Tô adorando aprender mais sobre estampas africanas com o ChatGPT! Outro dia postei que tinha pedido ajuda para interpretar essa meu vestido
Já tinha pedido ajuda ao Google Imagens para interpretar e a resposta foi bem básica , que remeteria à África, possivelmente Egito Antigo (padrões). Agora pedi ajuda ao site GPT, considerando destacar a que culturas se referiam, de qual lugar do mundo e em qual tempo.
A resposta foi bem mais ampla, a resposta principal foi África tribal, mas também pode ter elementos indianos , o que é mais do que possível,pois essas culturas de intercambiavam desde há tanto,adorei!💕
Agora perguntei sobre a estampa triangular colorida desse colar ShopSan (a mesma da minha camisa amarela), porque uso bastante esse padrão em roupas e acessórios.
Camisa afro masculina que Comprei num brechó
Eu já sabia que as cores remetem ao pan-africanismo, mas quis aprofundar. Descobri que a estampa é chamada “dashiki print”, inspirada em países da África Ocidental (Nigéria, Gana, Senegal, Mali, Costa do Marfim...). Como eu suspeitava desde o início, ela representa a afirmação da identidade negra no mundo, especialmente a partir da década de 1960, período inicial das independências africanas, quando se consolidou como grande símbolo da diáspora. Só amo! 💕💕💕
Quis saber também a diferença entre a dashiki print e a wax print, assunto que já explorei a partir de um filme africano AQUI. Esta última surgiu como uma tentativa europeia de reproduzir, em escala industrial, o batik indonésio! Quando os tecidos foram exportados para a África, as mulheres se encantaram pelas cores vibrantes e pelas estampas floridas, e acabaram ressignificando aquilo que havia sido produzido pelos colonizadores. Com o tempo, passaram a dar novos significados culturais e políticos às estampas em suas sociedades. Com esse ato de RESISTÊNCIA, as africanas transformaram um tecido colonizador em um símbolo de africanidade!
Ah, e ainda pedi para ver exemplos visuais das estampas – e o ChatGPT me mostrou!
Tô amando essa descoberta!❤️❤️
Em 3 de Setembro eu perguntei sobre estas estampas
À esquerda uma camisa "afro", a direita Tecidos tradicionais africanos da exposição
IA E ESTAMPAS AFRICANAS: Continuo adorando e compartilho com vcs pra todo mundo aprender. Mostrei essas estampas ditas padrões afro. Expliquei que o da esquerda é de uma camisa que vi exposta para venda ano passado,os dois da direita são tecidos de uma exposição têxtil africana que visitei na Pina ano passado.
Pedi para o Gemini comparar e comentar esses três padrões muito bonitos . Veja que beleza de resposta!
A imagem mostra três tecidos com estampas que parecem ser de origem africana, mas com uma distinção importante entre o da esquerda e os dois da direita. Vamos analisar cada um deles.
Padrão da esquerda: Cores vibrantes em fundo preto
A estampa na camisa à esquerda, com listras verticais de cores variadas sobre um fundo preto, é um exemplo moderno de um estilo que remete aos tecidos africanos, especialmente ao Kente. Embora não seja um Kente tradicional, ele claramente se inspira na paleta de cores fortes e na repetição de padrões geométricos.
A forma como as cores estão dispostas em faixas irregulares e em combinação com o preto cria um efeito visual moderno e dinâmico. Esse tipo de design é muito popular na moda contemporânea para criar peças que celebram a estética africana de uma forma mais simplificada e adaptada ao mercado global.
Padrões da direita: Kente tradicional
Os dois tecidos à direita, que você mencionou terem sido fotografados em uma exposição, são exemplos autênticos de tecido Kente. O Kente é um tipo de tecido de seda e algodão, tecido em tiras e originário do povo Akan, de Gana. É um dos têxteis africanos mais conhecidos e reverenciados.
Padrão do meio: Este padrão mostra listras verticais em tons de verde, alternadas com retângulos coloridos em várias combinações (vermelho, amarelo, azul, etc.). As cores e os padrões têm significados específicos. O entrelaçamento das tiras, visível na foto, é característico do processo de tecelagem manual do Kente, que cria uma textura rica e um desenho complexo.
Padrão da direita: Este é um exemplo mais clássico de Kente, com um padrão quadriculado e retangular. Ele é dominado pela cor azul, intercalada com blocos de faixas coloridas. O Kente com padrões de blocos assimétricos e cores contrastantes é frequentemente usado em ocasiões cerimoniais e é um símbolo de status e tradição.
Comparação e Conclusão
A principal diferença entre a camisa da esquerda e os tecidos da direita é a origem e a intenção.
A camisa da esquerda representa uma adaptação moderna e globalizada. Ela utiliza a estética do design africano (cores, listras) para criar uma peça de moda contemporânea, mas não segue os padrões de tecelagem ou simbolismo do Kente tradicional.
Os tecidos da direita são exemplos de Kente autêntico. Eles são o resultado de um processo de tecelagem manual com séculos de tradição, onde cada cor, padrão e faixa tem um significado cultural e histórico profundo.
Em resumo, a foto ilustra a rica herança do Kente e como seus elementos visuais são reinterpretados e celebrados na moda do século XXI.
No dia 19 de agosto de 2025, mais uma terça feira gorda, com terapia e instrumental. Estava precisando muito da terapia e embora o dia estivesse agradável, a noite sempre vem com possibilidade de frio. Aliás foi o frio que me levou a faltar ao show semana passada!
Me arrumei bem "básica", não vejo a hora de me despedir do inverno
Toda de dourado
Na terapia não tivemos uma sessão muito leve. Dias depois até escrevi:
" TERAPIA E LITERATURA: Agosto 2025 está passando rápido, mas parece estar me revelando algumas coisas não tão fáceis de aceitar. Talvez pelo grande impacto emocional do romance de Murakami sobre Tsukuru Tazaki, talvez pelo meu cansaço sem fim, ontem tive uma sessão bem densa de terapia. Falei do cansaço, da eterna sensação de estar perdida, da falta de reação. Não falei da história de Tsukuru (seria importante, mas não tive tempo). Fiquei com a provocação para refletir na quinzena: "tudo é tão pesado, cansativo, seria tão bom se pudesse contar com um apoio real, não?"
Poxa, imediatamente isso me lembrou o inesquecível livro "Ver : amor" de David Grossman. Nele, Momik menino na Jerusalém da década de 1950 (pós segunda guerra) queria e precisava do afeto de avós. Tinha a vovó Henri, que não descia da cama,mas estava lá. Especialmente "ganhou" Vassaman, um sequelado de campo de concentração que apareceu na sua casa e ele adotou como avô. Esse era mais próximo, sentava para almoçar com Momik todos os dias e isso o preenchia afetivamente demais,COMO SE ELE FOSSE UM AVÔ DE VERDADE, QUE CONVERSASSE e não ficasse só repetindo aquelas palavras incompreensíveis.
Momik "inventava o cais", inventava o amor perfeito dos avós a partir do amor, talvez incompleto, que ele tinha. Mas tinha. Inventava como as crianças fazem sempre (para elas,tudo o que não inventam é falso, diz o verso de Manoel de Barros na minha camisa em 2019) e a gente pode fazer,na melhor das hipóteses.
Resistiremos ..."
Bom, super tocada, fui rumo ao SESC Consolação, encontrei amigos de sempre, conversa agradável. O show foi tipicamente instrumental, o Duo "Conversa Brasileira", que voce pode conferir aqui:
O som bem intimista me levou às lágrimas algumas vezes (ainda pela terapia). No comentário posterior :
DUO CONVERSA BRASILEIRA NO INSTRUMENTAL: O duo formado por Vaisy Alencar (clarineta/clarone) e e Marcos de Sá (piano e acordeon) apresentou um show lindo, rico e emocionante. Preocupados com pesquisas sobre como mesclar som erudito e popular, sobre música de câmara brasileira e apostando em muitos sons, eu chorei mais de uma vez de beleza e de emoção, curando as feridas da terapia. Hoje valeu a pena 👏🏾🎇
Muito bom show, algumas fotos reunidas
Dias depois eu ainda postei sobre o show no Instagram, falando da composição Passa ponte, uma homenagem ao Manuel Bandeira.
"No último instrumental, o duo CONVERSA BRASILEIRA tocou uma composição autoral chamada PASSA PONTE. Explicaram que é referência ao poema Trem de ferro, no qual o trem passa por muita gente e muita coisa, inclusive a ponte, e também uma homenagem ao Manuel Bandeira, "que a gente ama". Eu pensei : até eu 😍"
Meu livro de agosto 2025 Outro romance de Murakami
Ler e gostar de Murakami e gostar é só começar. Como terminei julho com um romance do autor japonês, em agosto continuei com outro romance dele. Dessa vez mais denso e melancólico.
Sobre o livro, inspirada no resumo da orelha, explico que conta a história de Tsukuru Tazaki, um engenheiro de trinta e seis anos que mora sozinho em Tókio onde trabalha em estações de tem. Tsukuru é melancólico e vive sempre num vazio e na solidão. Quando jovem em Nagóia, passou pelo trauma de ter sido rechaçado, sem explicação,pelos quatro companheiros inseparáveis do Ensino Médio , que até então davam sentido a sua vida.
Cada um desses amigos trazia uma cor no ideograma do nome: Akamatsu (pinheiro vermelho), Ômi (mar azul) e as meninas Shirane (raiz branca) e Kurono (campo preto). Somente Tsukuru (construtor) não tinha cor, nem nenhuma característica que o distinguisse, era chamado e se sentia o Incolor.
Dezesseis anos depois conhece Sara, a namorada que ama , mas que está prestes a perder, e ela o obriga a enfrentar o passado em busca de explicação que o feriu a vida toda. Mas talvez essa ferida não curada em tempo possa ter grangrenado .
Como indica a orelha,
"Este é um livro emocionante sobre a busca da identidade.É uma história de pessoas perdidas, que lutam para lidar com o passado desconhecido e aceitá-lo de algum modo. Como cada um de nós."
Vamos vendo a construção do romance a partir da simbologia que em boa arte aparece representada na bela capa da edição brasileira: as estações de trem - onde está Tsuruku, só observando as pessoas chegarem e partirem nos trens, sem interferir no fluxo da vida- ; nas cores, simbolizando marcas de personalidade -que Tsukuru não construiu porque não tinha nenhuma peculiaridade e viveu parado no momento do trauma da adolescência.
Como se trata de um livro de Murakami, há a presença chave de uma música,no caso esta
Que é parte da suíte "Primeiro ano Suiça" da peça "Anos de Peregrinação", de Lizst, que parece estruturar essa narrativa de busca e "peregrinação de Tsukuru por um passado incompleto. No caso da música, "Le mal du pays", ela se refere a uma "tristeza sem causa, evocada no coração das pessoas pela paisagem rural" (p.60) e aparece na vida de Tsukuru quando o amigo Haida traz e deixa o álbum em seu apartamento , o que remete a lembrança da amiga Branca, que costumava tocar essa no piano na juventude.
Tsuruku é um homem incompleto,sem cores,traumatizado e incapaz de viver plenamente seu presente. Para mim essa leitura foi prazerosa e difícil, como são as melhores.
Vejamos como eu vim comentando o livro nas redes durante a leitura
30dejulho
1 de agosto
INCOLOR : Comecei a ler, para ver se "garrava" no texto (já aconteceu de um livro do Murakami que emprestei da biblioteca não me agradar de cara e achei melhor deixar de lado na hora), mas com esse aqui parece estar sendo diferente. Não li nem 30 páginas das mais de 300 e acho que já "entendi" a capa! Espero que ele deixe de ser tão "didático" a partir de agora porque eu gosto do Murakami ficcionista, kafkaniano, do estranhamento, do "realismo fantástico" (sim, assisti a mais de um vídeo no YouTube falando isso,eu pensei "pq não?"). Tomara que eu continue gostando, estou tão precisada da cia de um bom livro!
3 de agosto
INCOLOR: No primeiro capítulo vamos sabendo da história da dor MORTAL causada pela primeira rejeição de Tsukuru Takaki . Nos capítulos seguintes essa marca o torna um ser diferente, como se reconhecendo como ser humano,experimenta sensações novas. Até SONHA que "era atormentado por terríveis sentimentos de ciúme e inveja. Fazia tempo que não tinha um sonho tão real. (...) Nesse sonho ele desejava intensamente uma mulher, acima de tudo. Não estava claro quem era. Ela era apenas uma EXISTÊNCIA. E ela conseguia se dividir em corpo e alma. Ela possuía esse dom especial. Posso lhe entregar um dos dois. Por isso quero que você escolha um dos dois agora. O outro vou dar a alguém, ela dizia. Mas Tsukuru a desejava POR INTEIRO. Não conseguia ceder a metade a outro homem. Para ele era insuportável. Então não quero nenhum dos dois, ele queria dizer, mas não conseguia. Ele não queria ir nem voltar.
Tsukuru sentiu nesse momento uma violenta dor, como se mãos enormes estivessem torcendo fortemente todo seu corpo. Os músculos se romperam e os ossos gritaram de agonia. Ele sentia também uma terrível sede, que parecia secar todas as suas células. A ira fez seu corpo tremer. Ira por ter de entregar a metade dela para outro. Essa irá se tornou um líquido denso, espremido da medula do seu corpo. Os pulmões se tornaram um par de foles enlouquecidos e o coração acelerou como um motor levado ao limite, enviando o sangue escuro e agitado até as extremidades do corpo.
Ele despertou com o corpo todo tremendo."(HARUKI MURAKAMI. "O incolor Tsukuru Tazaki e seus anos de peregrinação", p. 44-5)
4 agosto
INCOLOR: Claro que se trata de uma espécie de "romance de formação", mas ao modo Murakami: pela solidão, incomunicabilidade, etc! No primeiro capítulo vamos sabendo da história da dor MORTAL causada pela primeira rejeição de Tsukuru Takaki . Nos capítulos seguintes essa marca o torna alguém diferente, como se reconhecendo como ser humano, ele experimenta sensações novas em frases curtas e diretas. Até SONHA que
"era atormentado por terríveis sentimentos de CIÚME e inveja. Fazia tempo que não tinha um sonho tão real. (...) Nesse sonho ele desejava intensamente uma mulher, acima de tudo. Não estava claro quem era. Ela era apenas uma EXISTÊNCIA. E ela conseguia se dividir em corpo e alma. Ela possuía esse dom especial. Posso lhe entregar um dos dois. Por isso quero que você escolha um dos dois agora. O outro vou dar a alguém, ela dizia. Mas Tsukuru a desejava POR INTEIRO. Não conseguia ceder a metade a outro homem. Para ele era insuportável. Então não quero nenhum dos dois, ele queria dizer, mas não conseguia. Ele não queria ir nem voltar.
Tsukuru sentiu nesse momento uma violenta dor, como se mãos enormes estivessem torcendo fortemente todo seu corpo. Os músculos se romperam e os ossos gritaram de agonia. Ele sentia também uma terrível sede, que parecia secar todas as suas células. A IRA fez seu corpo tremer. Ira por ter de entregar a metade dela para outro. Essa ira se tornou um líquido denso, espremido da medula do seu corpo. Os pulmões se tornaram um par de foles enlouquecidos e o coração acelerou como um motor levado ao limite, enviando o sangue escuro e agitado até as extremidades do corpo.
Ele despertou com o corpo todo tremendo."
(HARUKI MURAKAMI. "O incolor Tsukuru Tazaki e seus anos de peregrinação", p. 44-5)
Como disse o samba canção de Caetano, o ciúme rói do cóccix até o pescoço. Demasiadamente humano!
8 de agosto
INCOLOR: Quase na metade do meu quarto Murakami, devo dizer que estou AMANDO "O incolor Tsukuru Tazaki e seus anos de peregrinação"! Que história! Que sensibilidade! Ao contrário do ágil "Após do anoitecer", que é um ensaio de filme, esse é quase um romance clássico, talvez um "romance de formação", que foi o que primeiro intuí, veremos se se confirma no final . Mas está sendo muito bom comprar, ler e gostar dos livros do Murakami, não tenho me decepcionado! Depois desse que logo acaba (depois da metade a leitura flui), quem sabe no meu aniversário, tenho a chance de comprar e ler o incensado "Kafka a beira mar"... veremos!
Cada vez que leio mais Murakami, penso que ele devia ter um Nobel, é um autor caríssimo ao leitor do século XXI ....mas aí lembro que ele mesmo chegou a retirar seu nome da indicação: Ele é maior que prêmios,pois prêmio quem recebe somos nós leitores 😍
(E essa capa? LINDA)
13 de agosto
O INCOLOR: A namorada de Tsukuru é dois anos mais velha que ele e frequentemente usava um elegante "vestido de manga curta VERDE-HORTELÃ".
Acho interessante porque sempre imaginei o vestido verde claro (embora hortelã seja escura). Pesquisei no Google um vestido exatamente assim e qual não foi minha surpresa quando apareceu na Shein EXATAMENTE O VESTIDO QUE EU IMAGINEI! Só faltou a modelo ser japonesa! Tsukuru diria que talvez seja porque "em algum lugar diferente, em uma temporalidade diferente", na minha imaginação ,eu já tinha visto esse vestido ! Misterios...
Vestido manga curta verde hortelã
14 de agosto
INCOLOR: Quase no final do romance. Já comecei a ler o último capítulo e ,por enquanto,ele traz Só falta um capítulo,e pir enquanto ele traz reflexões sobre a engenharia das estações de trem do ponto de vista do engenheiro Tsuruku. Infelizmente me parece desnecessário. Pode ser que eu tenha ficado decepcionada com o penúltimo capítulo e o possível fim da "peregrinação" de Tsuruku, ou com o silêncio sobre Haida,ou não tenha compreendido mesmo a relevância disso. Agora, a poucas páginas do final,suponho que nada de muito inesperado possa acontecer,afinal MURAKAMI não é autor de ligar todos os fios da narrativa mesmo. Em geral, gostei bastante do romance, especialmente da playlist de música clássica e do destaque para o piano. Tenho muito a comentar quando terminar de ler e dar opinião sobre o final. Por hora, está um pouco decepcionante ... Veremos...
15 de agosto
INCOLOR Acabei de ler, estou muito impactada . Recomendo muito que quem for ler ouça a sinfonia Anos de Peregrinação de Lizst, que tem um trecho especialmente citado no romance, mas que , completa, pode funcionar como uma narrativa de base para o romance. Gosto muito.
18 de agosto
INCOLOR: Sim, foi meu livro de julho de 2025. Só ele! É um livro acima da média, envolvente, bonito (muito bem escrito e poético) e fantástico, mas que na hora não me fez muito bem. Trouxe a mim uma melancolia progressiva ao ler,algo que eu não queria e não pensei que Murakami despertaria em mim um dia,mas despertou. Entrar na cabeça do Tsukuru Tazaki foi me deixando gradativamente mais triste aos pouquinhos. Ao final eu achei que a melhor opção fosse ouvir a belíssima peça "Anos de Peregrinação" de Lizst na íntegra no Spotify, afinal ela estrutura de alguma forma essa jornada depressiva e profundamente solitária de Tsukuru, mas só piorou meu estado de tristeza 😔. Mais de uma vez eu chorei com Tsukuru e ouvindo aquele piano 🎹. Foi tão difícil que ao terminar não fiquei lendo resenhas ou vendo muitos vídeos sobre no Youtube, precisei de um tempo para respirar. Hoje pensando em como escrever a respeito no Pequenidades, lembrei que a composição de Lizst teria afinidades com "Os sofrimentos do jovem Wether", de Goeth. Peguei ele da estante. 😞😓😭
A melancolia votou a tomar conta de mim. Que livro difícil! Sobreviverei!
Saí desse livro, mas ele não saiu de mim. Quem disse que garrei em outra leitura? Nada...ressaca literária total, como nos melhores Murakamis 💞
Novamente a celebração do samba preto carioca na Comunidade do Samba do Maria Zélia. Dessa vez foi mais vazio, com um repertório diferente,mas valeu a pena curtir, como sempre, samba, trocas e diversão.
Estava aquele dia com mil temperaturas, típico de São Paulo. Como da última vez,fui vertida de forma bem simples: jeans e camiseta. Desta vez o croped BORORÓ!
Foi o máximo que consegui de look samba
Na viagem até o MZ, tudo bem . O detalhe foi que o senhorzinho que fica guardado os caminhões na rua me reconheceu e comentou que eu estava sumida. Realmente, pra que ao MZ sábado e domingo ano passado, agora só vou quando tem samba carioca... Mas foi bom que alguém percebeu minha ausência e presença nesse lugar sagrado
O samba foi diferente, fiquei muito pistola com os machos gigantes em volta da roda de samba, mas depois fui presenteada com uma gentileza de masculina
À parte essas questões, o samba foi bom. Algumas fotos
A foto do samba : Fazendo contatos de pesquisa
Não consegui foto com ele desta vez, mas alguns registros de Geleia
Em um vídeo de 2009 que circula na internet, Haruki Murakami discursa em inglês ao receber o Prêmio Jerusalém pela Liberdade do Indivíduo na Sociedade (Jerusalem Prize), já concedido anteriormente a escritores como Milan Kundera (1985). Nesse discurso, o autor pronuncia uma frase emblemática: “Entre uma parede alta e sólida e um ovo que se quebra contra ela, eu sempre ficarei ao lado do ovo.”
Com essa metáfora, Murakami expressa um posicionamento ético: a defesa incondicional da subjetividade — mesmo quando isso significa confrontar o peso de uma coletividade capaz de esmagar o indivíduo.
Embora seja uma figura engajada em seu país, essa postura não se manifesta de forma direta em sua ficção. Seus romances e contos preferem explorar universos fantásticos e subjetivos, em diálogo constante com outras literaturas, com a música e com diversas referências culturais.
Sua defesa da subjetividade sugere que um personagem (indivíduo ), mesmo ao voltar-se para si mesmo, pode não apenas refletir o coletivo, mas atuar sobre ele de forma indireta. Desta forma sua literatura parece ressoar com questões centrais para o leitor do século XXI.
É esse tipo de debate que um autor de sua envergadura — lido amplamente no Japão e traduzido em todo o mundo — oferece à literatura contemporânea.
Por motivos técnicos,precisei eliminar alguns emails antigos da minha conta principal do Gmail (inclusive para tentar manter esse blog funcionando) e para isso vasculhei emails enviados com anexos grandes. Neles encontrei algumas fotos minhas em momentos de juventude,meus vinte e tantos anos, época entre mestrado e doutorado (2008/2009).
Muito interessante observar como, no geral, minha energia continua.
Antes uma foto perdida do réveillon 2007/8
Com minha sobrinha Isabela na garagem de casa,eu de vestido,bons tempos em que eu me arrumava
Vestido lindo , cor uva
Em 2008, nas "férias" passeando na região da Paulista (rua Bela Cintra) com meu amigo Rafael, passamos em frente a escola Lumiar, onde eu tinha ministrado uma oficina sobre Guimarães Rosa com crianças desde 2005...
A escola em 2008
A entrada em 2008
Eu não entrada, em 2008
As outras fotos foram no ano seguinte, dezembro de 2009, tiradas em um churrasco de fim de ano em dezembro de 2009, convite do meu amigo Alexandre e eu estava muito animada e alegre
Fui porque já tinha comprado o ingresso,porque o dia não estava nada favorável a ir ao Cinesesc na rua Augusta, planalto de Sampa.
Os óculos eram pra esconder olheiras, Porque sol mesmo não tinha
Tentei não ficar muito desarrumada, afinal o mundo não merece pagar pelo meu desânimo. Fui de mantinha nas costas e levei o coração (de quartzo rosa) fota do peito. Aquela história de "uns agostos por dentro" do Caio Fernando Abreu, vindo da friaca de fora.
Claro que valeu a pena, no cinesesc demore vale, especialmente se for para assistir a um filme clássico!
Foto da tela do Cinesesc
"A idade da inocência" de Truffaut é um filme muito gostoso de ver, porque mostra aquilo que em geral gostamos de ver :as crianças agindo e reagindo no seu mundinho particular no meio do mundo adulto. Essa é uma diferença de postura para a história da infância a partir da segunda metade do século XX, o advento da História da criança. Nesse filme isso é evidente.
Crianças vivendo os conflitos com adultos e vencendo tantas vezes, porque são capazes de viver o tempo do instante com uma facilidade que adultos não conseguem mais.
Lembrei muito das discussões teóricas do meu pós doc, da experiência em escolas democráticas, meu oxigênio crianças século XX. Hoje me sinto como se tivesse sobrevivido a ele e já não acho mais os sentidos que achava antes. Enfim.
Se tiverem oportunidade, assistam ao filme, pode aquecer seu coração 💓
Mais uma terça grande , academia,terapia, instrumental. Só que tudo num dia frio.
Sai agasalhada e até bonitinha de
Levei meu livro da vez pra passear
A terapia foi boa, depois de férias e viagens tanto minha quanto da terapeuta. Sai com a convicção de que posso afirmar para manter o que quero que continue funcionando em minha vida. É preciso ter coragem!
No Sesc encontrei amigos
Casal de amigos : toda semana no instrumental
Café e docinho
Ai veio o show da pianista Eloá Gonçalves, que você pode assistir:
Algumas fotos do show
Acabou que sai mais cedo e não escrevi o comentário no ônibus de volta. Só escrevi na manhã seguinte :
INSTRUMENTAL ONTEM: O show era da pianista Eloá Gonçalves e sua banda. Bem bonito o som, além do piano dela, a bateria, o baixo acústico e trompete muito claros e o vocal jazistico feminino muito bons , claro, mas como foi um show autoral, mais difícil empolgar tanto, achei um pouco repetitivo,bem diferente do jazz das playlists de Murakami no Spotify. A verdade é que o som, muitas vezes, me pareceu um pouco sombrio, muitas composições da pandemia...e o frio não ajudava,tanto que sai voluntariamente às 20 horas, inédito na minha história de Instrumental. Talvez eu não fosse o público certo pra esse espetáculo .
Próxima semana vai ter bandolim. Acho que sairei de casa pra assistir 😝