segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Um show da Mônica Salmaso, a DIVA!




Em pleno carnaval assisti a um dos shows mais emocionantes da minha vida:



Gente, o que é um show da Mônica Salmaso cantando um inusitado Vinicius de Moraes ?
Ela explicou que a ideia desse show surgiu quando, em 2013, no centenário do poetinha, ela foi convidada a cantar Vinicius mas sem serem parcerias com Baden Powell (a dos afrosambas);Tom Jobim ou Chico Buarque ...ai ela teve pesquisar mais sobre as composições dele, e então  descobriu coisas inusitadas! Muito emocionate... 
 Chorei do começo ao fim... e olha que nem teve nenhum afrosamba com o Baden... mas teve A Arca de Noé, lindamente ela cantou São Fanscisco e  esse arranjo sensacional de A CASA (a música que melhor representa o que eu chamo de infância) com flautas, piano etc, bem infantil :

... eu achei que foi covardia ... só lamentamos que, no final, ela não tenha vendido nada que ela fez com Vinicius e a gente queria mais, claro ! 
Ai como é com assistir os sensacionais shows no SESC, amo amo amo os shows no Pompéia...
Mais sobre Salmaso canta Vinicius achei no blog do Nyldo Moreira, que copio aqui :
"Mônica Salmaso canta o universo de Vinícius de Moraes

Nyldo Moreira

Um palco todo preparado para um pequeno concerto, de sopros, piano e uma voz que rebate a seda e exalta como flores desabrochando exibindo o som da abertura de suas pétalas ao tocar da sensibilidade do vento. Mônica Salmaso despejou, na última terça-feira (28), no palco do Theatro NET SP, as salivas de Vinícius de Moraes em notas. O show, ao lado de Teco Cardoso (sopros) e Nelson Ayres (piano) distribuiu a bossa em uma melancolia lírica.
Mônica rasgou o palco escancarando o endereço de Vinícius de Moraes, sim... Vinícius sempre morou na música. Seus olhos penetram nas pautas e mantém o homem em gole a gole de uísque ainda vivo. Costurando parcerias com Tom Jobim, Carlos Lyra, Chico Buarque, Ary Barroso e Francis Hime, Mônica foi embebedando o público com o sulco licoroso de sua voz serena e que parece encontrar finos espaços para deixar a boca. A cantora interpreta com o timbre canções que já empoeiravam e outras que domaram as rádios brasileiras.
Ela ousou duplicar a interpretação, que antes era de Ângela Maria, e genuinamente entregou-se ao "Rancho das Namoradas", parceria de Vinícius com Ary. "Olha, Maria", da parceria com Chico, escorreu pelos dedos como um pranto que não se pode segurar. Aquelas que a gente fica cantarolando por ai também encontraram na voz de Salmaso um jeito diferente de esboçar a bossa. "Derradeira Primavera" e "Coisa Mais Linda" foram doses homeopáticas que perduraram lindamente no silêncio do teatro.
Foi uma bossa autoral, descaracterizada, sobretudo no piano, para que encontrasse na voz da cantora um aconchego clássico e perdurasse suas características no que saia dos sopros. Fazia falta alguma nota das partituras reais esculpidas pelo piano da bossa nova, mas Mônica calava essa falta com a voz que delineava nossos ouvidos.
Os trabalhos da cantora parecem completar o anterior, seguem uma mesma linha de produção, como se andassem juntos. Isso, de repente, causa uma sensação de ouvirmos a mesma coisa e, ainda que com outro repertório, a impressão de que sua voz entoa as mesmas canções permanece. Os arranjos distinguem-se muito bem, mas os elementos utilizados pela artista não são renovados. É um estilo que ela adotou, e isso tem muito a sua beleza."

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