sexta-feira, 26 de julho de 2013

O Mito da infância feliz: antologia

 
Achei este  livro  aleatoriamente, ontem na biblioteca ... e é  muito interessante! Trata-se de uma antologia de depoimentos sobre o "lado não tão feliz" da infância de algumas personalidades. O fato delas serem quem elas são (pessoas verdadeiramente ligadas ao mundo infantil, justamente as que a gente apostava terem sido crianças puramente felizes na infância, como Ana Maria Machado, Fanny Abramovich, Ruth Rocha etc) torna o livro mais verdadeiro e mais interessante. Diz a contra capa:
"Que espécie de verdade estamos passando às crianças quando lhes dizemos que temos inveja da felicidade e que vivem nos anos da infância? É o esta oportuna antologia questiona, mediante textos perplexos, dilacerados, irônicos, sofridos, de autores que atuam em diferentes campos profissionais, tendo em comum a capacidade de expressarem em termos atuais suas posições e - mais importante- todos tem algo a dizer. Para refletirmos, para discutirmos, para ampliarmos nosso horizonte de compreensão da criança."
ABROMOVICH, Fanny. (org). "O Mito da infância infeliz: antologia". São Paulo: Summus Editorial, 1983. (Série Novas buscas em educação). 


Muito interessante, não acham?

domingo, 7 de julho de 2013

Quartas Estórias e a consolidação do cânone literário que, antes de tudo, vende!

 
Eu comprei este livro e não tinha gostado muito dele. Até comentei que achei só legalzinho, nada demais... porque, como eu temia, a maior parte dos textos é inspirada em passagens do Grande Sertão, algumas poucas em Sagarana e uma ou outra no Corpo de Baile. Inspirado nas Primeiras Estórias, pelo que vi, só um texto a partir de Famigerado, e sobre Tutameia: nada. Isso é comum na recepção crítica que Rosa tem até hoje e é claro que se trata da solidificação de sua imagem  como autor de determinadas obras canônicas, ok. Eu nem sei se deveria achar isso ruim, mas de qualquer forma eu não gosto nada disso! Eu gosto muito da segunda fase do Rosa, acho que continua sendo uma escrita densa, repleta de significados e cada vez mais caindo para o poético.
Agora fui pesquisar um pouco na editora Garamond e vi do que se trata realmente este livro: é mesmo para comemorar datas cabalísticas e tentar vender mais livros...
No site da editora está escrito assim:
Este livro é uma homenagem, respectivamente, aos 60 e 50 anos de lançamento das duas obras-primas de Guimarães Rosa, Sagarana e Grande Sertão: veredas. Reflete tanto a atualidade da obra de Rosa quanto suas diferenças com relação ao mundo em que vivemos, estabelecendo um diálogo entre diferentes aspectos do Brasil e da literatura.
Ao encarnar o desafio de recriar as histórias de um autor tão especial para a literatura do Brasil e do mundo, Quartas Histórias atesta o talento de 40 escritores brasileiros contemporâneos, alguns ainda bem jovens, e a vitalidade da nossa literatura contemporânea. Trata-se de uma obra marcada pelo vigor, pela ousadia e pela atualidade.
Os contos de Quartas Histórias podem ser lidos e entendidos independentemente de o leitor conhecer ou não as histórias de Guimarães Rosa. Eles podem inclusive despertar a curiosidade dos mais jovens pela obra do grande autor mineiro.
AUTORES QUE PARTICIPAM DE QUARTAS HISTÓRIAS
Aleilton Fonseca, Amador Ribeiro Neto, André Sant’Anna, Antonio Carlos Secchin, Antonio Carlos Viana, Ataíde Tartari, Bernardo Ajzenberg, Carlos Gildemar Pontes, Carlos Ribeiro, Cecília Prada, Deonísio da Silva, Fabrício Carpinejar, Fernando Bonassi, Geraldo Maciel, Godofredo de Oliveira Neto, João Anzanello Carrascoza, José Castello, José Rezende Jr., Leila Guenther, Luzilá Gonçalves Ferreira, Marcelino Freire, Marcelo Carneiro da Cunha, Maria Alzira Brum Lemos, Marilia Arnaud, Mário Chamie, Miguel Sanches Neto, Nelson de Oliveira, Nilto Maciel, Paulo Franchetti, Pedro Salgueiro, Raimundo Carrero, Ricardo Soares, Rinaldo de Fernandes, Ronaldo Correia de Brito, Ruy Espinheira Filho, Sérgio Fantini, Silviano Santiago, Suênio Campos de Lucena, Tércia Montenegro e W. J. Solha.
SOBRE O ORGANIZADOR
Rinaldo Fernandes é escritor, pesquisador e professor de literatura, atualmente na Universidade Federal da Paraíba. É autor de livros de contos e romances, além de organizador das coletâneas O Clarim e a Oração: cem anos de Os Sertões; Chico Buarque do Brasil e Contos Cruéis: as narrativas mais violentas da literatura brasileira.
Quem sabe um dia Guimarães Rosa vai interessar para além da sua capacidade de produzir mercadoria...
De qualquer forma, fica  a dica para quem se interessar.