terça-feira, 31 de dezembro de 2013
domingo, 29 de dezembro de 2013
Astolfinho e o travesseiro
.... eu pedi: me traga um travesseiro que tenha sido usado por um Rei...
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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
Nu, de botas, Antonio Prata
Ontem terminei de ler o delicioso livrinho de Antonio Prata e, claro, super recomendo a leitura a todos, especialmente aos que não tem medo (e tem interesse) de experimentar novamente as percepções infantis da vida. É muito difícil representar o mundo todo estranho que uma criança vai sentido, e ainda mais fazer isso sem tornar a narrativa chata ou intragável... Prata conseguiu em seu livrinho muito gostoso de ler. Na contracapa Gregorio Duvivier alerta que a gente vai rir e chorar nessa viagem, e é verdade porque, afinal TODO MUNDO TEVE INFÂNCIA...
Para deixar uma amostrinha, não destaco momentos engraçados, porque eles são muitos e não pude escolher apenas um, então preferi citar o último parágrafo da obra com sua derradeira imagem :
Para deixar uma amostrinha, não destaco momentos engraçados, porque eles são muitos e não pude escolher apenas um, então preferi citar o último parágrafo da obra com sua derradeira imagem :
"Naquela noite, tive pela primeira vez um sonho que se repetiu até o fim da infância, me seguiu pela adolescência e ainda hoje, vez ou outra, volta a me visitar. Eu acordo, saio de casa, pego a perua, desço na escola, cruzo o pátio, subo a escada , entro na classe, paro diante dos meus colegas e fico ali, em pé, pelo que parece ser muito, muito tempo, todos me olhando em silêncio e eu esperando o momento em que se darão conta do que, surpreendentemente, demoram tanto a perceber : que eu estou nu, nu, de botas."
Antonio Prata. "Nu de Botas" P.140
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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
quarta-feira, 25 de dezembro de 2013
segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
"Coisas", de Moacir Santos
“Coisas” é um álbum do um arranjador, compositor, maestro e multi-instrumentista brasileiro Moacir Santos, lançado em 1965. Foi dica cultural indicada pelo "Metrópolis" de Natal... ainda que com o alerta de que, em LP, ele estaria custando mais de 3000 reais! Eu não conhecia, mas em tempos de Youtube, pude experimentar e não consigo parar mais de ouvir! Para quem é fã de música instrumental, como eu, é um verdadeiro presente de Natal!
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domingo, 22 de dezembro de 2013
sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
terça-feira, 3 de dezembro de 2013
DOCUMENTÁRIO: Guimarães Rosa : O mágico das palavras
"...então o Guimarães Rosa, através do sertão, entra dentro do coração selvagem da língua, no caso o português, mas é algo a mais do que o português do Brasil, quem já fica enriquecido de elementos de todas as linguagens: é o fenômeno da linguagem humana." Willi Bolle (47'51" - 48'15")
"... Guimarães Rosa incorpora à linguagem culta a pala popular. Um outro recurso técnico é que Guimarães Rosa desenvolve a sensação para a língua, como algo que está ainda se construindo, algo que não está pronto..."Willi Bolle 18:10 - 18'35"
"... aquele elementos todos: biblioteca, cadernetas de viagem, listas de palavras ajudam, são elementos subsidiários para entendermos o processo de criação. Mas, na câmara íntima da criação de Guimarães Rosa eu acho que ninguém penetrou." Willi Bolle 21'28" - 21'51"
"... aí está um desafio para a classe culta brasileira, que se acha tão acima do universo da cultura popular, que é tolerado, como uma coisa interessante, mas não realmente admitido. Esta postura é radicalmente questionada pela introdução deste interlocutor (mudo e letrado de Riobaldo em Grande Sertão Veredas) a quem Guimarães Rosa ENSINA A OUVIR" Willi Bolle 37: 41 -38:10
Será que eu gosto do Willi porque ele tem esta leitura do Rosa, ou eu tenho esta leitura do Rosa porque ele tem? Depois de tantos anos, tudo já se confundiu para mim! rsrsrs
Mas, em minha tese, cada vez mais emerge uma hipótese que se torna cada dia mais sólida: o humano é o estabelecimento de uma relação (sempre complexa) com a linguagem. Isso é história, estória (conta história)... é humano, travessia!
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Roland Dyens Trio plays "Rondo" (Paris, 1989 - live recording)
Vamos viajar nesse som?
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segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
Auto descoberta como mulher
Capa de "O tempo, Camila- mini contos", de Elias José (1971) |
Estranho,mas esses mini contos de Elias José, que achei certa vez na biblioteca da FFLCH, juntamente com outros autores (as) como Hilda Hilst, Manuel Bandeira e Clarice Lispector,ajudaram a formar a Camila mulher ali na passagem do século XX para o XXI! E outras narrativas que já não me servem mais, naquele momento foram fundamentais, como algumas canções "femininas" de Chico Buarque, a paixão de Maria Bethânia, a solidão poética do livro filme A Ostra e Vento de Moacir C. Lopes, tal qual sua adaptação para o cinema de Walter Lima Junior e sobre todos, Almodóvar e a solidão crônica de seu Fale com ela, a quem devo a honra de soltar meus cachos sempre, doa a quem doer <3 span="">3>
Sobre tudo, nesse meu momento atual, só lembro do fim de Elogio da Sombra, de Jorge Luis Borges :"Agora posso esquecê-las. Chego a meu centro"
Mas antes, vamos ao mini conto de Elias José:
Camilamor
Camila, mande à merda a tristeza. Me possua, me destricha, faça de meu corpo sala e quarto, onde se entra e sai quando quer. E, no ato da posse, esqueça tudo. Vamos resumir o mundo em nossos corpo se em cada movimento nosso o mundo se movimentará; em cada sorriso teremos a certeza de que a vida ficou mais bonita. Vamos singularizar nossos sonhos e você verá como cabem aqui. Não mais distâncias. Seremos gêmeos, nascidos num só corpo. E os homens, vendo nossos corpos unidos, pensarão em fantasmas, bichos anormais, metade peludo, metade sem pelo. Nós vamos rir dos homens. Um riso grande de duas bocas fundidas numa só.Camila? Por que Camila? Poque se for mulher é Camila. Se não for Camila nem é mulher.Os russos vão a Marte. Os americanos voltam à Lua. Eu me desliguei do mundo e faço, calmo, a eterna viagem no que no corpo de Camila.
Elias José
...Lua, lua, lua,por um momento Meu canto contigo compactua...
...Lua, lua, lua, lua
Por um momento
Meu canto contigo compactua
E mesmo o vento canta-se
Compacto no tempo
Estanca
Branca, branca, branca, branca
A minha, nossa voz a tua sendo silêncio
Meu canto não tem nada a ver com a lua
Lua, lua, lua, lua ...
Caetano Veloso
Por um momento
Meu canto contigo compactua
E mesmo o vento canta-se
Compacto no tempo
Estanca
Branca, branca, branca, branca
A minha, nossa voz a tua sendo silêncio
Meu canto não tem nada a ver com a lua
Lua, lua, lua, lua ...
Caetano Veloso
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