domingo, 28 de fevereiro de 2016

Será que nada acontece por acaso?

O DISCO DEDICADO AO MENINO RÚBIO E SUA DIFERENCIADA PERCEPÇÃO LINGUÍSTICA EM MI(lton)NAS(cimento).

Emoticon heart.
SERÁ QUE NADA ACONTECE POR ACASO? E  a gente quase nunca atina para isso. Só agora, depois de mais de quase duas semanas estudando, me ocorreu um possível motivo inconsciente pelo qual escolhi (sem nunca ter sequer pensado em outro disco de verdade) o disco "Minas" para representar todo o "Clube da Esquina" no meu texto, mesmo que eu continue achando o disco "Clube da Esquina" de 1972 o mais representativo do movimento, mas é que eu preciso iluminar outra face do Clube - a do frescor num contexto de tanta escuridão como devia ser o Brasil em 1975 -, no caso do Bituca de "Minas", cabe destacar que ele respondeu lindamente com jovialidade ao fato de ter tido seus dois discos anteriores de 1973 e 1974 mutilados pela censura. Eu venho pensando nessas pessoas que, em contexto de trevas do século XX, acharam na jovialidade uma saída luminosa... ai, cada qual a seu grau, posso pensar nas mais diversas figuras : de janusz korczak a Guimarães Rosa, passando por Pedro Bloch e Bituca! Humanistas.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Janusz Korczak e um pensamento novo sobre a criança e a infância no século XX

Estou matriculada neste curso de Extensão sobre Janusz Korczak lá na FFLCH. Tenho expectativas com ele : do pouco que agora eu conheço sobre Janusz Korczak, ele me parece ser uma das personagens que foram diretamente perseguidas e estiveram muito próximos ao pior horror do século XX (Segunda Guerra, extermínio, crueldade em massa e tal), e entretanto isso não os fez mais azedos, muito pelo contrário, acabou tornando seu legado mais humano e com destaque para o frescor da visão das crianças. Em tonalidades diferentes, eu também percebia algo nesse sentido com Guimarães Rosa e até mesmo de forma um pouco mais suave, com o doutor Pedro Bloch. 
Acho que essa possibilidade começou a ser pensada por mim há alguns anos com a leitura do sensacional "Ver:Amor" de David Grossman. , que como sabem, considero um livro importantíssimo e que me ajudou a começar a pensar na hipótese de que a partir de perfis como esse podemos perceber uma "justificativa" para que a infância assumisse novas tonalidades no século XX (hipótese central da minha pesquisa de pós doc). Vamos ver se isso vai se confirmar.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

100 % não existe!

Vi isso  na TV Cultura e me identifiquei super! Detesto quando me taxam 100% alguma coisa, acho que tá na minha cara que eu sou uma grande mistura, não é?

100% não existe em lugar nenhum, muito menos no Brasil, né gente?

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Desenredo - João Guimarães Rosa


Colo aqui o texto completo da estória Desenredo, de Guimarães Rosa (original está no livro "Tutaméia:Terceiras estórias". Rio de Janeiro: José Olympio, 1967, p. 38-40), que encontrei nesse link.




Desenredo –  Guimarães Rosa
Do narrador seus ouvintes:

– Jó Joaquim, cliente, era quieto, respeitado, bom como o cheiro de cerveja. Tinha o para não ser célebre. Com elas quem pode, porém? Foi Adão dormir e Eva nascer. Chamando-se Livíria, Rivília ou Irlívia, a que, nesta observação, a Jó Joaquim apareceu.

Antes bonita, olhos de viva mosca, morena mel e pão. Aliás, casada. Sorriram-se, viram-se. Era infinitamente maio e Jó Joaquim pegou o amor. Enfim, entenderam-se. Voando o mais em ímpeto de nau tangida a vela e vento. Mas tendo tudo de ser secreto, claro, coberto de sete capas.
Porque o marido se fazia notório, na valentia com ciúme; e as aldeias são a alheia vigilância. Então ao rigor geral os dois se sujeitaram, conforme o clandestino amor em sua forma local, conforme o mundo é mundo. Todo abismo é navegável a barquinhos de papel.
Não se via quando e como se viam. Jó Joaquim, além disso, existindo só retraído, minuciosamente. Esperar é reconhecer-se incompleto. Dependiam eles de enorme milagre. O inebriado engano.
Até que -deu-se o desmastreio. O trágico não vem a conta-gotas. Apanhara o marido a mulher: com outro, um terceiro… Sem mais cá nem mais lá, mediante revólver, assustou-a e matou-o. Diz-se, também, que a ferira, leviano modo.
Jó Joaquim, derrubadamente surpreso, no absurdo desistia de crer, e foi para o decúbito dorsal, por dores, frios, calores, quiçá lágrimas, devolvido ao barro, entre o inefável e o infando. Imaginara-a jamais a ter o pé em três estribos; chegou a maldizer de seus próprios e gratos abusufrutos. Reteve-se de vê-la. Proibia-se de ser pseudo personagem, em lance de tão vermelha e preta amplitude.
Ela -longe- sempre ou ao máximo mais formosa, já sarada e sã. Ele exercitava-se a agüentar-se, nas defeituosas emoções.
Enquanto, ora, as coisas amaduravam. Todo fim é impossível? Azarado fugitivo, e como à Providência praz, o marido faleceu, afogado ou de tifo. O tempo é engenhoso.
Soube-o logo Jó Joaquim, em seu franciscanato, dolorido mas já medicado. Vai, pois, com a amada se encontrou -ela sutil como uma colher de chá, grude de engodos, o firme fascínio. Nela acreditou, num abrir e não fechar de ouvidos. Daí, de repente, casaram-se. Alegres, sim, para feliz escândalo popular, por que forma fosse.
Mas.
Sempre vem imprevisível o abominoso? Ou: os tempos se seguem e parafraseiam-se. Deu-se a entrada dos demônios.
Da vez, Jó Joaquim foi quem a deparou, em péssima hora: traído e traidora. De amor não a matou, que não era para truz de tigre ou leão. Expulsou-a apenas, apostrofando-se, como inédito poeta e homem. E viajou a mulher, a desconhecido destino.
Tudo aplaudiu e reprovou o povo, repartido. Pelo fato, Jó Joaquim sentiu-se histórico, quase criminoso, reincidente. Triste, pois que tão calado. Suas lágrimas corriam atrás dela, como formiguinhas brancas. Mas, no frágio da barca, de novo respeitado, quieto. Vá-se a camisa, que não o dela dentro. Era o seu um amor meditado, a prova de remorsos. Dedicou-se a endireitar-se.
Mais.
No decorrer e comenos, Jó Joaquim entrou sensível a aplicar-se, a progressivo, jeitoso afã. A bonança nada tem a ver com a tempestade. Crível? Sábio sempre foi Ulisses, que começou por se fazer de louco. Desejava ele, Jó Joaquim, a felicidade -idéia inata. Entregou-se a remir, redimir a mulher, à conte inteira. Incrível? É de notar que o ar vem do ar. De sofrer e amar, a gente não se desafaz. Ele queria os arquétipos, platonizava. Ela era um aroma.
Nunca tivera ela amantes! Não um. Não dois. Disse-se e dizia isso Jó Joaquim. Reportava a lenda a embustes, falsas lérias escabrosas. Cumpria-lhe descaluniá-la, obrigava-se por tudo. Trouxe à boca-de-cena do mundo, de caso raso, o que fora tão claro como água suja. Demonstrando-o, amatemático, contrário ao público pensamento e à lógica, desde que Aristóteles a fundou. O que não era tão fácil como fritar almôndegas. Sem malícia, com paciência, sem insistência, principalmente.
O ponto está em que o soube, de tal arte: por antipesquisas, acronologia miúda, conversinhas escudadas, remendados testemunhos. Jó Joaquim, genial, operava o passado -plástico e contraditório rascunho. Criava nova, transformada realidade, mais alta. Mais certa?
Celebrava-a, ufanático, tendo-a por justa e averiguada, com convicção manifesta. Haja o absoluto amar -e qualquer causa se irrefuta.
Pois produziu efeito. Surtiu bem. Sumiram-se os pontos das reticências, o tempo secou o assunto. Total o transato desmanchava-se, a anterior evidência e seu nevoeiro. O real e válido, na árvore, é a reta que vai para cima. Todos já acreditavam. Jó Joaquim primeiro que todos.
Mesmo a mulher, até, por fim. Chegou-lhe lá a notícia, onde se achava, em ignota, defendida, perfeita distância. Soube-se nua e pura. Veio sem culpa. Voltou, com dengos e fofos de bandeira ao vento.
Três vezes passa perto da gente a felicidade. Jó Joaquim e Vilíria retomaram-se, e conviveram, convolados, o verdadeiro e melhor de sua útil vida.
E pôs-se a fábula em ata.


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

LUTO : Morre Umberto Eco, um dos que me levou a querer ser historiadora


Quem foi estudar História achando que ia ser como em "O Nome da Rosa", como eu ? Muito, muito obrigada Eco! Fica quem paz!

"Nada ficou como antes", de Ivan Vilela

Pessoas interessadas em Clube da Esquina e ou música popular brasileira. Não sei se já conhecem, mas acabo de ler o artigo "Nada ficou como antes" o professor Ivan Vilela, no qual ele comenta lindamente o Clube da Esquina as modificações que executaram e que não são usualmente creditas a eles. Vale muito a pena ler, para nós fãs (Lucas BleicherCristiano MoreiraBruno GambarottoGiuliana Lima e outros) é emocionante. No texto ele comenta muitas coisas ele comentou no curso que assisti no ano passado, com a diferença que no curso ele colocava as músicas para a gente ouvir, causando maior comoção ... imaginem só! Vale muito a pena! (aperte este link que o  artigo aparece)

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Sobre o Marco Legal da Primeira Infância


Encontrei  aqui o Portal sobre o Marco Legal da Primeira Infância. É preciso conhecer, discutir e aplicar .
Vivas as crianças ! <3 span="">
"
O QUE É O MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA?
O Marco Legal da Primeira Infância é um conjunto de ações voltadas à promoção do desenvolvimento infantil, desde a concepção, até os seis anos de idade. Incluindo todas as esferas da Federação com a participação da sociedade, o Projeto de Lei do Marco Legal da Primeira Infância prevê a criação de políticas, planos, programas e serviços que visam garantir o desenvolvimento integral dos 20 milhões de brasileirinhos que estão neste período da vida.
O QUE É PRIMEIRA INFÂNCIA?
O termo Primeira Infância ainda é novo para muitas pessoas. Afinal, o que significa?
Primeira Infância é o nome dado ao período que abrange, desde a concepção do bebê, até os primeiros seis anos completos ou setenta e dois meses de vida da criança. Essa é uma fase crucial no desenvolvimento infantil e determinante na formação das habilidades humanas que definirão a integração do indivíduo consigo mesmo e com a sociedade.
POR QUÊ CRIAR UM MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA?
Evidências científicas têm comprovado que é no período da Primeira Infância que se lançam as bases de todo desenvolvimento posterior do ser humano e da sociedade. Segundo estudos de assistentes sociais, economistas, educadores, neurocientistas, psicólogos, entre outros¹, esse período é estratégico para a promoção do desenvolvimento humano, social e econômico.
Quando aprovado, o Marco Legal da Primeira Infância dará ao Brasil o título de primeiro País da América Latina a reconhecer a importância da criança e valorizar a primeira fase da vida."
Emoticon heart

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Em seu sensacional "Cantando a própria história" Ivan Vilela comenta: 
MEMÓRIA DA INFÂNCIA  - Em relação à memória da infância é importante lembrarmos que, enquanto  o peso dos anos e a dureza da vida ainda não caíram sobre nossos ombros,  o olhar que guardamos dessa época tem sempre algo de idílico, uma tendência ao bucolismo. Por outro lado, a infância vivida no interior ou no campo tem sempre e terá sua graça por ser uma infância criativa , em que a carência de meios estimula o lado lúdico de cada criança, levada a inventar seus próprios brinquedos, mostrando-nos que a pobreza de bens não significava uma pobreza de valores de alma. Uma infância em que os espaços não necessitavam de fechos e o contato com a natureza era pleno. (...)
Inicialmente concordo a maioria das coisas que ele aponta neste trecho, mas não posso deixar de contra argumentar: será que a criatividade infantil estaria mesmo diretamente relacionada ao ambiente, urbano ou rural, em que a criança viva? Não seria a infância um estado de linguagem que a criança habita (como defenderam Benjamin e outros  pensadores da infância)? 
Eu penso que a criança recria o mundo que lhe é apresentado o tempo todo, essa é uma das graças de estudar a infância. 

De qualquer forma, o livro de Ivan Vilela é imperdível !

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Terça Feira Gorda com a Orquestra Contemporânea de Olinda


Diziam sobre a banda no site do Sesc Pompéia:
" Com o primeiro disco, homônimo, lançado em 2008, a Orquestra Contemporânea de Olinda conquistou indicações ao Prêmio da Música Brasileira (2009) e Grammy Latino (2010). Além dele, os álbuns Pra Ficar e Bonfim também carregam marcas de duas das maiores escolas de referência da música pernambucana: a percussão e os sopros. A este show, a Orquestra traz músicas de toda a carreira."
Assisti ao sensacional show da OCO numa terça feira de carnaval, melhor é impossível! Adorei tudo mesmo, eles são jovens, alegres, tocam bem um som criativo. Queria demais uma camiseta deles, mas eles nem estavam vendendo (assim fica difícil ajudar o projeto, né?) Algumas imagens do show: 




segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Carnaval 2016 Fim de semana

Imagem do meu Facebook no Carnaval 2016

Esse ano resolvi brincar o Carnaval e não me arrependi...
Comecei acompanhando o Bloco Tarado Ni Você no sábado (06 de fevereiro). 
Esquina mais famosa de Sampa
Tietas 
Foto compartilhada pelo perfil do Cae
Mar de gente cantando Cae pelo centro de Sampa 
Mar de gente, visto de dentro

Sobre ele eu  só tenho uma coisa importante para dizer: 
CAETANO VELOSO É FODA! AMO DEMAIS!!!!
Para um bloco reunir cerca de 20 mil pessoas  (a maioria fanáticos) das 11:00 até mais de 18:40 tocando só músicas dele não tenho mais o que  comentar , só que adorei,  me realizei, me senti saciada porque dançando e cantando Cae o dia inteiro. Nunca vi tanta gente tão bonita reunida num lugar só, além de que eu percebi como esse Bloco é assumidamente contra a homofobia, além de muitas camisinhas, a gente ganha de graça glitter e camisinhas e, claro, vendem catuaba! Arrasou, bicha!!! Ter acompanhado esse bloco me enchei de energia, então vai dar tudo certo em 2016, VAI TER QUE DAR, VAI TER QUE DAR! Carnaval tem que ser assim! 
Nesse clima, domingo eu quis experimentar mais Blocos... comecei acompanhando minhas amigas no Bloco Afro Ilu Obá de Min.

Foi muito bonito, a bateria deliciosa, até o prefeito Fernando Haddad e a esposa estavam lá prestigiando.
Só que era Carnaval e eu queria
 mais agito, então peguei o fluxo das pessoas e  segui para o Largo do Arouche e não sabia que iria presenciar uma das coisas mais impressionantes que já vi na vida, a aglomeração de pessoas nos Blocos do Carnaval de Rua do centro de São Paulo...
Eu estava ali no meio...
Acompanhei (ou tentei ) o "Bloco Domingo ela não vai"
 e achei meio bagunçado (nesse mar de gente!), o Bloco ia para frente, o povo voltava, o som muito baixo, mas era claro que as pessoas (umas 50 mil delas) estavam se divertindo demais, isso que importa...quando tocou o Show das Poderosas, a reação do povo foi impressionante, como gostam de Anitta!  Com muito custo, consegui sair um pouco da muvuca e segui para o Anhangabaú, era lá que estava rolando o "Bloco do Desmanche", pancadão mesmo, todo mundo se pegando muito, do jeito que o Diabo Gosta... nem consegui tirar fotos (sem detalhes, por favor) rsrsrs Achei super divertido :)
Adorei Carnaval 2016 !

Emoticon heart