sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Assisti " Babygirl" : um filme nota 7


                                   


Assisti "Babygirl" (Direção Halina Reijn)  sozinha, numa manhã tranquila, e gostei. Tive aquela sensação agradável de ter visto um filme realmente bom , coisa que nem sempre acontece. Como alguém disse na internet, digamos que é um “filme nota 7”.

A história gira em torno de Romy (Nicole Kidman, deslumbrante), uma CEO poderosa e inacessível que vive um casamento “perfeito” com Jacob (Antonio Banderas, no papel do marido romântico). No entanto, ela mantém um caso com o jovem Samuel, seu estagiário,com quem se permite descobrir e experimentar seus desejos sexuais mais profundos que o marido nunca acompanhou e  por isso estavam reprimidos: o de ser dominada, obedecer, servir.

Romy, até então a imagem da mulher que comanda e dá as ordens, revela sua camada submissa na intimidade. Só isso já seria um bom tema, mas o filme não é assim tão raso: essa entrega a um garoto só é possível  e prazerosa para ambos , porque é consensual. Eis a chave do tesouro na história de Romy e Samuel.

Trata-se de uma história de adultério, não é  uma história romântica no sentido tradicional, mesmo assim eu diria que é uma história de amor. Uma “anedota”, no sentido de narrativa curta, que vem para balançar estruturas, redimensionar a vida de Romy e proporcionar experiências transformadoras.

Como é um thriller sexual, é claro que muita gente (para não dizer a maioria) não vai gostar. Há uma grande rejeição aos filmes “sérios” com temática sexual, como se o ser humano não fizesse sexo. Em geral, não tenho esse estranhamento, mas lembro que não consegui terminar de assistir  "Anora", porque a forma como o sexo é mostrado ali me pareceu ofensiva e cansativa. Em certo momento, perguntei: “Esse filme não tem roteiro?” — e larguei a sessão.

Este não é ,de forma alguma, o caso de Babygirl. Ali  o sexo é o fio condutor de um roteiro sólido e atual, aparecendo em cenas de bom gosto inegável, muito  provavelmente com a intenção de revelar camadas das personagens. O caso entre uma mulher mais velha, bem-sucedida e casada, e seu jovem estagiário traz à tona temas envolvendo sexo e poder em suas múltiplas manifestações.

Gostei bastante, embora ache que o uso constante de gemidos bem audíveis ao fundo  tenha sido um pouco desnecessário. A sexualidade já estava expressa de muitas formas mais interessantes, e o som pode acabar  reduzindo Romy à imagem de “uma mulher no cio” — o que definitivamente não corresponde à profundidade da personagem.

Para encerrar, destaco a trilha sonora — não apenas a incidental como acabei de comentar, que  traz  canções marcantes que embalam o filme: "Never Tear Us Apart", do INXS, e "Father Figure" , de George Michael:  É puro suco da melhor música dos anos 1980, década em que eu era criança, mas já via a ascensão de atores como Banderas e Kidman, que atuam no filme com brilhantismo.


No Spotify, esse lugar que uso para repercutir os filmes  e livros por meio das trilhas sonoras, eu  encontrei uma playlist sobre Babygirl e sexualidade feminina que é puro sucesso. Como não gostar de um filme que desperta tudo isso?

sábado, 25 de outubro de 2025

Aniversário com o Cacique de Ramos


 

Em 25 de outubro 2025, meu aniversário, o Cacique de Ramos chegou no Maria Zélia e não pude deixar de comemorar lá com eles. Melhor presente não há!Muito bom !

Eu estava toda de sambista, vestido vermelho e chapéu e me diverti muito 


Alguns stories do dia 








O samba é meu melhor abraço 

segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Viagem : Filmes e Murakamis

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  • Entre 13 e 19 de outubro viajei para Niterói e foi uma experiência única, cheia de filmes incríveis e Murakamis .
  • Cheguei trazendo  o "Caçando carneiros" (estou lendo); lá já estava "Após o anoitecer" (já lemos) e chegou "Homens sem mulheres" ...livros de Murakami chegam até mim, amo !💞❤️😍
  • Aí fomos assistir filmes. Começamos na pegada Murakami, vimos o  espetacular "Drive my car", que faz jus ao conto de Murakami e ficamos extasiados; depois assistimos a outro filme muito bom e extremamente atual, Ela (Her) sobre o romance entre um homem e um sistema operacional. Depois fomos ao cinema assistir "Malês", que é bom, importante por tratar de uma revolta regencial quase esquecida. Mas achei muito didático . É aquele filme pra passear na aula de História do sexta ano . Depois vimos Run, um filminho de terror psicológico muito interessante, sobre psicopatas inteligentes. E por fim vimos " Entre facas e segredos" que é legalzinho.
  • Essas viagens são demais!

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

"Drive my car" , o filme

 



















Entre 15 e 16 de outubro de 2025 enfrentei o medo de me decepcionar com adaptações cinematográficas de textos que amo ou de passar três horas assistindo e encarei o filme.
Melhor coisa que fiz. Queria e quero ver de novo e de novo ... Que filme lindo! 






Na verdade ele é quase uma adaptação do livro "Homens sem mulheres",pois mesmo centrado no conto "Drive my car", cita outros contos Kino e Sherazade: sublime 💞
Quando acabei escrevi o depoimento: 

DRIVE MY CAR — ACABEI DE ASSISTIR! 😵😱😵‍💫😪🤐😓😨

Uma história sobre incomunicabilidade e sobre as possibilidades  diversas de comunicação,  um tema profundamente japonês.

Não vou falar do conto de Murakami, que já explorei à exaustão, mas quero destacar algumas camadas deste filme lindo:
Concordo com Isabela Boscov: a cena final da peça "Tio Vânia" de Tchecov, filmada não em palavras, mas em gestos, é uma das coisas mais belas que já vi no cinema! Me emocionei tanto!

A conversa reveladora entre Kafuku, o dono do carro, e Takatsuki,  o ator jovem que foi amante de sua esposa, é tão carregada de emoção que parece quase transbordar da tela.

E a jovem Misaki Watari, a motorista: Que personagem! Ela, que  é desde o início a lembrança da filha perdida de Kafuku,que também teria vinte e três anos e atua como ponto central da narrativa. Sou suspeita pra falar, pois já expus mil vezes minha leitura dessa história, mas no filme ela se confirma: a motorista assume o papel de uma jovem analista. 
Ela ouve  Kafuku;  as pessoas falando com Kafuku; a peça de Tchekhov,  gravada na fita K7 do carro,  e sabe que é a partir daquele texto que Kafuku  tenta simbolizar sua própria história .
No fim, ela pergunta : 
"Kafuku San, sobre a esposa morta Oto San,  seria difícil pra você aceitar ela, tudo sobre ela,como sendo verdadeiro? Talvez não houvesse nada de misterioso nela. É difícil pra você pensar que ela só era assim? Ela te amava do fundo do coração e ia atrás de outros homens o tempo todo. Pra mim não parece ter nada de falso ou contraditório nisso. Isso é estranho? Me desculpa..." Que forma amistosa e delicada de lidar com sentimentos alheios, culminando num abraço de acolhimento ,quase o gesto final de uma sessão de terapia: Estamos juntos!
Ainda preciso deixar o filme amadurecer em mim, mas por ora posso dizer, sem dúvida: QUE FILMAÇO! 🎬💔

Algumas imagens sobre o filme 



















 



 



 

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Quintal dos Prettos : meses depois

 


SEIS MESES DEPOIS 
Nem acredito que fazia tanto tempo que não ia aos Prettos. 2025 com novos ares . Só voltei porque consegui um desconto de 50% no ingresso e resolvi dar uma olhada novamente. 

J
Dia de samba, bebê 
E a faixa amarela 


Esse samba mudou muito. Aquela exposição da pretos e pretas maravilhosos não existe mais ... Que pena 😪
Agora tudo mais padrão é muito, muito vazio. Talvez porque não tenha tido as excursões do interior...era feriado de Aparecida e dia das crianças.
Foi legal, mas muito longe dos velhos tempos... Acho que não volto mais, acho que meu tempo acabou  nesse samba. Veremos 
Algumas fotos
Eu,no samba 

Momentos 


Pessoas 

sexta-feira, 3 de outubro de 2025

DRIVE MY CAR


 

DRIVE MY CAR: É um conto de Murakami em que o ator maduro e metódico Kafuku perde a capacidade de dirigir. Como está trabalhando em outra cidade, ele precisa de um motorista que o conduza diariamente por longas horas. Para essa função, designa a jovem Misaki Watari, calma e misteriosa.
Durante essas longas viagens no ambiente fechado do carro, Kafuku acaba encontrando espaço para explorar seu eu mais profundo, reagindo às atitudes significativas da motorista. Sempre enxerguei esse conto como uma metáfora da terapia: dirigir seu próprio “carro interior”, mesmo com outro alguém guiando. Esse alguém, como um terapeuta, permanece silencioso e atento, pronto para ouvir. Para quem conhece o processo terapêutico como caminho de autoconhecimento, percebe  que esta  obra tem grande valor, é um verdadeiro “texto de ouro” que merece múltiplas releituras.