e lembrei que no ano passado eu talvez participasse de algo assim, naquela época eu ainda achava mesmo que ia conseguir arrumar um namorado até o famigerado dia, mesmo que já naqueles tempos eu suspeitava que a dificuldade toda estava no fato dos homens terem medo de mulher,então tinha escolhido a música do Tom Zé como trilha sonora do Dia dos Namorados 2008:


Entretanto, como a gente pouco sabe do desenvolvimento do futuro, foi exatamente no dia dos namorados do ano passado que eu beijei pela primeira vez a boca que eu amei e que eu sabia também sofrer do tal medinho (no caso tratava-se de um super medo)...mas eu o quis, com todo meu ser, como nunca tinha experimentado querer nada nem ninguém em minha vida (sim, isso é possível...).... tudo acabou em drama, claro.
Esse ano eu queria muito mudar o tema do dia dos namorados, mas não deu ainda, descobri que a maioria dos homens (os inicialmente consideráveis pelo menos) continuam com medo de mulher, mas com esses eu até tenho prática, só que eu descobri, de junho de 2008 para cá, que temos também o grupo de cafajestes (digo no sentido de se esconderem atrás da pele de cordeiro e no fundo rezarem aquela mesma missa masculina de sempre "as mulheres todas acabam ajoelhando-se ao seu maravilhoso falo"...que nojo!)
Eu sabia que ainda existiam seres assim ... mas encontrei uma espécie pré-histórica dessas esses meses, num ambiente acadêmico, dá para acreditar?
Então, companheiros, eu comecei a pensar bem... gostaria, sim, de ter um namorado, mas não a qualquer preço, não mesmo.
Diferentemente do ano passado, quando eu queria mais é abrir as portas para alguém entrar em minha vida, eu tô mais magoada e temerosa, não vou morrer se estiver sozinha, porque não morri até agora, então as portas estão semi abertas... aí você pode me dizer que este ano sou eu que estou com "medo de homens", eu não acho que seria exatamente isso, eu tô é com raiva deles mesmo!
No dia dos namorados não vou comer uma barra de quilos de chocolate, nem sair com amigos, vou acabar na academia na bicicleta e na esteira até não aguentar mais, como fiz depois da minha defesa de mestrado...
Eita vida besta

quinta-feira, 7 de maio de 2009

COM DEFEITO DE FABRICAÇÃO


"O Terceiro Mundo tem uma crescente população. A maioria se transforma em uma espécie de "andróides", quase sempre analfabetos e com escassa especialização para o trabalho.Isso acontece aqui nas favelas do Rio, São Paulo e do Nordeste do país.E em toda a periferia da civilização.
Esses andróides são mais baratos que o robô operário fabricado em Alemanha e Japão. Mas revelam alguns "defeitos" inatos, como criar, pensar, dançar, sonhar; são defeitos muito perigoso para o Patrão Primeiro Mundo.
Aos olhos dele, nós, quando praticamos essas coisas por aqui, somos "andróides" COM DEFEITO DE FABRICAÇÃO.
Pensar sempre será uma afronta.
Ter idéias, compor, por exemplo, é ousar. No umbral da História, o projeto de juntar fibras vegetais e criar a arte de tecer foi uma grande ousadia. Pensar sempre será ."


TOM ZÉ

quarta-feira, 6 de maio de 2009

TOM ZÉ = MÁQUINA DE CRIATIVIDADE


Novamente eu fui ao show do Tom Zé na Virada Cultural. Desta vez eu fui equipada por todo meu amor de fã: não hesitei um momento em passar três horas e meia na fila para entrar no Teatro Municipal - enquanto rolavam outros shows que eu nunca tinha visto e gostaria muito de ver também, como o de Geraldo Azevedo -, já começaram anunciando que eu era uma tomzémaníaca. E sou.
Tinha visto o show "Estudando a Bossa" de Tom Zé no dia 15.03, no SESC Pinheiros, então eu ainda estava mais ou menos nutrida da energia que os shows dele sempre passam, e sabia que na Virada ele a apresentar o show de "Grande Liquidação", de 1968, que significa que eu ia ver a remontagem de um show projetado onze anos antes de eu nascer... uma historiadora não resiste a esses "detalhes", não é?
Fui esperando duas coisas: 1- Viajar no tempo até antes de eu sequer existir; 2- Como era um show do Tom Zé - aquele ritual energético- então também queria aquela descarga descomunal de coisas boas de sempre...
O que eu obtive na hora?
Tive uma descarga de informações históricas (digo a respeito de "depoimentos" sobre a sensação e ideário da Tropicália. Isso foi reforçado pelos protestos violentos que aconteceram durante o show, como se estivessem dizendo a ele, tanto anos depois, que sua intervenção ainda não era completamente aceita por algumas mentes ... pobres mentes, mal sabem o que estão perdendo!) era um passado, mas estava acontecendo ali eu estava participando! Isso acontece com poucas pessoas, e aconteceu comigo! Para meu primeiro desejo saí completamente satisfeita.
Mas sobre meu segundo desejo, não saí plenamente satisfeita na hora. Encontrando Neusa (sua esposa) ao final do show comentei com ela rapidamente que aquilo não tinha sido propriamente um "show do Tom Zé" como sempre tinha sido... não saí com a típica vontade de dançar na rua com os transeuntes, etc...Não senti que outras pessoas tivessem tido tal sensação. Por que será?
Primeiro eu pensei que talvez tivesse sido pela idade do espetáculo, mesmo que ele ainda despertasse protestos... eu tenho 29 anos e aquele show era mais de uma década mais velho que eu, então aquela energia, aquela sonoridade, que na época podia ter despertado várias coisas, pode também ter enfraquecido...
Mas Tom Zé é uma máquina de criatividade, ele trabalhou para "rejuvenescer" sua obra, em modificações nos arranjos e nas letras. Eu gostei e não gostei dessas mudanças.
Se aquele disco não é o que eu chamaria de "super conhecido" hoje em dia, alguma coisa sempre se ouve sobre ele e quando esse resíduo é radicalmente modificado, as pessoas não se sentem tão imersas no clima.
Eu falo isso porque quando assisti no cinema o documentário "Fabricando Tom Zé" no cinema eu vi uma das coisas mais sensacionais que eu tinha visto: Quando exibiram um trecho do show no qual ele tocava "Parque industrial", as pessoas levantaram das poltronas e começaram a DANÇAR NO CINEMA! Eu pensei : Esse é o cara!
Pois no show ao vivo ele fez tantas (e ótimas claro) modificações que a sensação era de que a gente não estava naquele ambiente. Sensação. Mas ela ficou evidente para mim quando ele apresentou a música na forma tradicional no Bis e aí, sim, as pessoas se levantaram das poltronas ...Tom Zé não ia decepcionar, claro!
Outra coisa que eu gostaria de comentar foi a aparência cada vez mais jovial dele! Cada vez mais somos presenteados com piruetas e cambalhotas contagiantes! No dia seguinte ao show da Virada saiu uma foto na imprensa que me emocionou, porque não é a imagem de um músico de 72 anos, mas sim a de um menino que se fantasiou pra brincar de polícia e ladrão! Especialmente pela luz que saem dos seus olhos:



Sobre Tom Zé eu penso: É isso que eu queria para mim... produzir criatividade em uma constância que fosse capaz de me manter verdadeiramente viva por muito tempo, como ela está mantendo meu querido Tom Zé!
Em breve volto a comentar meu próximo show do Tom Zé, como boa tomzémaníaca que sou!