sábado, 13 de dezembro de 2014

Retrospectiva de 2014 :O ano que fui reaprendo a ver !


(Esse texto pode ser alterado até o final do ano).

Faz tempo que eu não fazia uma retrospectiva do ano, né? Nesse aqui, que foi monstro, eu  nem ia fazer, mas tentei e saíram coisas bacaninhas (já tive anos melhores, mas foi o que teve)... vamos lá:



JANEIRO
Comecei o ano marcando consulta no oftalmologista logo no dia 2, mas não seria ainda essa a data de ter novos óculos mágicos. Em janeiro eu me apaixonei mais e mais pelo Julio Cortázar e, como  ainda estava  terminando a tese, pesquisei muito sobre Vinicius de Moraes, o poetinha, e o seu lindo livro/disco “A Arca de Noé” me fez descobrir a Biblioteca Infantil Viriato Correa:  muito amor.





FEVEREIRO
Em fevereiro eu estava na versão hard de ESCRITA FINAL DA TESE,e já habitava outra das minhas outras  casas, que é a Biblioteca de Ciências Mário Schenberg, muitas emoções e os óculo, ainda velhos, se mostravam tão mágicos! Em fevereiro, por causa do Facebook, soube que uma orquestra brasileira levou o som sensacional do Tom Zé a Alemanha, coisa finíssima! E assisti uma elucidativa entrevista do Antonio Prata sobre como  foi adquirir o que ele chamou de “sotaque infantil” para escrever seu “Nu de botas”, apesar da tensão, foi bem legal fevereiro.



MARÇO
Novamente comecei o mês no oftalmologista, desta vez não para mudar os óculos, mas porque machuquei  os olhos e não pude usar lentes de contato por 90 dias, o que me levou a ficar muito em casa, vendo vídeos e ouvindo rádio. Nessas vi o depoimento de Haroldo de Campos sobre o Rosa e achei de arrepiar! No rádio, o programa Supertônica, do Arrigo Barnabé, me proporcionou ouvir uma linda entrevista do Rodrigo Campos, e viciei no disco dele São Mateus não é assim tão longe. Mas também tivemos coisas não tão boas, vi os vídeos sobre os exilados no Chile em 1971, muito fortes os depoimentos de pessoas como o Frei Tito (a violência injusta e  intragável sempre), da "Dodora" (centrada, bonita, mas que teve fim terrível). Naquela época eu ainda não sabia que iam cogitar a volta da ditadura militar nas ruas no fim do ano, vejam vocês!.  



ABRIL
Comecei abril, de óculos velhos, discutindo um texto no então inaugurado Grupo de Trabalho (GT) História da Infância e Juventude da ANPUH SP, muito bacana. Também em abril eu li o último livro de Robert  Darton  Poesia e polícia e ele já foi citado na tese, que  ainda estava em andamento. Em abril eu publiquei meu primeiro artigo científico na Revista Manuscrítica, sobre os Cadernos de Rosa. Também em  abril o Gabo deixou este plano, o que me levou a fazer uma retrospectiva de seus livros, muito bom saber que ele vai sempre estar aqui com as histórias que contou. Em abril, pela primeira vez, ouvi a voz do Guimarães Rosa, que emoção!



MAIO
Maio foi o mês do depósito da tese, tensão maior não há. E logo eu comecei a assistir os vídeos disponibilizados pelas Comissões da Verdade, e foi muito emocionante, claro. Nesse mê eu  comecei, verdairamente, meu período de letargia, onde ainda me encontro. Osso.



JUNHO
Em junho eu redescobri  um grande amor: Benjamin traduzido por João Barrento me fez ver o mundo mais colorido, ter mais vontade de estudar, de crescer e pesquisar.  Tentei conhecer gente nova, até consegui um pouco, mas nada de muito sério, porque Saturno estava na área, olhando tudo, já era. Também em junho  começou a Copa do mundo, que delicia essa cidade cheia de homens como nunca dantes! Me diverti pacas ouvindo  OEAAA!

JULHO
No começo de julho a Copa continuava e o Brasil perdeu, com a mais vexatória derrota de sua história: 7 a 1, para nunca mais esquecer, mas naquela mesma noite, eu e minha amiga Giuliana , afogamos as mágoas num show histórico : Som Imaginário, comemorando  só 50 anos de carreira, super Buena Vista Social Clube... muito emocionante. Tive uma experiência linda com os professores  de Educação Infantil, da CEI Vila Calu em Cajamar, muito emocionante. Assisti  e amei o filme  Paulo Vanzolini: Um homem de moral, letargia me dominava. Mas ainda assim, a Ana Carolina me levou ao cinema para assistir Que Estranho Chamar-se Federico – Scola Conta Fellini . No final do mês, em um fim de tarde bem gélido, e vestida a caráter, assisti ao fantástico show do violeiro Noel Andrade, ótima surpresa.


AGOSTO
Mês da defesa, que não foi como eu planejei que seria por conta do clima pesado, pois  perdemos o professor Nicolau Sevcenko, todos ficamos muito abalados. Não foi fácil e o Julio Cortázar me ajudou a superar  o clima ruim. Agradeço de coração aos amigos que me apoiaram naquele momento, em especial a Fernanda Duarte e Fabio Flora, que me fizeram chorar de emoção pois eles me enviaram lindas rosas vermelhas.


SETEMBRO
Em setembro mergulhei na história de Inês Etienne Romeu e admirei  profundamente aquela mulher de coragem.  Tom Zé, como sempre, se manifestou positivamente em relação à situação da USP, esse nunca me decepciona. Em setembro eu ia viajar para Minas, meu sonho, mas tive virose e não deu certo, apesar disso escrevi um artigo bem legal, que ainda está em fase de apreciação, mas nunca vou esquecer as condições que o escrevi (diarreia e febre), um horror. Nos dias doentinha a Fernanda Duarte e o Fábio Flora me deram mimos, me enviaram o livro Ver: amor e outras fofuras que não tem preço.Quando melhorei, acompanhei  o Workshop Escritas de ouvido, com a professora Marília Librandi-Rocha (Stanford University), e foi bom porque confirmei que as ideias da minha tese são as que estão bombando no mundo sobre escrita da fala. Em setembro (re)descobri que ainda tenho um coração para amar e ser amado, mas ainda no campo das hipóteses.


OUTUBRO
Outubro foi o mês mais literário, além do Kawabata, que me arrebatou,  teve mais Cortázar, Hilda Hilst, David Grossman... muita  música com Geraldo Azevedo e Pequeno Cidadão e a música para as ciclovias. Tivemos eleições e foi show de horror, credo, mas sobrevivi  ao meu aniversário e aos tempos ruins desta vez com a ajuda da minha amiga de infância Cassia, e dos colegas que me animaram no aniver como o Thiago, a Aninha, a Vera, a Martha, a Sonia e todo mundo mais. Tivemos o chopps e o brigadeiro de colher que esparramava da colher, coisa de louco!



NOVEMBRO
Mês do Gabo, novamente. Memória de minhas putas tristes me arrebatou, me levou aos contos, a Grimm, a Grossman e a vida até que foi difícil,  mas tem coisas legais também. Em novembro, enfim, fiz novos óculos mágicos, e com ele vi o cara mais inacreditavelmente lindo que já vi em busão, um Criolo de verdade. Amei alguns historiadores, tanto da social quanto da econômica, que estiveram em congressos na USP, e senti que é legal estar entre os pares.  Fui leitora relatora de um texto do GT sobre história da juventude, legal pacas. E teve a cereja do bolo do ano : Show Vira Lata na Via Lactea  do Tom Zé, que teve seus 78 anos aplaudidos de pé, porque o mundo é bão, Sebastião.



DEZEMBRO
Foi o mês de pesquisar mais sobre Pedro Bloch. Vários livrinhos, artigos científicos, anedotários e o fabuloso livro Os irmãos Karamabloch, de Arnaldo Bloch, que foi uma leitura rápida, útil e muito agradável. Na  expectativa do dia 23, quando Saturno se movimenta para outro signo e, espero, saio da letargia.
Um ano meio sem graça, o qual comecei invocando "Bem vindo 2015",  mas passei por ele confiante e sempre querendo VER MELHOR, isso que importa,