sábado, 31 de dezembro de 2022

Retrospectiva 2022: De volta ao samba!




Como no ano passado, a retrospectiva será comentar o resuminho de cada mês que fui fazendo!  
Gostaria de sugerir que, se possível, esse post fosse visto ao som desse lindo samba de Chico Buarque, que trata do que eu vou falar aqui: do retorno ao samba



JANEIRO - Deus é mulher e chama Elza Soares
Justamente quando estava terminando de ler a maravilhosa biografia de Elza Soares, tanto que virei o ano vestindo sua camisa, logo em janeiro ela nos deixou aos 91 anos! Essa foi a primeira das três grandes perdas do Brasil em 2022! Mas na de Elza eu chorei, foi embora minha referência viva, que eu tive a sorte de ouvir cantar ao vivo no carnaval do ano passado!
Obrigada Deusa Elza

Nesse mês eu ainda escrevi o artigo para os anais do Congresso de Estudos sobre infância que tinha participado em novembro de 2021. Tive que estudar tudo de novo, mas desta vez, pela primeira vez, o meu livro era referência bibliográfica!
Referências principais

Nesse mês ainda estava mergulhando em Jorge Amado, li o maravilhoso Teresa Batista e continuei pensando "por que não li Jorge Amado antes?"
Fantástico trabalho com a linguagem oral/escrita de Jorge Amado
FEVEREIRO - De volta ao samba
Em fevereiro saiu a primeira resenha do meu livro, foi uma emoção.
a autora e seu livro
Literariamente eu experimentei ler uma autora contemporânea, a Marcela Dantés, com seu impactante "Nem sinal de asas", finalista do Jabuti ano passado. Comprei direto da editora Patuá e ganhei outro livro bem bacana junto
Presentes literários
Mas como era fevereiro, tinha carnaval e mesmo que a pandemia ainda estivesse ativa, teve o primeiro Samba do Sol nas Caldeiras e eu, corajosamente, fui de máscara e tudo! Muita emoção, algumas fotos :




No fim, a emoção :


MARÇO - O medo de amar é o medo de ser livre
Continuei a leitura das protagonistas de Jorge Amado, com Gabriela Cravo e Canela, o livro mais chato dele, mas com as melhores adaptações, especialmente musicais
J.A. Edições Martins: Luxo só

Nesse mês, depois de um logo tempo, conheci alguém que, enfim "abordou meu coração". No começo eu estranhei muito, estava sentindo o medo de amar. Mas, para o bem ou para o mal, tive coragem de mergulhar, a vida também é isso !
Nesse mês foi o retorno ao Espaço Rio Verde, na Vila Madalena, outro lugar de samba maravilhoso. Agora ele se chama Casa Rockambole, mas continua aconchegante e foi muito bom voltar
Saudades do Samba do Sol





Novidades no espaço


Nessa hora tocava "Desabafo"com 
a cantora Claudia

ABRIL - Ser cuidada
Cortei meu cabelo, só as pontinhas. Em breve corto mais
Preta pretinha

Terminando a leitura de Gabriela, conclui as quatro protagonistas de Jorge, super mulheres!

Gabriela, Dona Flor, Tereza Batista e Tieta 

Continuando meu retorno ao samba, antes mesmo do que imaginaria, fui a uma festa Pagode 90 na Vila Madalena, serviu para rever uma amiga de carnaval que não via desde a pandemia. E como estava muito apaixonada, sendo cuidadinha

MAIO - Conquista do amor e desilusão amorosa e cura
Maio foi o mês mais dolorido, embora tenha começado bem alegre, com a conquista de uma possibilidade de amor, muitos sonhos e planos. No processo de retorno ao samba, voltei enfim a Comunidade do Samba Maria Zélia, com o Quintal dos Prettos, e de lá não sai até dezembro.

Vestindo a camisa do Zeca Pagodinho

Em maio fez muito frio, eu me vesti de Michael Jackson
parecida, vai!

No decorrer do mês, algo deu errado e tudo se acabou em dor. No entanto, foi quando descobri o acolhimento de amigos guardiões, pessoas que eu nem imaginava, até na academia!

Estava acabada, mas fui bem forte, segui a vida como planejado: fui a festa de aniversário de uma amiga amada vestida de Prince (adoramos)

Prince, meu crush
Dolorida, fui até numa Calefação Topicaos num gelado dia das mães na Casa das Caldeiras. Eu estava bem bonita, mas só eu sei a dor que sentia

Amor: Suave coisa nenhuma.
Exatamente o que eu sentia
Antes de tudo, no dia que podia ser o mais alegre de maio, o do Samba do Sol nas Caldeiras novamente, foi o pior do ano, nele levei a facada nas costas. Nem gosto de lembrar. Antes disso, estava até bonitinha, apesar do frio
Nesse dia estava homenageando
pai Oxóssi e sem ele, não sei se teria aguentado

Precisava de uma cura emocional e,além das pessoas, o que me ajudou muito foi a literatura. Li "A visão das plantas" e essa narrativa me resgatou do chão.
cura pelas plantas e palavras

No fim de maio, só eu sei a que custo, já vibrava uma energia positiva. Me orgulho de ter caído e me levantado!

JUNHO- Tentando renascer
Em junho li "Desde de que o samba é samba" do Paulo Lins. Gostei, mas talvez por ter saído de A visão das plantas, achei esse leve demais, preferia que fosse um filme (como Cidade de Deus), mas a leitura combina muito com meu ano de samba
O livro é bom. A leitora que estava destroçada

Tomei a quarta dose da vacina, garantindo meus sambas
Teve retorno da terapia presencial e, novamente, eu estava destroçada, mas escondia bem na aparência de menininha
De azul e laranja 

Mas a transmutação de energia se deu mesmo no samba, no Quintal dos Prettos, onde mais me diverti ever
Gatinha

JULHO- Samba pagode e raíz
Em julho eu fiz o que eu queria ter feito em 2020, se a pandemia tivesse deixado: conheci mais o samba raíz da leste. Graças ao amigo Luiz conheci até o Samba do Itaquerão e foi muito bom
Luiz tem contatos

Também por convite dele eu voltei ao Maria Zélia, dessa vez nos Partideiros e foi muito bom
Várias novas amigas

Pra encerrar o mês teve outro pagodão e eu estava muito cremosinha, de verde e roxo




















AGOSTO- Adeus Jô Soares, o Xangô de Backer Street
Esse mês foi rápido. Começou com a morte do Jô Soares, figura muito importante para minha geração
Adolescente li os romances de Jô

Em literatura, embarquei em outro romance de Dantés, João Maria Matilde e foi muito bom, especialmente por estar lendo mais de uma obra de uma autora contemporânea.
Leituras no frio

Em agosto, ainda, conheci a falada Casa Híbrida, no Sumaré, que é um casarão com piscina bem gostoso, mas pena que no dia esfriou e eu tive que voltar para casa sem dançar. Espero voltar lá um dia
Bonitinha, vai 

SETEMBRO - Volta ao Instrumental SESC Brasil
Como 2022 foi o ano de vários retornos, setembro foi marcado pelo meu retorno ao sesc Instrumental, rolê que amo demais
Menininha no Instrumental

Também teve Quintal dos Prettos e eu estava lá
Toda de Madrinha Beth Carvalho

Também foi ano de alguns estudos sobre História da feitiçaria com releituras de Carlo Guinzburg

Fui ao Teatro assistir Hamlet, com atores que tem Dow, muito emocionante

É divertido e emocionante, Faz pensar pra que serve a arte

OUTUBRO: Literatura e Pagode é a vida de Camila
Em outubro tivemos as eleições mais fundamentais, ela significava a possibilidade de tirar de cena, de forma correta, esse pensamento fascista em que o Brasil havia experimentado desde pelo menos 2018. Deu tudo certo no final, mas a tensão até lá foi grande!
À esquerda primeiro turno: frente fria.
À direita segundo turno: o sol brilhava
Nesse outubro eu comecei a pesquisar o foco narrativo nos dois primeiros romances de Jeferson Tenório, narrados por um menino de 10 anos e por uma adolescente de catorze anos. A pesquisa não teve fomento, então dei uma pausa, mas o tema é maravilhoso e as obras apaixonantes

Jeferson Tenório

Teve outro Pagode 90 no Mural da Casa de Cultura, esse foi muito a cara do carnaval, pq até chuva eu tomei! AMO DEMAIS




Também nesse outubro eu completei 43 anos. Como uma ratinha encurralada, toda em tons negro, comemorei sozinha no Sesc Instrumental: Parabéns para mim, que ainda sobrevivo!
Tenho fotos melhores, mas eu também estava assim no dia


NOVEMBRO : Mês da Consciência negra
Começou com os Prettos. É o dia mais esperado do mês, mas eu não estava bem, naqueles dias, muita cólica. Mas não passou pela cabeça não ir, claro. Estava bonitona de camiseta de orixás 
Melhor camiseta 

Teve Samba do Sol Consciência Negra na Casa das Caldeiras e serviu para eu desintoxicar aquele lugar de energias negativas de maio

Consciência Negra: eu bem preta pretinha


Fui ao cinema pela primeira vez pós quarentena, assistir Pantera Negra. Fui paramentada e foi muito bom
Wakanda Forever


DEZEMBRO: Últimos do ano
Em resumo dezembro foi composto pelos últimos do ano.
Último Instrumental Sesc Brasil, sai de casa pra ver




Último Partideiros Maria Zélia: A festa do branco e o presente de ouvir o Berço do Samba de São Matheus, muito especial
toda de prata

Berço do samba de São Matheus

Último Samba do Sol no antigo Rio Verde:


De orixás de novo 


Gostaria de terminar esse post aqui, mas infelizmente 2022 nos marcou com a partida do Rei Pelé e isso não podia ficar de fora dessa retrospectiva


 
Assim foi meu ano. Teve muito mais coisas, claro, mas eu não tive tempo, coragem, paciência para falar de tudo o que aconteceu, o que importa mesmo, nessa retrospectiva tardia, é observar como, apesar de tudo de ruim,  2022 foi o ano em que retornar ao  samba me salvou. E isso é muita coisa! Viva do Samba!