sábado, 18 de dezembro de 2021

MELHORES 2020 (Foi bem defasado, mas teve pelo menos um bicampeonato!)

 


Como no ano passado, passando  o meio de dezembro, já dá para contar as melhores coisas que, apesar de tudo, experimentei nesses meses pandêmicos. Sim, tem coisas que merecem um prêmio por me ajudarem nesses tempos tão difíceis. A diferença maior está mesmo nos quesitos, que tive que alterar ou anular, porque faltaram candidatos, mas  a maioria segue bem:

1 Rolê - Não teve! 

É verdade que agora, no fim do ano, tivemos festas, até uma festa do Bloco Lua Vai (vencedor de melhor rolê nos últimos três anos!), mas eu não estou saindo ainda e acabei nem indo. A vida não tá fácil, não, mas sigamos agradecendo por estarmos vivos e bem de saúde! Assim que as coisas acalmarem a gente volta a conversar sobre rolês.

Música/ musicista - Disco "Do cóccix até o pescoço", da Elza Soares /PRINCE

Como não foi um ano fácil, a princípio achei que eu, pessoalmente, nem tinha ouvido músicas, mas não é verdade, afinal música é vida! Aprendi muito sobre música acompanhando o perfil do Guilherme Arantes no Facebook, que muito generosamente, dividia com a gente parte do seu vasto conhecimento musical! Porque ganhei uma reforma em um PC velho que eu tinha aqui, com toda memória disponível, consegui baixar muita música, voltar a ouvir discos inteiros como se fossem uma música só, dai veio de tudo:  Discografia completa de Jorge Ben, Caetano Veloso, Roberto Carlos (essa é imensa), Michael Jackson, etc. Se ano passado ouvi muito samba, até porque passava em frente a uma roda quando ia caminhar,  nesse ano fiquei em casa ou academia e preferi os pagodes, muitos deles, como quando eu tinha 12 anos e já amava o Art Popular! Como escolher uma música? Para ser honesta, me lembro de pensar "quero ouvir isso agora" muitas vezes e não foi uma música, mas sim um álbum todo, o primoroso "Do cóccix até o pescoço", disco de 2002 da Elza Soares! Em que pese a maravilhosidade dos  últimos álbuns cheios de atitude da cantora, esse disco é uma delícia insuperável! Quem não se arrepia todo ao ouvir ela cantar "a carne mais barata do mercado é a carne negra"? Para mim é a prova que o grito já estava lá, desde sempre, mas em 2002 veio aveludado, e só se aperfeiçoa! Ouvi tanto que aprendi a cantar todas as músicas, algumas vezes até dancei sozinha em casa! Que sorte termos a Elza Soares! Elza, sua linda, a sua biografia foi o livro que escolhi para terminar o ano e meu 2021 também é seu, vesti sua camisa!

Sobre o musicista do ano, até poderia ser o Guilherme Arantes, pelos motivos que expliquei acima, mas se não foi ele, pelo menos foi alguém  que voltei a ouvir com mais acuidade por causa  de um post do  Guilherme, inclusive. Falo de  Prince Rogers Nelson, meu crush! Quando Prince estava vivo, fez show no Brasil, eu era uma criança que ouvia Ilariê, não fazia ideia do tamanho da genialidade desse cara! Nesse ano, já bem madura, me deliciei não com discos (ainda é difícil ter acesso aos discos de Prince, mesmo com ele morto!), mas assisti zilhões de vezes a todas as apresentações ao vivo disponíveis no Youtube e, juro, me encantaram sempre de novo e de novo! Não só pelo SOM maravilhoso, mas também pelas performances, era SHOW mesmo, na concepção própria da palavra! Em outubro, até a camisa da sua apresentação no Super Bownl em 2007, com aquelas cores que só ele sabia usar, aquela delicadeza, todo o charme! Escolhi essa camisa porque, com ela, eu posso abraça-lo, como na foto, pois ele  foi mesmo minha paixão de 2021.Quanto amor ! 

Visti a camisa deles em 2021 ❤️💜

3 Livros -" Pedro Páramo", de Juan Rulfo e  "O Avesso da Pele", de Jeferson Tenório



Como postei aqui, li muito nesse ano em cárcere e muitos livros ótimos, não deu para escolher somente um, então elegi dois, um clássico e um contemporâneo. O contemporâneo já tinha escolhido assim que terminei de ler, só estava esperando para ver se leria um melhor, o que não aconteceu. Quando ele venceu o Prêmio Jabuti de melhor romance literário 2021, eu só pude dizer "Grande coisa, esse prêmio aqui do Pequenidades ele já tinha levado faz tempo. Que livro lindo e importante, que mensagem significativa : se o racismo mata a alma, a literatura pode ajudar a sobreviver! Que leitura MARAVILHOSA!



Mas achei muito chato botar esse livro lindo de Tenório, tão atual, para concorrer com "clássicos" como Jorge Amado e Gabriel Garcia Márquez, Lygia Fagundes Telles, que foram autores que li e reli mais um volume esse ano, inclusive. Então percebi que tinha encontrado uma obra para a qual eu tinha me preparado toda a minha vida de leitora, que é o excepcional "Pedro Páramo", do mexicano Juan Rulfo. Ele, que influenciou tanta gente que eu amo, precursor do "realismo maravilhoso" na América Latina, de Gabo ao Guimarães Rosa, chegando até a um autor europeu como José Saramago, e ligou os pontos e me fez mais feliz. Que livro importante, todos amantes de literatura deviam conhecer. 


4 Filme - Descobrindo Sally, Canadá/Etiópia, 2020 dir Tamara Dawit

Descobrindo Sally

Esse ano vi poucos filmes, só os da Mostra de Cinemas Africanos mesmo, gostei muito de vários. Posso destacar  o belo sudanês "Você morrerá aos 20" e o intrigante e surpreendente filme ugandês "A garota do moletom amarelo" , que me inspirou até no look que usei no meu aniversário em outubro
Garota do moletom amarelo! 

Mas para explicar o motivo de que um documentário da etiópia tenha sido escolhodo como meu filme favorito do ano devo lembrar de uma conquista, um  grande presente que recebi logo no início de 2021, que  foi o resultado do meu exame de DNA Ancestralidade, que comentei aqui, no qual reconheci minha linhagem muito brasileira: ibérica e africana. A parte africana é traços em vários lugares, mas para minha alegria, está no meu DNA inclusive a África Oriental, minha Etiópia que tanto admiro. Precisava saber mais desse lugar de gente dourada e esse ano li literatura e assisti filmes que me ensinaram muito sobre aquele lugar, sua história tão diferenciada, inclusive se pensarmos na África. Quando assisti esse filme pensei que era o filme africano que eu sempre sonhei assistir. Adorei.

5 Foto - Vacina! 


Desde o início da pandemia essa era a foto que todo mudo queria tirar, ela significa tanta coisa, significa que estamos sobrevivendo à pandemia, com a ajuda da ciência e do SUS! Não importa se eu não estava bonita naquele dia, pois eu vinha de meses de sofrimento e a vacina me deu esperança, força e vontade de viver de novo. Depois até tomei outras doses para reforço, mas essa, a primeira, foi a imagem do ano!  

6 Bebidas/Comidas - Pipoca (Bicampeonato), desta vez com canela 


Nesses anos pandêmicos tudo o que queremos é buscar saúde e isso foi louvado nas pipocas como comida do ano em 2020 e 2021: Atotô Obaluaê! Esse ano descobri temperos possíveis e canela deu a pipoca um sabor diferencial, como se fosse um doce, uma sobremesa, que deu sabor e perfume e garantiu que essa praga ficasse longe desta casa! Gratidão infinita a Deus e aos orixás!

7 Shows/Lives - A do lançamento do meu livro!


Ao contrário do ano passado, quando fiquei grudada nas lives, em 2021 eu estava mais cansada das telas e participei ou acompanhei poucas, mas a mais importante foi que tratou da minha grande conquista do ano: a live do lançamento do meu primeiro livro. Na verdade , é a tese sobre infância nos contos de Guimarães Rosa em forma de livro e foi muito bacana falar um pouco sobre esse trabalho que eu fiz com tanto carinho e , este anos depois da defesa, foi publicado, no mesmo ano em que  o prêmio Jabuti de melhor livro infantil e também de o livro do ano foi dado a a obra "Sagatrisuinorana", de João Luiz Guimarães, que trata sobre as tragédias de Brumadinho e Mariana e a importância de preservar o meio ambiente a partir da fábula dos 3 porquinhos e  é também  uma homenagem ao Guimarães Rosa, ou seja, 2021 foi o ano de destacar a infância na obra do nosso autor mais importante (para mim).

8 Roupas e acessórios - Luvinhas de treino


No segundo ano de confinamento, só ficava em casa e quase só usei roupas ou makes antigas mesmo. A novidade foram essas luvinhas de treino para evitar calinhos nos dedos. Para mim elas simbolizam muita coisa: meu retorno os treinos, minha esperança em um futuro melhor, longe da pandemia. Melhor roupa!

9 Conquista do ano - Meu primeiro livro foi publicado! 

Em anos pandêmicos, a melhor conquista é estar vivo, com saúde, que fique bem claro, porém no meio disso tudo, 2021 foi marcado pela publicação da minha tese em livro, sobre a qual já falei acima e isso é um presente para mim e o encerramento, com chave de ouro, da parceria de estudo e amor que eu firmei com Guimarães Rosa lá em 2005, que me ajudou a suportar a Esclerose Múltipla, o racismo, o isolamento, e tantas amarguras da vida. Muito, muito obrigada a vida e a esse autor sensacional,  mesmo! 

10 Preto do ano - Não teve !


Como esse ano não teve rolê, também não teve teste drive, então passei sem pretos na jogada. Que 2022 me traga de surpresa um gato preto na medida para minha alegria !

Parabéns a todos! Que venha 2023!