2024, ano que ouvi Jorge Aragão , procurei um amor no tempo da madureza, ano de Cartola, das rodas de samba do RJ...foi um um ano incrível, mesmo sendo o ano em que eu tive dengue e isso o dividiu em duas partes. Foi o ano em que li três livros da minha favorita Lygia Fagundes Telles, dois do Murakami, dois da Conceição Evaristo e que Drummond me ensinou que chegaram os tempos da madureza, só o amor nesses tempos ainda não chegou, mas deixei as portas abertas:Tudo a seu tempo. Cada parte, com seu charme e seu cansaço. Vejamos, mês a mês:
JANEIROComecei o ano inspirada, ouvindo e
reouvindo os discos do Cartola, enchendo meus dias daquela música e poesia,
onde há sempre a disputa entre o bem e mal. Ao mesmo tempo lia “Becos da
Memória” da Conceição Evaristo e achava que nessa obra, ao contrário dos sambas
de Cartola, só existia o mal, não havia futuro, foi bem difícil. Encontrei Menina sentada do Portinari no
metrô. Teve Samba do Aguidá e Encontro das Rodas de Samba dos Partideiros,
terminei lendo um livro de poemas da Carmen Faustino.
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Com a amiga Vânia, no primeiro samba no Maria Zélia |
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"Becos da memória", "Menina sentada, "Samba do Aguidá ", "Estado de Líbido " |
FEVEREIRO
Em fevereiro teve carnaval e isso ocupou a parte interessante do mês!
Teve Samba do Sol pós carnaval, e nos
bloquinhos, mesmo sozinha (dessa vez quase ninguém foi, só a Aninha no Bloco Pagu!) eu brinquei todos os dias, estava
linda e feliz! Também assisti ao show do Octeto Feminino e li Mil Tsurs do Kawabata e Ponciá Vicêncio da Conceição Evaristo. Depois de
setembro com a primavera, o melhor mês é fevereiro, que tem carnaval.
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Octeto feminino no Instrumental |
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Registros do carnaval 2024
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MARÇO
Março é ressaca do carnaval, mas foi
bem intenso, eu estava me sentindo linda, fui ao teatro infantil “Um dia um rio”,
ao "Samba do Aguidá” nas Caldeiras, conheci o “Terreiro de Crioulo” e li “Voragem”,
livro que mudou minha vida. No fim também achei esse mês sensacional!
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Teatro infantil |
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Meus amigos do Aguidá e Dona Nenê no Samba do Sol |
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No Terreiro de Crioulo |
ABRIL
Abril tinha tudo para ser maravilhoso, muito instrumental bom, samba com moços bonitos do Resenha de Buteco no Maria Zélia, dia nacional do choro (amo) e o melhor show que assisti no ano, do Höröyá! Pena que nos últimos dias do mês eu cai doente, eu só dormia, achei que estava só exausta, mas depois vim a saber que era um pouco pior, eu estava era com dengue! Da dengue em abril não tirei fotos, só em maio, que veio a ser o mês mais pesado do ano.
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Lendo Fanon no show do Höröya África/ Brasil 😍 |
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Momentos com amigos no instrumental e no samba Dia nacional do choro (amo)
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Realmente esse grupo me impactou Quando os vi chegando, todos ENORMES, queria ter visto minha cara kkkkkk |
MAIO
Maio começou com o fim da dengue, fraqueza, baixa energia e
sonolência, foi tenso. Teve o show da Maddona na TV e eu ter conseguido
assistir até o fim me mostro que a dengue tinha ido embora do um corpo. No RS
assistimos à tragédia das chuvas, como não tínhamos visto no Brasil, eu também
doei roupas para os desabrigados, não estava tão bem, mas tinha gente pior.
Depois da dengue eu tinha que continuar em repouso porque ia passar por
cirurgia marcada há seis meses e até os últimos dias não sabia se teria
plaquetas o suficiente para encarar a operação, muita tensão. No fim deu tudo
certo, na cirurgia foi tudo bem, mas depois tive uma infecção, que tratei com
antibiótico, estava com muita vontade de voltar a treinar e recuperar um pouco
da fraqueza. Nisso foi quase todo o mês, certamente o mais pesado do ano, que
marcou um ponto de virada nele, teve o antes da dengue, muita tensão e cansaço,
e o pós dengue, de muita recuperação e energia.Mês pesado, mas também passou.
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De lilás no dia da cirurgia, com dengue pálida e melhor, no dia das mães e reencontrando amigos no instrumental
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Show da Maddona |
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Tenso |
JUNHORenovada das doenças, cai logo em dois sambas tradicionais no Maria
Zélia, quatro instrumentais com Arranjando o choro, Banda Mantiqueira , etc. Li
e comprei “Claro enigma”, um dos melhores livros do ano, no meu tempo de
madureza, ele me abriu a vontade de viver um amor . Voltei a ler Lygia Fagundes
Telles, com “cerejas” e depoimentos sobre escrita, relembrei, com Cortázar, um momento único vivido em janeiro, de atração
no metrô de onde eu saia que, se tivesse em um outro momento da vida, teria
encontrado um amor. Vida pós-dengue.
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Leituras do mês. Em tons terrosos pra ouvir Banda Mantiqueira |
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Lygia |
JULHO
Friozinho e eu animada com rodas de samba do RJ no Maria Zélia, fui ao meu segundo Terreiro de Crioulo, dessa vez toda de vestido de rainha africana, tirei foto com meus ídolos, como o bandolinista Abel, que é um querido... e encontrei meu amigão Mugabe, meu couch de relacionamento. Fui no aniversário dos partideiros toda uniformizada, fã é fã! Li meu primeiro Dostoiévski,comecei a ouvir muito Jorge Aragão e desejar um nego véio para mim...
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Terreiro de Crioulo |
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Uniforme de partideira |
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Meu primeiro Dostoiévski |
AGOSTOEm agosto veio meu crush, um homem mais velho, outro tipo de experiência e a partir de então, nos próximos meses, passeei muito de casalzinho em São Paulo. Voltei a acompanhar a Mostra de Cinemas Africanos online, vi "Campo de Thiroye"um filme de Sembène. Vi duas rodas de samba maravilhosas do RJ em São Paulo, Samba de Cabeça Branca e Pede Tereza, só amor esses sambistas cariocas. Li "Homens sem mulheres",meu primeiro Murakami e foi marcante!
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Escorpião |
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Desejo atendido |
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Passeio com crush |
SETEMBRO
Cortei os cabelos, como nunca antes, apostei em um corte Black Power e estou curtindo muito o puro charme! Eu e meu crush continuamos passeando por São Paulo, uma descoberta para ambos. Fotos na Paulista, numa linda tarde de domingo, fomos ao Museu da Língua Portuguesa, ao Memorial da América Latina, turistando na própria cidade.
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Meus amigos do churros |
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Cortei os cabelos |
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Passeios e sorrisos |
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Memorial da América Latina |
OUTUBRO
Mês de eleições, do nosso aniversário (meu e do crush), de estar numa das rodas de samba mais tradicionais Moacyr Luz e o Samba do Trabalhador, assistir a um documentário de Safi Faye na Mostra de cinemas africanos, Tendal da Lapa, Conhecendo o centro, exposições e, claro, meu presente de aniversário: Conheci o Cacique de Ramos. Momentos muito bons, especialmente para quem estava doente há alguns meses.
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Moacyr Luz e Samba do trabalhador |
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Cacique de Ramos |
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Neidinha, minha amiga que trabalha no Teatro Anchieta e eu encontro toda semana no instrumental |
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Meu aniversário: presentes e café com Fernando e amigos no Sesc Pompéia |
NOVEMBRO
Novembro foi um mês de muitas chuvas e tempestades, teve óculos novos, quebrei minha canela. Comemorei dez anos de Samba do Sol nas Caldeiras e 17 anos da Comunidade do Samba do Maria Zélia. Teve o dia da Consciência Negra que passei com meu crush, na Ocupação Preta do CCBBsp com o Samba Poeira Pura. Assisti "Retrato de um certo
oriente" de Marcelo Gomes achei que ele não rasura "Relato de um certo oriente", do Milton Hatoum, o livro que o inspirou. Foi muito bom, mas no final eu estava já indicando pouca bateria para o fim do ano!
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Óculos novos |
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Consciência Negra, eu de bata amarela, no samba do centro de São Paulo |
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Antes de ver o filme: ainda não sabia que ia gostar tanto |
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Dez anos de Samba do Sol |
DEZEMBRO
Dezembro em clima de encerramentos de ciclos e muito cansaço. Nem mesmo os sambas que eu já tinha programados eu tive muito pique pra curtir, cansada mesmo. No primeiro fim de semana teve Encontro das Rodas de Samba em Homenagem ao dia do Samba no sábado e quintal no domingo. Como os Prettos lançaram um álbum de releituras de Cartola, fui ao Quintal toda trabalhada no Verde e Rosa e fui chamada de mangueirense na rua! Amei!
No segundo sábado estava com sinal vermelho de exaustão ligado no Samba d'Coroa convida Nelson Rufino e Marquinhos PQD.
Uma pena eu estar tão cansada, se não teria aproveitado bem mais!
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Momentos do Samba D'Coroa com Cassiana Pérola Negra, Ste Oliveira, Geléia e Seu Quirino |
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Tremi muito, mas juro que esse é o Nelson Rufino |
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