sexta-feira, 12 de agosto de 2022

"Nonada": cortes difíceis

 


Quando a gente é leal ao.que sente, respeita os outros,  só trabalha na sinceridade e acaba desistindo de trilhar em caminhos para os quais sabe que ainda não está pronta. A ferida ainda está aberta, ainda que eu mesma ache que não seria pra tanto. Mas é. Está sendo.

 Disse minha terapeuta na terça feira: "espero que agora a ferida não demore tanto a cicatrizar como na última vez".  

Eu também espero, só que pra isso preciso falar sobre.  É que, incrivelmente ,  lembro de poucas vezes ter sido ferida tão intensamente, como se tivesse sido desligada de uma ligação maior, energética, de uma pertença que é minha, não podem me negar. 

Me lembra da história que minha mãe conta, que quando eu era criança uma psicóloga disse para ela me contar que eu tinha uma outra mamãe. Eu não aceitava, chorava, esperneava.  E foi tão traumático que apaguei da minha memória, da minha narrativa. 

Como Riobaldo fez com a morte de Diadorim:

"Não escrevo, não falo, para assim não ser. Não foi, não é, não fica sendo..." (GUIMARÃES ROSA. GS:V)

Até breve...




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