domingo, 5 de abril de 2009

ALGUNS MÚSICOS NÃO ACREDITAM EM DEUS, MAS TODOS ACREDITAM EM BACH

Acabo de chegar de mais um show da série "A VOZ E A VEZ DO INSTRUMENTO" aqui no SESC Pompéia, que são sempre inesquecíveis e maravilhosos.
Hoje tivemos
os virtuoses do violão Paulo Bellinati e Paulo Martelli receberam os excelentíssimos violonistas Weber Lopes e Emeliano Castro... QUE NOITE!
Ouvir Paulo Bellinati- um homem muito simpático, que quando pega o violão dá conta de se colocar no seu devido lugar : um dos maiores violonistas vivos! Bellinati está tocando com palheta, porque está se recuperando de um problema nas mãos, mas com isso ele não deixa de ser maravilhoso. Ele está em gravação com um parceiro mineiro, Weber Lopes, que é um músico emocionante!
Depois daquela apresentação tivemos um solo de
Emiliano Castro, o convidado de Paulo Martelli... Emiliano é um moço muito sedutor, estava um pouco nervoso demais, mas também não era para menos, ele executou Paulinho da Viola e Paco de Lucía, fazendo o seguinte comentário: "estava frio no camarim, mas agora vai esquentar com a música de Paco...
Mas o sublime veio no final: Paulo Martelli, que eu não conhecia...
ele veio falando coisas tipo: "Alguns músicos não acreditam em Deus, mas todos acreditam em Bach" (risos)
E nos apresentou pequenos pedaços do sublime, eu chorei, me arrepiei toda, pensei em Deus: Era Bach, tocado num violoão de doze cordas, adaptado para ter um som muito parecido com o instrumento barroco: COISA FINA É POUCO!
Foi demais! Demais! Demais!
No dia 14 teremos Tom Zé novamente!
EU ADORO O SESC! Enquanto isso, vamos ver um pouco do melhor da noite, Paulo Martelli, em outra interpretação, mas só para sentir a responsa:

METRÔ DE SÃO PAULO : ESTAÇÕES SUPERLOTADAS EM CONTRASTE COM AS FANTASMAS

Hoje vi um link no UOL para a seguinte notícia "Mesmo superlotado, metrô de SP mantém estação 'fantasma'", e eu acessei, pensando que o texto falaria do principal motivo para que isso aconteça, que é o fato do planejamento da malha ser pensado a partir de incentivos da especulação imobiliária, não de necessidades da população.
Claro que a reportagem (retirada da Folha de São Paulo) nem cita esse pequeno "detalhe"...Mas é claro que é isso que acontece! No ano passado, durante a "Bienal do Livro", eu assisti um debate sobre o cotidiano do centro de São Paulo, promovido por três historiadores (Boris Fausto, Elias Thomé Saliba e o também jornalista Heródoto Barbeiro), onde ficou evidente que o centro velho vem perdendo destaque para outras regiões mais valorizadas, e o exemplo é sempre a malha do metrô: qual a função, na vida social da cidade, da existência da Estação Chácara Klabin, tão próxima da Estação Vila Mariana? Querem saber? Nem precisa ir até lá, só pesquisa no Google "Chácara Klabin" e vai dar para entender que esta é, atualmente, um pico de valorização imobiliária... Isso sem falar na nova Linha do metrô a ser inaugurada no ano que vem (Luz-Vila Sônia) que, conhecendo a região da Vila Sonia, no meio do Morumbi, será outra fadada a ser linha fantasma...
E outras regiões que são pólos de utilização de transporte público, mas não oferecem tantos benefícios imobilários, ficam de lado sempre, um exemplo disso é a Lapa, que acolhe todas pessoas que moram em bairros extremos como Perus ou mesmo em cidades-dormitório ao norte da cidade, como Caieiras, para toda essa gente, só é possível usar o Metrô para trabalhar se antes pegarem ônibus interminiciapais ou trens, o que deve acabar resultando em uma viagem de horas...
Isso a Secretaria dos transportes do município não leva em consideração,claro, depois não entendem porque eu estou cada vez mais pendendo ao anarquismo , ou quero muito ir embora dessa cidade! E se tudo for como eu tô achando que vai ser (as portas não vão voltar a se abrir para mim nessa cidade tão cedo) eu vou antes do que se imaginava!