Citando Walter Benjamin:
(as crianças) Sentem-se irresistivelmente
atraídas pelos detritos que se originam da construção, do trabalho no jardim ou na marcenaria, da atividade do alfaiate ou
onde quer que seja. Nesses produtos
residuais elas reconhecem o rosto que o mundo das coisas volta exatamente para
elas, e somente para elas. Neles estão menos empenhadas em reproduzir as
obras dos adultos do que estabelecer uma
relação nova e incoerente entre esses restos e materiais residuais. Com isso as
crianças formam o seu próprio mundo de coisas, um pequeno mundo inserido no
grande.” (BENJAMIN, Walter. Livros infantis, velhos e esquecidos, p. 57-8.)
Nesta foto, com "detritos" de lápis de cor (nada mais infantil), vemos como as crianças podem reinventar a partir de restos, que era o que interessava Walter Benjamin, que postulou que assim também podemos aprender com elas a escrever a História! Como diz Sonia Kramer, em excelente citação: “Walter Benjamin já nos alertava para o fato de que o homem faz história, de que existe a possibilidade de fazer história, porque temos a infância" (KRAMER, Sonia. Prefácio do livro A Infância vai ao cinema. p. 08.)