terça-feira, 30 de maio de 2023

ARTHUR NESTROVSKI NO INSTRUMENTAL E PRESENTES

                       

Mais uma terça com terapia e instrumental. O dia estava muito frio e eu gripada e desanimada, faltei da academia, mas fui, toda robocop,  ouvir meu respiro no Sesc Consolação. 

Casaco mais pesado que tenho!

                                               

Novamente era um nome de peso para a música instrumental, Arthur Nestrovski, e o Teatro Anchieta lotou, mas dessa vez não tive problema em pegar o ingresso.

Descobri o show

                                                

Encontrei dois amigos antes do Show, o Alberto, amigo do Instrumental de há tanto tempo e a Katia, amiga que eu sei que também frequenta o Instrumental agora, mas ainda não tínhamos nos encontrado lá. Foi muito especial porque também fazia anos que não nos víamos e ela, gentilmente, até  me trouxe presentes maravilhosos

Feliz demais com o livro!

                      

Também ganhei choux e um suspirinho rosa 

Além de tudo isso ainda teve o maravilhoso show! Ao contrario do que costuma acontecer com instrumentistas, Arthur é bem falante, comenta o show todo e a gente aprende. O show você pode ver aqui :

Fazia muito tempo que não ouvia só violão, como amo cordas, e o repertório que conheço de valsas brasileiras, violão clássico do Movimento Violão e outras músicas populares, num recorte de 100 anos, me emocionou tanto, ativou minhas memórias de apreciadora de música 
o palco 
                    

No show 

Porque foi um gatilho nas memórias, refleti :

                                        




Foi um momento muito bom para encerrar maio de 2023. Que venham outros!












domingo, 28 de maio de 2023

Livro de maio: Contos da nova cartilha, Liev Tolstói

 

Às esquerda quando comecei a ler. À direita quando terminei 

Terminei de ler ontem "Contos da nova cartilha", de Liev Tolstói, meu livro do mês de maio. Quando escolhi sabia que ia ser uma leitura rápida e agradável, queria fazer em fragmentados tempos livres. Expliquei a escolha aqui:


Então, terminada a leitura, cá estou para comentar o que achei. Adorei! Claro que não sabia da relação de Tolstói, autor que nunca me encantou, com crianças e educação. Conta a maravilhosa professora de Literatura Russa da USP Aurora F. Bernardini no prefácio da obra, que 

"Entre as preocupações sociais do grande escritor, estava a questão escolar na Rússia."(p.12)

Continua explicando Bernardini , que ele ficou órfão antes dos 11 anos, nunca chegou a frequentar uma escola, tendo se formado com preceptores. Adulto tornou-se leitor assíduo de obras pedagógicas de seu tempo, sem se entusiasmar com nenhuma, julgando-as 

"preocupadas demais com esquematizações e didatismos e de menos com os reais interesses das crianças, que, -de acordo com ele- deveriam ser despertadas para a aprendizagem participante e criativa. "(p.15/6) 

Mas tinha consigo a ideia de que seria muito mais saudável para as crianças se as cartilhas fossem mais poéticas.Com essa ideia, em 1849 (aos 21 anos), funda a Escola de Iasnaia Poliana, onde se praticava uma educação mais inclusiva para as crianças. 

O material presente neste livro, composto por 42 adivinhas e 56 textos dos alunos e selecionados por Tolstói.

Sabemos que pelo menos desde pelo desde o final do século XIX havia interesse intelectual legítimo em aproximar-se da mentalidade, cotidiano  e vida educacional das crianças, que se desenvolveram em diversas iniciativas durante o século XX. Em minhas pesquisas sobre História Cultural da criança explorei esse interesse em diversos intelectuais como João Guimarães Rosa, Ludwig Wittgenstein, Walter Benjamin, etc, Escrevi sobre isso no meu livro e sobre propostas educacionais inclusivas em vários artigos.

Voltando a Tolstói e o século XIX, afirmo que ter  acesso a esse material precioso nos possibilita sondar  o universo de apreensões de crianças de antes, de há mais de um século e seriam ótimas fontes para se escrever uma História Cultural da criança russa (conterrâneas do "conto maravilhoso russo") daquele século!

Recomendo imensamente a leitura deste volume aos interessados e também gostaria de deixar alguns exemplos do que se trata, com algumas adivinhas,  dois  exemplos de "fábulas" , dois de "histórias verdadeiras" , que foram contadas ou recontada pelas crianças e  escritas e selecionadas por Tolstoi. Começando pelas adivinhas:

À esquerda as adivinhas : à direita as respostas 

E continuando com as fábulas:







E as histórias verdadeiras 




Muito interessante, não acham?  

Algumas fotos de Tolstói e seus alunos 



SOBRE O LIVRO : TOLSTÓI, Liev. Contos da nova cartilha: primeiro livro de leitura. prefácio  Aurora F. Bernardini; trad. M. Aparecida B. P. Soares. Cotia: Ateliê editorial, 2005. 

sexta-feira, 26 de maio de 2023

Jeferson Tenório escreve sobre o caso Vini Jr: Escrita da História pós-colinial

 


Punho fechado: dos Panteras Negras ao esporte atual, símbolo antiracista 


No final de maio de 2023 o futebolista negro Vinícius Junior (22), conhecido como Vini Jr, que atualmente joga pelo Real Madrid e pela Seleção Brasileira, foi vítima de racismo na Europa ao ser chamado de macaco, e o mais impressionante, ter um boneco seu pendurado pelo pescoço, após atuação no jogo Valencia x Real Madrid. uma cena lamentável
A imagem de um boneco negro pendurado pelo pescoço
incita o reavivamento de um ódio racial de séculos

Com a pouca ou nenhuma reação imediata de seu time ou mesmo de La Liga, responsável pelo futebol espanhol, foi o próprio Vini Jr quem tomou para si a responsabilidade de reagir, em pronunciamento lúcido, corajoso  e impactante:



Dolorido demais. Porém fundamentais essas falas de Vini. Sobre isso tratou a coluna de 23 de maio de 2023 de nosso expoente escritor negro Jeferson Tenório no portal UOL, que ficou restrita aos assinantes, mas com paciência consegui ter aceso e transcrevo aqui na íntegra:



Caso Vini Jr. já é um marco  histórico na luta antiracista global (Jeferson Tenório colunista UOL em 23/05/2023 11h24)

"Assim como Rosa Parks, ativista negra que, em 1955, no Alabama (EUA), se recusou a ceder um lugar no ônibus para uma pessoa branca, ou ainda quando Martin Luther King liderou um movimento para que os negros pudessem entrar numa piscina num hotel  em 1965, a atitude do jogador Vinicius Jr. diante de torcedores racistas deve ser encarada como mais um desses marcos históricos que pontuam um posicionamento importante na luta contra o racismo.

Encarar esse episódio como um marco nos  ajuda a ter uma dimensão histórica, lucida e complexa da recorrência do racismo. Após toda a reação global, que extrapolou o  ambiente futebolístico e ganhou, com isso, contornos diplomáticos, a Europa tem agora uma grande oportunidade para se pensar e se reconhecer como racista. É dolorido olhar para as próprias feridas colonialistas, mas necessário e urgente. Sem essa reflexão profunda, não sairemos de punições individuais, que são importantes, mas não atacam o problema em sua essência.

O avanço da extrema-direita na Europa não pode servir como desculpa para que nada seja feito ou para encarar a violência racial apenas como crime de ódio. A naturalização do racismo é um dos instrumentos de sobrevivência do próprio racismo. A banalidade do mal, como diria a filósofa Hannah Arendt, não consiste em pensar a maldade como algo banal, mas como um projeto social que faz a maldade se passar por algo banal. Como algo sem importância, comezinho e corriqueiro. Nesse sentido, a estrutura do futebol parece ser um espaço próprio para isso, como se torcer pudesse estar acima de tudo. Um lugar para extravasar as paixões. Um lugar onde um xingamento racista pode ser minimizado, pois, num estádio, no calor da hora, tudo é permitido, como se a lei, ali dentro, perdesse toda a autoridade.

O caso de Vini Jr. é feito de eventos absurdos. O presidente da liga espanhola acusa Vini Jr. de manchar a imagem do Real Madrid. Em outras palavras, o que ele está dizendo é o seguinte: olha, se você foi chamado de macaco pelo estádio inteiro, se penduraram um boneco enforcado com o número da sua camisa, fique quieto, sua reclamação pode atrapalhar o nosso campeonato. Este tipo de argumento é a evidência mais cristalina de que a manutenção do racismo é um projeto, fruto de uma ideologia e de uma herança colonialista muito mal resolvida.

As reações a esses episódios racistas de Vinicius Jr. infelizmente não irão acabar com o preconceito, porque não existe bala de prata contra o racismo. Não há um antídoto único, não há um remédio único. Cuidemos para não cairmos nessa armadilha. A questão está para além da punição de torcedores, clubes e ligas. A questão está na sociedade espanhola, está na Europa e em como essas práticas racistas são naturalizadas há séculos."

No excelente texto do professor, escritor e pesquisador de colonização e discursos pós-coloniais,  Jeferson Tenório vemos pontuados marcos históricos, simbólicos e atuantes que, em resumo, indicam uma narrativa da História do povo negro esboçada por eles mesmos, em suas ações e reações a fenômenos que lhes tocam, como racismo e discriminação. Na fala de Tenório identificamos a expressão de um intelectual negro do nosso tempo, com um grande conhecimento sobre questões da vida do povo preto e também de todo um ideário a ele relacionado. 

Teoricamente, para o historiador, trata-se de uma pequena joia, apontando caminhos para que os historiadores problematizem questões desafiadores para a escrita da História na passagem do século XX para o XXI,  e que se apresentam  atuais e apontam narrativas da História pós-coloniais (que nas palavras de Homi Bhabha em "O Local da cultura" (1998), estão  amparadas no pensamento dialético "que não recusem ou neguem a alteridade que constitui o domínio simbólico  das identificações psíquicas e sociais."

Por estas questões e pela qualidade literária de seu textos, eu gostaria de fazer um estudo sobre Jeferson Tenório, que assim como Lima Barreto no inicio do século XX, neste século é um autor brasileiro que me representa em amplos sentidos.  

Em 17 de junho, no amistoso entre Brasil e Guiné a seleção brasileira entrou em campo toda vestida de negro, repudiando o racismo e apoiando o Vini. Uma linda homenagem onde se instaurou a frase
 

Pena que nesse dia especial, houve mais um caso de racismo, porque não há bala de prata contra o racismo


quinta-feira, 25 de maio de 2023

Morre Tina TURNER,fim da era clássica das divas negras

 

Em 24 de maio de 2023 morreu Tina Turner,trilha sonora da vida, maior exemplo global de Diva Negra. 

Fiquei muito triste com sua passagem porque sua morte me deu a sensação de que sua a Era clássica de mulheres negras ícones se findou e daqui pra frente só teremos lindas divas negras (sim, falo de Rihana, Alicia Keys, Beyoncé , etc) militantes que aparecem como tendo inventado o discurso das pretas no pop, sem (na minha opinião) acrescentar muito musicalmente. Já Tina: "simples the besta"😍, é outro patamar! 

Que pelo menos sua memória e sua música permaneçam entre nós 💙

domingo, 21 de maio de 2023

Samba do Sol : Clara Nunes



 Em 21 de maio tem Samba do Sol em homenagem a Clara Nunes no Rocambole.
Sobre a Clara, não tenho um contato muito próximo, refleti sobre isso 



 Mas eu vinha desanimada para sair nesse frio:

Mas fui animando com notícias:
E voltar ao antigo Rio Verde, lugar que amo❤️


Enfim, eu fui, Não tão gata, mas crespíssima na Vila Madalena e usando uma bela camiseta amarela  do Zeca Pagodinho, que usei há um ano, numa tarde de grande expectativas depois frustradas, que agora já está limpa das más energias pelo Samba do Sol
Sambista semente 
                        

No fim foi tudo como eu planejei, só que recheado de muitos abraços calorosos de amigos, como sempre recebo no Samba do Sol. Tem umas imagens para vocês

cantores








imagem panorâmica do álbum desse samba no Facebook

Fiz um rel, mas com versão Nutella do Pagode do Gago pq no Instagram não tem com Bezerra 😡



Antes de terminar o registro, deixo o samba tema do rolê, valeu Eric Jay por me fazer relembrar minha infância




quarta-feira, 17 de maio de 2023

Grupo Paul Brasil : puro jazz no Instrumental SESC Brasil

 

Como disse a Patrícia Palumbo: Está lindo, senhores 😍

Ontem, depois de umas três semanas, teve terapia presencial e Sesc instrumentalmental... Mas foi atípico porque,pela primeira vez,os ingressos esgotaram às 18:00! Acontece quando o show de algum conhecido da música instrumental, como era o caso do Pau Brasil! Pessoal reservou pela internet e quando abriu a bilheteria o pessoal que ia pegar o ingresso se revoltou e deram um jeito de colocar mais gente. 

Pau Brasil: mais um presente 

Eu tinha feito amizade com um senhor muito simpático, o Carlinhos, que "do nada" me perguntou se eu era "do samba", pois se via na cara e até cantou logo Arlindo Cruz  "a pureza da flor sou eu, o seu cobertor sou eu..." e eu acompanhei no gogó, claro 😍

Enquanto isso o pau quebrava o por causa dos ingressos e nós estávamos ansiosos para tomar uma sopinha antes do show... E conseguimos! (Nem tirei foto porque estava atrasada)...

Quando  entrei eu ainda nem tinha visto de quem seria o show : palco lindo!

Muitos instrumentos: como eu gosto 😍

Quando anunciaram que seria o Pau Brasil eu entendi o motivo da confusão na entrada, estávamos em frente a um grupo dos melhores instrumentistas do Brasil 

 

Segunda vez no ano que ouviria o piano 
Do maestro Nelson Ayres, mas fazia muito tempo que não ouvia o violão do Paulo Bellinati

O repertório bem brasileiro: autorais, BADEN POWELL, Luiz Gonzaga, até Bituca! Amanheci assistindo o vídeo no YouTube de novo! Obrigada Instrumental, TODO MUNDO MERECE:


Mas antes, quando cheguei, fui procurar o "meu livro" estava na livraria. E estava: muita emoção


Aí, só tenho a agradecer por essas terças feiras 😍



terça-feira, 9 de maio de 2023

Quintal dos Prettos maio 2023: 5 anos

 


Mais um Quintal dos Prettos, dessa vez aniversário de 5 anos 😍

Anunciaram o Marquinhos Sensação 


Fui de shortinho rosa e camisa do Quintal, para dar os parabéns

Dessa vez lotou de verdade... Muito rock in Rio. Estava sem dados móveis,mas fiz registros mesmo assim. Vejamos algumas fotos 

Cantando 

O povo

Coisa linda

Mais pertinho


A musa,negra dos Prettos 

Ídolos 

Gente preta 😍

Eu, Elaine e Janayna: pretas coloridas

Vida é o que se lembra pra contar 



A louca