Vamos lá, era 4 de maio de 2004 e uma das poucas coisas legais que esse três nos trouxe: O show gratuito de Madonna , na praia de Copacabana no Rio de Janeiro, encerrando a sua turnê “Celebration Tour”, que festeja seus quarenta anos de carreira, patrocinada pelo Banco Itaú e no Brasil, transmitido pela Globo na TV aberta !
Não ia dar para uma mulher com mais de 40 anos como eu não se interessar! Na minha infância e adolescência nos anos 80/90, como todo o mundo, literalmente, também fui fã de Maddona!
Adorava a imagem, a elegância e sobretudo a dança! Os balés, sempre achei, e ainda acho, algo literalmente espetacular uma mulher de mais de 60 anos dançando tanto!
Já adulta e cursando História, Maddona virou objeto de estudo cultural, como lembrei durante a semana
Sempre (estou usando muito essa palavra, tolerem, é só sobre Maddona, a precursora e a maior de todas as divas pop!) achei Maddona muito inteligente, corajosa, um símbolo de libertação feminina (especialmente da tão reprimida por séculos sexualidade da mulher).
Uma boa cantora, mas uma excelente artista, um olhar estético notável, sempre muito bom gosto em tudo, sempre muita polêmica porque, como toda diva pop, ela gosta de causar.
Ficou uma semana hospedada no Copacabana Palace ensaiando, apareceu uma vez só na janela no primeiro dia, olhando o mar de fãs que se aglomeravam em frente ao hotel. Essa foto virou todo tipo de meme possível e divertiu o Brasil e o mundo a semana toda:
Esse show mobilizando todo mundo, os prós e os contra Maddona.
Alguns acharam que EU ia ser contra! Logo eu, que adoro shows na rua e aglomerações ! Mas acharam ... Tive que me pronunciar sobre a Diva nas Redes: sabendo quantos preconceitos um show desses desperta, hablei mesmo :
Não sou transfóbica, homofóbica, nem maddonodóbica |
Mas eu sabia que para mim seria impossível porque ainda estava me recuperando da dengue naquela semana e ainda só queria dormir:
naquela semana |
Não tinha muita esperança de assistir ao show acordada! |
Mas não é que consegui ver inteirinho? O show Maddona foi, pra mim, a marca de que a dengue tinha, enfim, deixado meu corpo depois de tanto soro e repouso !
Sobre o show, gostei muito, tinha todo aquele ar nostálgico de trilha sonora de uma vida toda, me emocionei em vários momentos, especialmente na homenagem às vitimas de HIV, onde apareceu até o Caio Fernando Abreu, uma perda muito sentida por mim na adolescência
Chorei m porque lembro bem do horror que foi aquela época, HIV era sentença de morte e acometia muitos gays, público de Maddona, que foi quem teve a coragem de usar sua visibilidade para informar que não eram só gays os infectados, que a camisinha era a saída dali para frente, e etc...muito envolvida nessa causa, adotou quatro dos seus seis filhos no Malauí, país africano onde, infelizmente, o HIV ainda é um mau comum. Os quatro filhos africanos participaram do show no Brasil.
Mas não foi só isso... o show foi todo adaptado pra nós , coisa mais linda , com bateria mirim comandada por Pretinho da Serrinha, Anitta e Pabllo Vittar, que a pegou no colo e abraçou coberto pela bandeira do Brasil, ressignicando-a depois daquele surto fascista
Repercussão |
Aqui em casa, além de mim, minha mãe também gostou muito do show. Só que, ao contrário de mim, ela detestou ter gostado kkkkk
No dia seguinte postei um comentário