quarta-feira, 28 de junho de 2017
terça-feira, 20 de junho de 2017
Apreensão infantil e o humor
PINKER, Steven. Toca do coelho adentro. In: Do que é feito o pensamento – a língua como janela para a natureza humana. Trad. Fernanda Ravagnani. São Paulo:Cia das Letras,2008. |
Neste livro, Steven Pinker escreve um capítulo excelente sobre como as crianças costumam empreender extensas explorações de linguagem e por isso analisar seu discurso pode nos ajudar a compreender sua cosmologia e, claro, gerar situação engraçadas ao empregar “o código da linguagem com segurança suficiente para entender coisas improváveis como uma vaca pulando sobre a lua e um pato fingindo com a colher, ou expressar suas percepções infantis como ‘thinkthe Wind wants to get in out of the rain” [“acho que o vento quer entrar e sair da chuva”] ou “Ioften Wonder when people pass me by do they wonder about me” [“Sempre fico pensando quando as pessoas me passam elas ficam pensando em mim] (PINKER,2008, p. 43)
[Pinker esclarece que essas apreensões infantis que utilizou foram feitas pelo escritor Lloyd L.Brown do discurso de sua filha]
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quinta-feira, 15 de junho de 2017
Lendo a biografia do Tim Maia ...
Enfim meu volume chegou e eu comecei a ler ontem a noite, feliz depois de uma vitória do Santos. Desde o início eu estava bem empolgada com esse livro, ler a história de um preto brasileiro genial e realmente achei a edição linda, enorme, exuberante em suas cores vibrantes e letras garrafais (como o Tim?).
Fiquei um tempão olhando as fotos, preto e branco, marcas do tempo, que é minha matéria. Olhando só as imagens, escolhi essa aqui que, mesmo estando no fim do livro, já me passou de cara a mensagem :
Eu sabia que o problema ali era eu, que não sou lá muito fã de ler biografias (a menos que tenha sido escrita pelo talentoso escritor Rui Castro, claro kkkk), então acabei com muita vontade de deixar o livro de lado e ouvir o soul de Tim Maia. : Voltarei a ler, claro, mas agora vamos ouvir um pouco de Tim!
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quarta-feira, 14 de junho de 2017
SONHO DE ALICE E DEFESA
Não sei por qual motivo, depois de tantos anos, esta noite sonhei com defesa de tese. A minha tese. Era em um lugar desconhecido e eu cheguei terrivelmente atrasada, a ponto de que a primeira arguição, de um membro que eu não conhecia, já tivesse sido concluída sem a minha presença (sim, não sei a quem a banca arguiu!) e a segunda já peguei na metade (em geral ela parecia repetir a fala do primeiro professor e eu não sei bem de que tratava a MINHA tese!Não respondi nada!). Saímos para o intervalo e eu, julgando que seria melhor estabelecer 'contatinhos", me aproximei do público, cheio de jovens, para me desculpar com o primeiro arguidor pelo atraso, mas ele não pareceu se importar muito, pois estava muito entretido jogando baralho, não respondia logicamente ao que eu perguntava ! Quando acordei, cedinho, achei o sonho super Lewis Carroll - defesa, baralho, e eu querendo agir de forma lógica em um ambiente completamente nonsense- e eu pagando de Alice ! kkk
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terça-feira, 13 de junho de 2017
História do Conidiano e a morte do Caio Fernando Abreu
HISTÓRIA DO COTIDIANO - Esses dias eu estava conversando com um amigo é um jovenzinho sobre porque ouvir Legião Urbana, que eu gostava tanto - tenho todos os CDS mas nunca mais ouvi - é tão difícil para mim agora. Afora a questão de que meu gosto mudou, ouvir Legião me leva para quando eu era adolescente, entre 1995, 1996, e meu falecido irmão trabalhava no transporte de jornais e por isso, todos os dias, em casa tínhamos um exemplar de "O Estado de São Paulo" e de um outro jornal carioca, não me lembro mais qual era. Dai eu ter me tornado uma leitora frequente das crônicas do Caio Fernando Abreu, todas as quintas no OESP. E lembro, com muita dor, de ter acompanhado de perto, pelo jornal, quando ele descobriu que estava com AIDS, a mudança para o Sul para o tratamento ao lado dos pais, o tratamento e, enfim, a morte do cronista. A morte de CFA ficou registrada em mim como a ausência daquela coluna que eu lia como se fosse uma conversa com um amigo, a troca de confidências. Eu disse ao meu amigo que achava que tinha (e tenho mesmo, mas não sei onde) uma ou duas coluna recortadas do jornal na época guardadas entre meus papéis, mas que algumas delas estão publicadas no livro Pequenas Epifanias, que eu adorava, mas que tratavam de tempos muito dificeis: era a AIDS, uma grande peste que estava levando tantos embora, tantos que tinham sobrevivido à ditadura militar e sonhado com novos tempos (o que está claramente exposto no sensacional conto "Morangos Mofados", que depois analisei em um trabalho de História Contemporânea para o Nicolau Sevcenko, falando sobre o gosto meio amargo dos mofados Strawberry Fields de outrora), e que então estavam morrendo, como Cazuza, Renato Russo, Caio Fernando Abreu...quando ouço Legião Urbana hoje em dia, coisa que faço muito raramente, aquilo tudo volta de novo para mim com muita força. Não é fácil. Mas, olhando por outro lado, é uma anedota boa para se falar da História do Cotidiano, não é? Mas é mais fácil contar a história dos outros do que falar de nós mesmos, não é?
sexta-feira, 2 de junho de 2017
No Baile Black do Mano Brown e a dor do não pertencimento
Graças à gentileza de um amigo, consegui comparecer ao baile Black do Mano Brown no dia 01 de junho de 2017... com toda aquela gente preta linda, moços e moças esteticamente belos e alegres... coisa mais linda não há!
Sobre o Mano Brown é o cara! Que porte, que discurso ...um homem enorme, exuberante e eu confirmei o que eu pensava antes :não sou tão mulherão para encarar um cara assim, não saberia nem por onde começar...mas chama a atenção, e como chama...
Era meu sonho ir a um baile black e, claro, achei delicioso, encantador. O contato com a cultura negra, que é parte significativa de mim, e na qual é comum que me incluam (sem perguntar o que eu sinto, claro) e é um universo que sempre me foi negado e só na vida adulta que fui resgatar com força e estudar essa herança. Mas ontem fiz um teste prático e constatei que em meio a todos eles, verdadeiramente, eu também não me senti pertencendo àquilo tudo em nenhum momento.
Sou sempre uma intrusa. Não é nada fácil.
É começar a vivenciar aquela ideia do Sérgio Buarque: Aqui nesse país miscigenado, somos estrangeiros em nossa própria terra (não somos europeus, não somos indígenas, nem africanos... somos brasileiros mestiços). Isso é lindo, mas como dói.
Mas pelo menos naquela noite eu fingi pertencer àquele grupo e cantei, de coração :
"...eu fui no baile, no baile black... ", sem medo do vazio do dia seguinte.
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