Passando o meio de dezembro, já dá para contar as melhores coisas que experimentei
1 Rolê: Samba do Sol Discopédia
Como sempre, sou fiel a esse samba há anos, nunca tinha me decepcionado, mas em 2023, talvez crise dos sete anos, ficou difícil curtir um samba, com tantas atividades. Mas em julho eles, percebendo que não agradavam ao seu público, fizeram um samba mara na Casa Rockambole, antigo Rio Verde, bem como os velhos tempos, com seis horas de rodas de samba ininterruptas!
Eu estava me sentindo linda, cheguei cedo, nem fiquei muito pra Discopédia, mas me diverti como nunca!
Cada sambista maravilhoso |
Esquerda para direita: Eu com "Samba do Tiagão";com o Tiagão, Roda de samba; Marcelo Homero; Paulinho Timor, Mariana Furquim, etc |
Esquerda para direita: fiéis Samba do Sol Roseli, eu e Lu; Eu de azul de Iemanjá; Eu e Tiagão |
2 Música : Xande de Pilares canta Caetano Veloso e menções honrosas
Para mim a música do ano foi esse disco lindo e emocionante, que ouço todo dia, de cabo a rabo e estava ouvindo no repeat enquanto escrevia esse post! Lembro de ter dito que mesmo que ele não fosse deslumbrante como é, eu ia gostar dele, porque ele conta a história de Xande e de nós quarentões, que encontramos Cae quando ele já era Caetano Veloso e ele foi trilha sonora da vida! E é tão lindo ouvir aquelas belas palavras cantadas claramente na límpida dicção de Xande! Eu não tinha muitas palavras , mas ouvia a lindíssima (está no meu top 5 de Cae) Luz do Sol enquanto lia o romance Luanda, Lisboa, Paraiso :
Também lembro que comentei um pouco sobre Diamante Verdadeiro e o samba de breque: "MÚSICA MAIS CHIQUE DO ANO: Eu amo tudo nesse disco, mas há um tempo que ouço mais essa faixa, no fim tenho vontade de aplaudir tanta elegância, tanta história... Viva o samba brasileiro". Depois eu me emocionei com a introdução de sopros de Lua de São Jorge : Como uma banda militar, assim como Jorge da Capadócia era militar! E Gente, a favorita de todos, que emocionou Caetano
Foi merecidamente aclamado
e ganhou outros prêmios
Valeu demais! Mas o YouTube, onde às vezes eu também ouço música, o resultado foi diferente, que publico como menções honrosas...
Ouvi mesmo tudo isso |
3 Livro e autor(a) do ano: "Contos de Axé" e "Ondjaki"
O livro e o autor do ano |
O livro do ano foi o Contos de Axé, livro que une conhecimento sobre a mitologia iorubá, escrito por alguns dos autores que amo, desde clássicos como Nei Lopes, a expoentes da da literatura brasileira contemporânea, como Jeferson Tenório, Itamar Vieira Junior, Socorro Acioli, entre outros.
O autor do ano , o mais lido, foi o nascido angolano e radicado no Rio Ondjaki, um dos presentes que ganhei em 2023, com temáticas infantis e narrativas deliciosas, até história contra História ele abordou!
De resto foi um ano de muito cansaço e pouco tempo, inclusive para leituras. Destaco a presença da Biblioteca do Sesc Pompéia, que usei muito nesse ano!
Minha meta de ler um livro por mês foi cumprida com sucesso:
Janeiro: África Brasil , Kamille Viola
Livro emocionante sobre Jorge Ben
Fevereiro: O que é religião afro-brasileira,Mario A. Silva Filho
Comprei no carnaval!
Comecei fazendo ligações |
Março: Modernismo - o lado oposto e os outros lados, E.T. Saliba (org.)
Livro com meu capítulo sobre Lima Barreto |
Abril : Contos de Axé, Marcelo Mourinh, o livro do ano! Um livro da vida!
Indicação de Socorro Acioly no Instagram, depois num sonho com Oxóssi. Comecei a ler exemplar da Biblioteca do Sesc Pompeia Depois comprei meu exemplar na feira do livro virtual UNESP |
Maio : Contos da nova cartilha, Tolstói
Indicação do seminário de literatura infantil russa que assisti em dez, 2022 |
Junho: Os da minha rua, Ondjaki
Meu primeiro Ondjaki: poesia e crianças |
Julho : Avodezanove, Ondjaki
Aventura: Estória contra História |
Agosto: Luanda, Lisboa, Paraíso , Djaimilia Pereira de Almeida
Grande romance da diáspora africana, vencedor do Oceanos - Prémio de Literatura em Língua Portuguesa A imigrante Djaimilia nasceu em Angola, mas cresceu, estudou e escreve como uma portuguesa |
Setembro: O céu não sabe dançar sozinho, Ondjaki
Um Ondjaki para adultos! |
Outubro Logunedé, santo menino que velho respeita, Nei Lopes
Livro que se quis lido por mim, li ao som de Menino Deus |
Invenção e memória, Lygia Fagundes Telles
Acabando o ano com as sugestões dos contos de Lygia |
Canção para ninar menino grande, Conceição Evaristo
4 Filme ou peça teatral: "Quando eu morrer vou contar tudo a Deus", e menção honrosa
5 Foto do ano: Com Murilão do Mato Dentro, com menção honrosa
6 Bebida ou comida do ano: Churrasco e brigadeiro de paçoca
Virou tradição no Quintal dos Prettos Espetinho e Brigadeiro de Paçoca |
7 Show: Xeina Barros , o show que todo mundo merece
8 Roupas ou acessórios: camisetas de samba , com menção honrosa
Camisetas : Amo |
Como as camisetas são tipicamente a roupa do samba, com elas estamos sempre bem vestidos para a ocasião e eu adoro isso, tanto que adaptei para outros rolês e em 2023, praticamente só saí de camisetas! Só não achei foto de camiseta para sair no mês de julho, quando realmente estava bem frio...
Fiz a imagem acima com 25 camisetas (quase todas) que usei nos rolês o ano todo, de janeiro a dezembro
9 Conquista do ano : Capítulo sobre Lima Barreto publicado pela Edições SESC
Eu com meu livro |
Nesse ano de muitos nãos e sucessos magros a conquista foi tão imensa que eu nem tinha tido coragem de sonhar com ela: Um capítulo meu sobre Lima Barreto, o maior escritor negro do Brasil, foi publicado em um livro lançado pela Editora do SESC! Que orgulho! Que honra!
Devo isso ao trabalho de muita gente, especialmente ao professor Elias Thomé Saliba, meu mentor sempre!
alguns autores do livro, presentes no lançamento |
Esse livro verde tem um capitulo meu! |
10 Personalidade preta do ano : Jeferson Tenório e menções honrosas
Pretos que me ensinaram muito esse ano, fizeram a diferença! No âmbito público, não teria como não dar esse prêmio ao Jeferson Tenório, autor que quero e ainda vou pesquisar. Esse ano ele não publicou nenhuma obra, porém acompanho fielmente sua coluna no UOL e fico impressionada como pensamos na mesma direção sobre tantas coisas sobre a vida, a negritude e a literatura. Adoraria escrever um artigo sobre essa coluna, quem sabe um dia! Uma das falas de Tenório com a qual mais me identifiquei quando ele falou da importância de se tornar leitor, um amigo dos livros. Até ministrei uma palestra sobre isso em outubro, que comento aqui.
No âmbito pessoal, as menções honrosas vão para dois homens que me acolheram e abriram portas para mim em 2023.
Mugabe é maior que eu, deu para parceber rsrs |
Começo falando do meu amigo do peito Samoury Mugabe, o rei da paciência para minhas lamúrias e chororôs nesse ano de tantos nãos. Sempre ficamos de combinar um rolê, um samba, uma visita a um restaurante árabe, etc... quase nunca dá tempo, pois ele viaja muito a trabalho, mas quando dá certo, é sempre ótimo estar em sua cia. Mugabe sempre acreditou no meu potencial, conversou comigo e faz a diferença na mina vida. Já disse a ele que penso que ele deve ter muita pena de mim, me achar uma moça tão sozinha, mas ele diz que não é isso, que devo acreditar que os caminhos se abrirão. Tomara! Meu coach de relacionamento, que conhece todo mundo, ainda vai me apresentar meu grande amor, tenho fé! Muita gratidão Mugabe!
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Tiagão e a grande admiradora do seu trabalho, Camila |
E por último, mas não menos importante, a menção super honrosa vai para Tiago Borges, o Tiagão, que faz acontecer o Samba do Tiagão e idealizador do Samba do Aguidá, me abrindo portas para o samba com o instrumental, que eu adoro, e me fez conhecer muita gente linda do samba, me acolheu como amiga do samba. Se minha prece "Cercai-me de gente do samba, amém" foi ouvida, o destino me apresentou o trabalho desse rapaz e com isso sambas, contatos, alegria. Valeu Tiagão, você fez a diferença na minha vida esse ano!
Eu nas rodas |
Só algumas pessoas que conheci no samba do Tiagão e que ficaram minhas amigas Que tesouro, 2023 |
Acho que é isso! Semana que vem tem mais balanço de 2023!