terça-feira, 18 de novembro de 2014

Ver: Amor, novamente ...


Sempre achei estranhíssima  minha história com "Ver: Amor", livro que passou por mim como um trator ... claro que é um ótimo livro, Grossman é excelente escritor , mas a minha reação ao livro é forte demais, o que tem ali que me desmonta mil vezes? 

Mais estranho é que, mesmo eu sempre me perguntando isso, nunca tinha procurando nenhum texto sobre o livro até esta tarde na biblioteca... achei artigos da professora Bertha Waldman. Foi avassalador!
Como eu já falei aqui, me atrai especialmente a relação do menino Momik com o Vovô  Vassaman (um sequelado, sobrevivente de campo de concentração)... ao Bertha escreve:

"O  Vassaman de Momik não é só um personagem; é a própria história, um ser de linguagem, e por isso, não pode morrer. Apesar de alvejado tantas vezes, Vassaman não consegue morrer.” Betha Waldman 

Que ele era a narrativa eu tinha percebido, tem momentos que ele é Sherazade e tudo, mas a história... que demais, que demais! Tem, também, um depoimento de Grossman que me levou às lágrimas no ônibus, com trechos assim:
"...  para mim, 'Ver:Amor', que é uma história a respeito da Shoá, não é em absoluto uma história a respeito da morte, mas, de fato, uma tentativa de entender a própria vida. E o que nos perturba tanto é poque a Shoá pôde ocorrer do modo que ocorreu. Porque talvez, assim me parece, o assassinato maciço e anônimo pôde ocorrer de forma tão  eficiente apenas em um mundo em que a própria vida, a ideia de vida de humanidade, tornou-de algo anônimo, sem sentido, vazio,"

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