Continuando a retrospectiva 2019, agora vamos para os seis meses finais.
JULHO – Em julho eu já estava louca de saudades dos rolês na Casa das Caldeiras, ai fui procurar festas domingueiras em outros lugares e nesse período o samba, que pipoca pela cidade, surgiu como ótima opção. Comecei assistindo uma prévia do Samba do Bule no Sesc Bom Retiro
o bule |
eu no samba |
Reiterando meu flerte com o cinema no mês passado, vi também o
histórico documentário de Nanni Moretti Santiago,
Itália, comentado aqui.
Mas julho teve a Mostra de cinemas africanos no Cinesec
cartaz da mostra |
Assisti 8 curta metragens e foi uma experiência ímpar, na qual eu mergulhei de cabeça para tentar me aproximar mais naquele mundo e suas sensações. Sobre os filmes que assisti escrevi este post e também este. Foi um divisor de águas na minha visão do negro,da negritude e da ANCESTRALIDADE. Julho foi o mês que nos deixou o gênio João Gilberto, descanse em paz.
AGOSTO – Agosto comecei a fazer aulas de Hip Hop no Tendal da Lapa, muito difícil, mas também gostoso por estar com uma juventude bacaninha. Em agosto foi publicado o
artigo sobre o meu pós-doc na Revista de História da USP, disponível neste link aqui.
Foi muito importante, pois é um dos trabalhos que mais me orgulho de ter feito.
Foi o mês de rever Quentin Tarantino, o
cineasta da minha geração, em Era Uma Vez Em... Hollywood . Muito
divertido,
ótima trilha sonora como sempre e alegria participar dessa geração.
Também foi o mês de começar a ler Milton Hatoum, o autor do ano, com seu melhor romance, Dois irmãos.Foi uma delícia que comentei aqui.
SETEMBRO –Começou com a perda de uma amiga muito amada,
uma grande referência na vida, um luto que ainda estou tentando digerir,
desde o momento que soube, lembrei do Grande Sertão “Não foi, não é, não fica
sendo”, mas acontece que foi. Desde então eu passei a chorar muito, toda hora, por mais alegre que eu parecesse estar, porque é preciso levar a vida, eu estava sempre com os olhos rasos d'água. Dureza. A vida seguia e na entrada da primavera,
as Caldeiras abriram para uma festa deliciosa, só que agora paga, mas a saudade
era tanta, que nem ligamos. Eu sai na foto oficial, ao lado do DJ, no lado
oposto ao balão vermelho
Festa da Primavera |
Também aproveitei bem o Espaço Cultural Rio Verde na Vila Madalena, que é um lugar por onde tenho muito carinho. Lá conheci o DJ Sankofa, que falou tanto sobre a musicalidade da África, foi maravilhoso, novamente o ponto da ancestralidade em minha vida.
DJ Sankofa |
Além das festas, continuei indo ao Cinesec, lá assisti ao premiado filme Sócrates, que me fez pensar na questão dos jovens, negros e homossexuais. Também assisti ao famoso Bacurau, a um filme bem arrastado, mas necessário, uma catarse, tudo o que precisávamos nesse ano pesado.
OUTUBRO –Era o mês do meu aniversário de 40 anos, consequentemente o mês
do meu inferno astral. Eu estava tão péssima, tão exausta, tão desconsolada
pelo luto da amiga que uma tarde de sábado, mais ou menos do nada, sai e cortei meus cabelos. Foi horrível. Ficou horrível. Quando me dei conta, só queria chorar, e chorei dias e dias, saudade do cabelão, da minha cara de
cabelão, me achando uma monstrinha... sei que aquele mês mal tive forças para escrever no
blog. Mas fiz um esforço para sair de casa e aproveitei as presenças VIPs que me
dei de presente por causa do meu aniversário, mas sempre me achando horrível...
foi assim que eu conheci a Sociedade do
Samba Maria Zélia, no seu mensal Quintal
dos Prettos, que comentei aqui.
Teve também o Rio Verde
e, especialmente, a Casa das Caldeiras, que é sempre
especial, mesmo eu estando
verdadeiramente feia aquele dia. Mas tirei fotos com pessoas muito amadas
quarentando |
Sheila e Carol |
Jade |
Gabi |
Vitor |
Mas no dia mesmo do aniversário, uma surpresa me esperava e as amigas Ana Matos e Karen me levaram para comemorar, com bolo de vela piscando 40 anos e tudo. Como soube na última hora, mal deu para avisar amigos, mas tive a preciosa presença da Aninha e da Helô, foi mágico!
Ana Matos, Karen, Amiga, Aninha e Helo |
NOVEMBRO – Foi mais leve que outubro, senti que meus cabelos começaram a crescer um pouco, senti mais confiança de que logo eu ia gostar
mais deles. Em uma noite de insônia, talvez pensando no filme Sócrates, assisti ao filme Moonlight sob a luz do luar (2016), de Barry Jenkins, e foi uma forte experiência estética que comentei aqui. Voltei à Maria Zelia, primeiro no Quintal dos Prettos de Novembro, que estava ainda melhor, eu vestida à caráter
pessoal da N'thighs |
E depois no aniversário de 12 anos do MZ e foi muito
divertido, senti tão bem o chamado do samba que até sambar, sambei!
feliz, no samba |
Mas tivemos outros rolês em novembro, um churrasco na casa da Ana Mattos, sempre muito gostoso
No dia seguinte encontrei vários deles no Rio Verde, onde me diverti muito e beijei o boy mais bonito do rolê, viva mamãe Oxum
Evidentemente, Novembro é o mês da Consciência Negra e eu fui no show do Jorge Ben na praça da República. Não levei celular, mas registrei o look ao sair
partiu show |
foto divulgação |
DEZEMBRO – Começamos com o Quintal dos Prettos, que comentei aqui. Estava toda poderosa, com todo meu meu tecido adiposo
Fiz muito sucesso naquele samba, acho que ainda vou colher o que plantei em 2020.
Afora isso, teve a Feira Preta, a primeira vez que eu fui, mas só passei depressa
pulseira da Feira Preta |
E teve o dia que eu usei a roupa da magnifica Iza e divei de vestido de moletom "amarelo yellow" na cidade chuvosa, quando fui assistir a Rosane falar de fotografia no IMS
A realidade |
A inspiração |
Em dezembro, assisti ao pesado documentárui Sai branco, preto fica, de Adirley Queirós (2015), mostrando que não é fácil ser negro. Também nesse mês, a bela sulafricana Zozibini Tunzi foi escolhida miss universo 2019: um reconhecimento da beleza negra muito significativo.
Dia 23 de dezembro, depois até de eu publicar essa retrospectiva, ganhei de presente um show do Art Popular no largo São Bento .
divulgação do show |
Eu , pronta pra chuva |
Foi mara! Além das músicas deles que a gente ama como Bombocado, Pimpolho, Agamamou, etc, tocaram muito pagode 90, como Lá Vem o Negão. Gritei todos pagodes da vida, desde menina. Fiquei na grade, bem na frente e no fim peguei até na mão do Leandro de Pimpolho ( em homenagem a Camila de 13 anos q amava ouvir enquanto jogava Alex Kid no Video game ). Presentão de Natal! E como era presente pra mim, eles tocaram Jorge Ben: Mas que nada!
Acho que é isso, agora teremos as festas e 2020 vi ai e que as enrgias se renovem!