quinta-feira, 16 de abril de 2009

ESTUDANDO A BOSSA – O SHOW: AULAS DE HISTÓRIA DA MÚSICA BRASILEIRA

Todo mundo sabe que eu sou super fã do Tom Zé, ouço muito e pelo pouco que eu consigo entender (é muito complexo, só entendi melhor depois de ler o livro “O som e o sentido”, do José Miguel Wisnik, que explica didaticamente aos leigos o que é a linguagem musical...) e conforme eu lia só pensava nas músicas do Tom Zé, logo saquei que Tom Zé só podia ser muito melhor do que eu imaginava... E é!

Ontem eu assisti ao show do disco “Estudando a Bossa”, de 2008, onde temos uma leitura bem humorada, rica e genial do advento da Bossa Nova, bem ao gosto de Tom Zé. O show que eu vi foi no SESC Pinheiros, que eu não conhecia, mas que me surpreendeu: Parecia mais uma grande casa de shows do que um SESC e talvez por isso aconteceu um sacrilégio: A platéia assistiu ao show do Tom Zé sentada! Sentada, pode isso? Quando eu assisti ao filme “Fabricando Tom Zé” no cinema em 2007, era interessante observar que a certo ponto o público não se conteve e começaram a dançar! A dançar! Eu nunca tinha visto nada parecido em minha vida! Mas ontem o público higiênico e cool do Sesc Pinheiros assistiu ao show todo sentadinho, apesar do Tom Zé estar sempre convidando todos a participarem de algum jeito... mas foi!

O disco novo, que é maravilhoso, foi muito bem representado, só senti falta de uma das minhas músicas favoritas do álbum: “ROQUENROL BIM BOM”, que é muito gostosinha, mas ficou fora do show do SESC, apesar de eu ter visto vídeos desse show onde ele cantou... mas ele tocou algumas clássicas de seus shows, como “Xique xique”, “Augusta Angélica Consolação”, “Ogodô” e a inédita ao vivo para mim “Brigitte Bardot”, que ganhou uma encenação de arrepiar na parte do suicídio... tudo que os suportes que uma boa casa de shows oferece foi utilizado, muito bem...Tom Zé também falou da polêmica com o funk Tô ficando atoladinha”, que foi relacionada a música “Bolero de Platão” do seu novo disco, então ele disse que a referência não foi previamente pensada, mas que aquele refrão era fantástico, porque rejeitava diretamente todo o comportamento clássico do homem, de não admitir que as mulheres também sentem seus desejos e agora elas podem manifestá-los ... diretamente! (rs) Sobre a excelente opinião de Tom Zé sobre esse funk, leia aqui.

O show, como eu já suspeitava, me supriu demais, de vez em quando eu preciso de Show do Tom Zé, porque só neles eu relembro quanto bem ele pode me fazer e me sinto viva, em meio a pessoas que também admiram gotas de pura genialidade como eu vejo em Tom Zé...

Agora só em Maio eu o verei de novo, mais uma vez na Virada Cultural, desta vez não mais na Casa das Rosas, como no ano passado, mas em frente ao Teatro Municipal, onde ele vai apresentar o show do seu primeiro disco “A Grande Liquidação”, como uma fã historiadora que nasceu em exatos 11 anos depois do lançamento deste disco poderá perder?

Estou com Tom Zé para sempre!

Curtam uma amostrinha do que eu vi ontem: