Interessante e bonito o trabalho de animação de Sebastian Cosor.
Me lembrei da adaptação do conto do Rosa (Sorôco, sua mãe, sua filha) para a TV, que precisou incluir uma narrativa paralela para funcionar melhor. E também lembrei da uma palestra de uma cineasta que assisti em 2010 , em um congresso sobre literatura infantil e que lembrava que a linguagem do cinema só funciona na relação causa/efeito, por isso depende de narrativas (dai compreendi que os grandes cineastas tentam e muitas vezes conseguem questionar isso ).
Nessa animação vemos a imagem avassaladora da pintura O Grito em movimento, som e dentro de uma narrativa inspirada no diário do próprio Munch em 1893, como está explicado no site do Catraca Livre:
Sobre a obra, Munch escreveu em seu diário: “Passeava com dois amigos ao pôr-do-sol – o céu ficou de súbito vermelho-sangue – eu parei, exausto, e inclinei-me sobre a mureta– havia sangue e línguas de fogo sobre o azul escuro do fjord e sobre a cidade – os meus amigos continuaram, mas eu fiquei ali a tremer de ansiedade – e senti o grito infinito da Natureza”.Para aparecer no quadro (até pelas limitações de linguagem), o contexto se transformou na imagem certeira do grito angustiado que paralisa, sem a necessidade de maiores contextos: