Como no ano passado, passando o meio de dezembro, já dá para contar as melhores coisas que, apesar de tudo, experimentei nesses meses pandêmicos. Sim, tem coisas que merecem um prêmio por me ajudarem nesses tempos tão difíceis. A diferença maior está mesmo nos quesitos, que tive que alterar ou anular, porque faltaram candidatos, mas a maioria segue bem:
1 Rolê - Não teve!
É verdade que agora, no fim do ano, tivemos festas, até uma festa do Bloco Lua Vai (vencedor de melhor rolê nos últimos três anos!), mas eu não estou saindo ainda e acabei nem indo. A vida não tá fácil, não, mas sigamos agradecendo por estarmos vivos e bem de saúde! Assim que as coisas acalmarem a gente volta a conversar sobre rolês.
2 Música/ musicista - Disco "Do cóccix até o pescoço", da Elza Soares /PRINCE
Como não foi um ano fácil, a princípio achei que eu, pessoalmente, nem tinha ouvido músicas, mas não é verdade, afinal música é vida! Aprendi muito sobre música acompanhando o perfil do Guilherme Arantes no Facebook, que muito generosamente, dividia com a gente parte do seu vasto conhecimento musical! Porque ganhei uma reforma em um PC velho que eu tinha aqui, com toda memória disponível, consegui baixar muita música, voltar a ouvir discos inteiros como se fossem uma música só, dai veio de tudo: Discografia completa de Jorge Ben, Caetano Veloso, Roberto Carlos (essa é imensa), Michael Jackson, etc. Se ano passado ouvi muito samba, até porque passava em frente a uma roda quando ia caminhar, nesse ano fiquei em casa ou academia e preferi os pagodes, muitos deles, como quando eu tinha 12 anos e já amava o Art Popular! Como escolher uma música? Para ser honesta, me lembro de pensar "quero ouvir isso agora" muitas vezes e não foi uma música, mas sim um álbum todo, o primoroso "Do cóccix até o pescoço", disco de 2002 da Elza Soares! Em que pese a maravilhosidade dos últimos álbuns cheios de atitude da cantora, esse disco é uma delícia insuperável! Quem não se arrepia todo ao ouvir ela cantar "a carne mais barata do mercado é a carne negra"? Para mim é a prova que o grito já estava lá, desde sempre, mas em 2002 veio aveludado, e só se aperfeiçoa! Ouvi tanto que aprendi a cantar todas as músicas, algumas vezes até dancei sozinha em casa! Que sorte termos a Elza Soares! Elza, sua linda, a sua biografia foi o livro que escolhi para terminar o ano e meu 2021 também é seu, vesti sua camisa!
Sobre o musicista do ano, até poderia ser o Guilherme Arantes, pelos motivos que expliquei acima, mas se não foi ele, pelo menos foi alguém que voltei a ouvir com mais acuidade por causa de um post do Guilherme, inclusive. Falo de Prince Rogers Nelson, meu crush! Quando Prince estava vivo, fez show no Brasil, eu era uma criança que ouvia Ilariê, não fazia ideia do tamanho da genialidade desse cara! Nesse ano, já bem madura, me deliciei não com discos (ainda é difícil ter acesso aos discos de Prince, mesmo com ele morto!), mas assisti zilhões de vezes a todas as apresentações ao vivo disponíveis no Youtube e, juro, me encantaram sempre de novo e de novo! Não só pelo SOM maravilhoso, mas também pelas performances, era SHOW mesmo, na concepção própria da palavra! Em outubro, até a camisa da sua apresentação no Super Bownl em 2007, com aquelas cores que só ele sabia usar, aquela delicadeza, todo o charme! Escolhi essa camisa porque, com ela, eu posso abraça-lo, como na foto, pois ele foi mesmo minha paixão de 2021.Quanto amor !
Visti a camisa deles em 2021 ❤️💜 |
3 Livros -" Pedro Páramo", de Juan Rulfo e "O Avesso da Pele", de Jeferson Tenório
Mas achei muito chato botar esse livro lindo de Tenório, tão atual, para concorrer com "clássicos" como Jorge Amado e Gabriel Garcia Márquez, Lygia Fagundes Telles, que foram autores que li e reli mais um volume esse ano, inclusive. Então percebi que tinha encontrado uma obra para a qual eu tinha me preparado toda a minha vida de leitora, que é o excepcional "Pedro Páramo", do mexicano Juan Rulfo. Ele, que influenciou tanta gente que eu amo, precursor do "realismo maravilhoso" na América Latina, de Gabo ao Guimarães Rosa, chegando até a um autor europeu como José Saramago, e ligou os pontos e me fez mais feliz. Que livro importante, todos amantes de literatura deviam conhecer.
4 Filme - Descobrindo Sally, Canadá/Etiópia, 2020 dir Tamara Dawit
Descobrindo Sally |
Garota do moletom amarelo! |
5 Foto - Vacina!
Desde o início da pandemia essa era a foto que todo mudo queria tirar, ela significa tanta coisa, significa que estamos sobrevivendo à pandemia, com a ajuda da ciência e do SUS! Não importa se eu não estava bonita naquele dia, pois eu vinha de meses de sofrimento e a vacina me deu esperança, força e vontade de viver de novo. Depois até tomei outras doses para reforço, mas essa, a primeira, foi a imagem do ano!
6 Bebidas/Comidas - Pipoca (Bicampeonato), desta vez com canela
7 Shows/Lives - A do lançamento do meu livro!
8 Roupas e acessórios - Luvinhas de treino
9 Conquista do ano - Meu primeiro livro foi publicado!
Em anos pandêmicos, a melhor conquista é estar vivo, com saúde, que fique bem claro, porém no meio disso tudo, 2021 foi marcado pela publicação da minha tese em livro, sobre a qual já falei acima e isso é um presente para mim e o encerramento, com chave de ouro, da parceria de estudo e amor que eu firmei com Guimarães Rosa lá em 2005, que me ajudou a suportar a Esclerose Múltipla, o racismo, o isolamento, e tantas amarguras da vida. Muito, muito obrigada a vida e a esse autor sensacional, mesmo!
10 Preto do ano - Não teve !
Parabéns a todos! Que venha 2023!