domingo, 20 de junho de 2010

Sobre CÊ: O gênio de sempre

O gênio de sempre
Maria Luiza Kfouri - Music News
21/09/2006

De 1997 para cá, foram lançados nove discos de ou com a participação efetiva de Caetano Veloso:

"Livro" (1997) – um disco com 14 faixas; 12 inéditas e "Minha voz, minha vida" (dele) e "Na Baixa do Sapateiro" (de Ary Barroso), nunca antes gravadas por ele. A produção foi dividida entre Caetano e o violoncelista Jaques Morelenbaum, o disco contou com a participação de inúmeros músicos de cordas, sopros, percussão e teclados, e foi considerado, pela crítica especializada, como um disco difícil... A única música do disco que me lembro de ouvir no rádio – e assim mesmo, pouco – foi "Os passistas", exatamente a primeira faixa. O show de lançamento, intitulado "Livro Ao Vivo", foi gravado e lançado em 1998 num CD sob o título de "Prenda Minha" – editado sem nenhuma música de "Livro" – e atingiu recordes de vendagem para os padrões de Caetano em função de "Sozinho", composição de Peninha, que tocou no rádio até que se pedisse chega.

Lançado em 1999, "Omaggio A Federico E Giulietta", gravado durante show realizado na Itália em 97, traz um Caetano camerístico, acompanhado por quatro músicos, cantando bem como sempre, em clássicos dele, de Jobim e Vinicius de Moraes, de Oscar Castro Neves e Fiorini, de Braguinha e Alcyr Pires Vermelho, e de Nino Rota e Irving Berlin, entre outros.

Em 2000, quando os incautos esperavam que Caetano lançasse algo na esteira do sucesso alcançado com "Prenda Minha", ele veio com "Noites Do Norte", cuja faixa título é um texto-prosa de Joaquim Nabuco musicado por ele. Mais uma vez taxado de difícil, o disco, produzido por ele, por seu filho, Moreno, e por Jaques Morelenbaum, praticamente passou em brancas nuvens aos ouvidos mais apressados. O mesmo não aconteceu com o show de lançamento – "Noites Do Norte Ao Vivo" -, que acabou por ser lançado em CD duplo, em 2001, com 32 faixas, muitas delas do disco original.

Em 2002, Caetano se junta a Jorge Mautner e os dois sessentões lançam "Eu Não Peço Desculpa", disco de vigor e atualidade exemplares para quem soube ouvir e aprender.

Em 2004, Caetano gravou "A Foreign Sound", disco com clássicos da música norte-americana.

Em 2005, foram lançados os discos "Onqotô" – músicas compostas por Caetano e José Miguel Wisnik para o espetáculo de dança do Grupo Corpo – e "O Coronel E O Lobisomem" – trilha sonora de Caetano e Milton Nascimento para o filme de mesmo nome, dirigido por Maurício Farias.

Todo este retrospecto que estou fazendo tem dois sentidos. O primeiro é mostrar que não é verdade que Caetano não lançava discos com músicas inéditas desde "Noites Do Norte" – ou há seis anos – como tenho lido em diversas matérias sobre seu novo disco, "Cê", recém-lançado.

O segundo e principal sentido desta breve panorâmica, é chamar a atenção para o fato de que Caetano continua a NÃO fazer aquilo que se espera dele. Seja nas formações de suas bandas e nas conduções dos arranjos, seja na forma de compor, seja na forma de gravar. No que é absolutamente fiel à letra de "O quereres", lançada em 1984 no disco "Velô".

E assim como em "Velô" – um apócope de Veloso –, em seu novo disco "Cê" – um apócope de "Você" – Caetano apresenta não só músicas inéditas, como também uma banda nova.

Pedro Sá na guitarra, Ricardo Dias Gomes no baixo e piano Rhodes, Marcelo Callado na bateria. Caetano, voz e violão. É tudo. E nada falta.

A direção de produção do disco é de Pedro Sá e Moreno Veloso. Ou seja, Caetano entregou a condução de seu som a mãos conhecedoras das novas tecnologias, antenado como sempre, mas talvez sem paciência para a profusão de botões e "drivers". E o resultado é um som de Caetano, do Caetano de sempre. Um som casado com as idéias que o compositor quer passar.

Se tiver a mesma idade de Moreno, já que é seu amigo de infância, Pedro Sá está entorno dos 34, 35 anos. Participou de uma faixa do disco "Tropicália 2", de Gil e Caetano, lançado em 1993, aos 21, 22 anos de idade. Depois, tocou em "Noites Do Norte" – tanto em estúdio como na gravação ao vivo do show -, em "Eu Não Peço Desculpa" e em "A Foreign Sound". Tem inúmeros outros trabalhos com outros músicos e intérpretes.

Os jovens Moreno, Pedro, Ricardo e Marcelo não se intimidaram diante do tamanho de Caetano e fizeram um trabalho à altura dele. E Pedro Sá se apresenta como um guitarrista com G.

Quem gosta de Caetano desde sempre certamente vai gostar de "Cê". Suas 12 faixas são Caetano puro e, para aqueles que conhecem bem sua obra, cada uma delas – seja por um vocalise, ou uma palavra, ou uma harmonia, ou pela incrível precisão de sempre – vai remeter a alguma outra já conhecida. Resultado de uma obra nunca repetitiva, mas sempre coerente.

Mas, como sempre, não é um disco pra ser ouvido ligeiramente, nem uma vez só, antes que se diga gostar ou não gostar dele. Assim como Chico Buarque, Caetano deve ser lido e relido ao ser ouvido.

Você já deve ter reparado o número de vezes que escrevi o termo "sempre". Não foi por falta de imaginação. É que tenho lido, em tom de crítica, em relação aos novos discos de Caetano e de Chico Buarque, que ambos não trazem novidades, que os dois continuam os de "sempre". Como se duas das figuras mais geniais da história da música brasileira continuarem a ser o que sempre foram não fosse motivo de júbilo. Querelas do Brasil...

Na letra de "Waly Salomão", composta em homenagem ao poeta e amigo morto, Caetano diz: "(...) eu sigo aqui e sempre em frente, deixando minha errática marca de serpente (...)". Pra mim, é o que melhor define o disco."

terça-feira, 15 de junho de 2010

Dias frios

Estou gripada, mal humorada, triste e sem a menor condição de escrever um paper, que dirá dois...

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Poema concreto de Augusto de Campos

QUEM CONSEGUE LER ESSE POEMA DE AUGUSTO DE CAMPOS?

A voz do escritor com os poetas Ricardo Aleixo e Waldo Motta

Ontem à noite estive assistindo uma parte do encontro "A voz do escritor" aqui na USP. Recebemos dois poetas, o mineiro Ricardo Aleixo e o Capixaba Waldo Motta. Intressante ouvir esses poetas.

Do Waldo Motta e seu livro "Bundo" eu já tinha ouvido falar aqui nas letras, mas não tinha lido nenhum poema. Ele m
esmo leu para nós e, assim como ele mesmo, os poemas são escatológicos, homo-eróticos,reliosos e filosóficos, o que me levou a me perguntar (eu que eventualmente acompanho os saraus dos poetas na Casa das Rosas): Que poeta atual segue caminhos muito diferentes desses? Ao contrário do que ele gostaria, sua poesia não me chocou, nem interessou ou marcou. Lembro apenas frases divertidas dele, como quando se definiu como "bicho e bicha" que adota uma "perspectiva anal" em seus poemas (rs)Foi legal, mas fiquei pensando no perspectivismo do Viveiros de Castro ... será que ele consiguiria "comer" essa perspectiva tão "corporal" de Waldo Motta e voltar a ser Viveiros de Castro? Nunca saberemos. (rs)

Já com a fala do Ricardo Aleixo eu me identifiquei mais e como não o conhecia, foi uma agradável surpresa. Sua narrativa sobre os primeiros contatos com a poiesia, que teria se dado à partir do futebol-arte de Ademir da Guia, o "filho do Divino Mestre", que encarnava um "histórico" familiar de poetas da bola ao relembrar constantemente seu pai Domingos da Guia, o "Divino Mestre". Interessou ao Aleixo todo o conjunto de linguagens que o futebol que proporcionou desde a infância: a poesia dos toques de bola; a rapidez das "narrações" ouvidas no rádio - ele se espantou chamarmos de "narradores de futebol", porque o que um narrador narra algo que já aconteceu e esses narram o acontecimento enquanto ele ainda está em processo, por isso tanta velocidade - a força de possibilitar uma inclusão social do jogo... esse tipo de percepção é coisa de poeta, não acham? Um olhar para o mundo procurando um "não-lugar" onde a vida nã
o seria, de antemão, nem boa nem ruim, mas diferente: a poesia. O que interessou ao Aleixo não foi a competição, mas o jogo, porque para o futebol-arte o processo de constução da poesia interessa mais que o resultado final(me lembrou muito os times do Santos))! Isso me emocionou muito e eu me lembrei de quando eu li as crônicas de Nelson Rodrigues sobre futebol: Era, como a literatura também é,uma reenunciação da vida e dos seus dramas. Adorei!

Uma coisa se repetiu na fala dos dois poetas sobre a sua vida até então: Sempre há um momento em que as condições pioram e a poesia não se torna a melhor opção possível, mas sim a única possibilidade de permanecer vivendo, ou seja, a poesia não é mais uma forma de ressignificar o mundo, mas é ela mesma o próprio sentido, justificativa e finalidade da existência... Isso é a paixão, que deve envolver todos os homens, de preferência sempre...


Adorei mesmo ter ouvido vozes poéticas, nesse mundo tão raso e seco...

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Uma releitura da antropofagia - VÍDEO

Prestem muita atenção nesse vídeo, especialmente na trilha sonora, é totalmente "Eduardo Viveiros de Castro"!
Eu sugiro que, caso se interessem, procurem Antropogagia no Youtube, É UM MELHOR QUE O OUTRO!

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Manifesto antropófago - Oswald de Andrade

Só a Antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente.

Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz.

Tupi, or not tupi that is the question.

Contra todas as catequeses. E contra a mãe dos Gracos.

Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago.

Estamos fatigados de todos os maridos católicos suspeitosos postos em drama. Freud acabou com o enigma mulher e com outros sustos da psicologia impressa.

O que atropelava a verdade era a roupa, o impermeável entre o mundo interior e o mundo exterior. A reação contra o homem vestido. O cinema americano informará.

Filhos do sol, mãe dos viventes. Encontrados e amados ferozmente, com toda a hipocrisia da saudade, pelos imigrados, pelos traficados e pelos touristes. No país da cobra grande.

Foi porque nunca tivemos gramáticas, nem coleções de velhos vegetais. E nunca soubemos o que era urbano, suburbano, fronteiriço e continental. Preguiçosos no mapa-múndi do Brasil.

Uma consciência participante, uma rítmica religiosa.

Contra todos os importadores de consciência enlatada. A existência palpável da vida. E a mentalidade pré-lógica para o Sr. Lévy-Bruhl estudar.

Queremos a Revolução Caraiba. Maior que a Revolução Francesa. A unificação de todas as revoltas eficazes na direção do homem. Sem n6s a Europa não teria sequer a sua pobre declaração dos direitos do homem.

A idade de ouro anunciada pela América. A idade de ouro. E todas as girls.

Filiação. O contato com o Brasil Caraíba. Ori Villegaignon print terre. Montaig-ne. O homem natural. Rousseau. Da Revolução Francesa ao Romantismo, à Revolução Bolchevista, à Revolução Surrealista e ao bárbaro tecnizado de Keyserling. Caminhamos..

Nunca fomos catequizados. Vivemos através de um direito sonâmbulo. Fizemos Cristo nascer na Bahia. Ou em Belém do Pará.

Mas nunca admitimos o nascimento da lógica entre nós.

Contra o Padre Vieira. Autor do nosso primeiro empréstimo, para ganhar comissão. O rei-analfabeto dissera-lhe : ponha isso no papel mas sem muita lábia. Fez-se o empréstimo. Gravou-se o açúcar brasileiro. Vieira deixou o dinheiro em Portugal e nos trouxe a lábia.

O espírito recusa-se a conceber o espírito sem o corpo. O antropomorfismo. Necessidade da vacina antropofágica. Para o equilíbrio contra as religiões de meridiano. E as inquisições exteriores.

Só podemos atender ao mundo orecular.

Tínhamos a justiça codificação da vingança. A ciência codificação da Magia. Antropofagia. A transformação permanente do Tabu em totem.

Contra o mundo reversível e as idéias objetivadas. Cadaverizadas. O stop do pensamento que é dinâmico. O indivíduo vitima do sistema. Fonte das injustiças clássicas. Das injustiças românticas. E o esquecimento das conquistas interiores.

Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros.

O instinto Caraíba.

Morte e vida das hipóteses. Da equação eu parte do Cosmos ao axioma Cosmos parte do eu. Subsistência. Conhecimento. Antropofagia.

Contra as elites vegetais. Em comunicação com o solo.

Nunca fomos catequizados. Fizemos foi Carnaval. O índio vestido de senador do Império. Fingindo de Pitt. Ou figurando nas óperas de Alencar cheio de bons sentimentos portugueses.

Já tínhamos o comunismo. Já tínhamos a língua surrealista. A idade de ouro.

Catiti Catiti

Imara Notiá

Notiá Imara

Ipeju*

A magia e a vida. Tínhamos a relação e a distribuição dos bens físicos, dos bens morais, dos bens dignários. E sabíamos transpor o mistério e a morte com o auxílio de algumas formas gramaticais.

Perguntei a um homem o que era o Direito. Ele me respondeu que era a garantia do exercício da possibilidade. Esse homem chamava-se Galli Mathias. Comia.

Só não há determinismo onde há mistério. Mas que temos nós com isso?

Contra as histórias do homem que começam no Cabo Finisterra. O mundo não datado. Não rubricado. Sem Napoleão. Sem César.

A fixação do progresso por meio de catálogos e aparelhos de televisão. Só a maquinaria. E os transfusores de sangue.

Contra as sublimações antagônicas. Trazidas nas caravelas.

Contra a verdade dos povos missionários, definida pela sagacidade de um antropófago, o Visconde de Cairu: – É mentira muitas vezes repetida.

Mas não foram cruzados que vieram. Foram fugitivos de uma civilização que estamos comendo, porque somos fortes e vingativos como o Jabuti.

Se Deus é a consciênda do Universo Incriado, Guaraci é a mãe dos viventes. Jaci é a mãe dos vegetais.

Não tivemos especulação. Mas tínhamos adivinhação. Tínhamos Política que é a ciência da distribuição. E um sistema social-planetário.

As migrações. A fuga dos estados tediosos. Contra as escleroses urbanas. Contra os Conservatórios e o tédio especulativo.

De William James e Voronoff. A transfiguração do Tabu em totem. Antropofagia.

O pater famílias e a criação da Moral da Cegonha: Ignorância real das coisas+ fala de imaginação + sentimento de autoridade ante a prole curiosa.

É preciso partir de um profundo ateísmo para se chegar à idéia de Deus. Mas a caraíba não precisava. Porque tinha Guaraci.

O objetivo criado reage com os Anjos da Queda. Depois Moisés divaga. Que temos nós com isso?

Antes dos portugueses descobrirem o Brasil, o Brasil tinha descoberto a felicidade.

Contra o índio de tocheiro. O índio filho de Maria, afilhado de Catarina de Médicis e genro de D. Antônio de Mariz.

A alegria é a prova dos nove.

No matriarcado de Pindorama.

Contra a Memória fonte do costume. A experiência pessoal renovada.

Somos concretistas. As idéias tomam conta, reagem, queimam gente nas praças públicas. Suprimarnos as idéias e as outras paralisias. Pelos roteiros. Acreditar nos sinais, acreditar nos instrumentos e nas estrelas.

Contra Goethe, a mãe dos Gracos, e a Corte de D. João VI.

A alegria é a prova dos nove.

A luta entre o que se chamaria Incriado e a Criatura – ilustrada pela contradição permanente do homem e o seu Tabu. O amor cotidiano e o modusvivendi capitalista. Antropofagia. Absorção do inimigo sacro. Para transformá-lo em totem. A humana aventura. A terrena finalidade. Porém, só as puras elites conseguiram realizar a antropofagia carnal, que traz em si o mais alto sentido da vida e evita todos os males identificados por Freud, males catequistas. O que se dá não é uma sublimação do instinto sexual. É a escala termométrica do instinto antropofágico. De carnal, ele se torna eletivo e cria a amizade. Afetivo, o amor. Especulativo, a ciência. Desvia-se e transfere-se. Chegamos ao aviltamento. A baixa antropofagia aglomerada nos pecados de catecismo – a inveja, a usura, a calúnia, o assassinato. Peste dos chamados povos cultos e cristianizados, é contra ela que estamos agindo. Antropófagos.

Contra Anchieta cantando as onze mil virgens do céu, na terra de Iracema, – o patriarca João Ramalho fundador de São Paulo.

A nossa independência ainda não foi proclamada. Frape típica de D. João VI: – Meu filho, põe essa coroa na tua cabeça, antes que algum aventureiro o faça! Expulsamos a dinastia. É preciso expulsar o espírito bragantino, as ordenações e o rapé de Maria da Fonte.

Contra a realidade social, vestida e opressora, cadastrada por Freud – a realidade sem complexos, sem loucura, sem prostituições e sem penitenciárias do matriarcado de Pindorama.


OSWALD DE ANDRADE Em Piratininga Ano 374 da Deglutição do Bispo Sardinha." (Revista de Antropofagia, Ano 1, No. 1, maio de 1928.)

* "Lua Nova, ó Lua Nova, assopra em Fulano lembranças de mim", in O Selvagem, de Couto Magalhães

Oswald de Andrade alude ironicamente a um episódio da história do Brasil: o naufrágio do navio em que viajava um bispo português, seguido da morte do mesmo bispo, devorado por índios antropófagos.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

INCORPORAR OU ENCORPORAR?

Algumas coisas práticas que podem parecer tolas são fundamentais para quem executa uma pesquisa como a minha: Qual a diferença entre escrever "incorporar" ou "encorporar"?
Segundo as recém nascidas formas gramaticais do português do Brasil, o "certo" seria incorporar, que quer dizer "dar forma corpórea a algo", mas que eu entendo como EMPRESTAR O MEU CORPO ALGO. Por exemplo, se eu falo que eu incorporo um texto ou poema quero dizer que meu corpo é modificado no contato com ele.

Guimarães Rosa e Eduadro Viveiros de Castro usam a outra palavra, dizem que as coisas podem tomar corpo - não necessariamente o meu- então se encorporam.

Isso é mais que demais! Eu tô pirando!!!!!!!!!!!!