sábado, 16 de setembro de 2017

ARQUIVOS E OS ESCUTADORES DE CRIANÇA

Registro escrito por uma criança de 8 anos, disponível aqui

Escrevendo o texto da palestra que eu ministrei na UERJ para os anais do I Congresso de Estudos da Infância - Diálogos Contemporâneos na UERJ, percebo que o assunto é o do meu pós doc - Pedro Bloch e seu "humor com criança"-, ok, mas para problematizar a guinada na ideia de criança que sugiro ter ocorrido no século XX e eu sublinho registros deixados em manuscritos por aqueles que eu chamo de "escutadores de criança", por isso cito arquivos (de Guimarães Rosa, de Walter Benjamin). Reparem, eu trato de uma mudança na "ideia" sobre algo percebida no tempo (História das ideias) e cito registros de arquivo, então só me pergunto : Por que ainda tem gente que acha que eu não sou historiadora? Preguiça!

3 comentários:

Unknown disse...

Estou acompanhando,
como era a ideia de criança entre 1900 e 1950
como era a ideia de criança entre 1950 e 2000,
foi a partir da segunda metade que ela, a criança, passou a ser ouvida?











Camila Rodrigues disse...

Então, acho que no Brasil sim. Digo isso escorada no material de Pedro Bloch, que foi quem trouxe a foniatria para cá e experimentou essa audição de crianças em consultório médico nesse período. No mundo todo isso também aconteceu (o exemplo maior é mesmo Walter Benjamin, que ouvia o filho e anotava o que ele dizia), mas talvez antes, mas só no século XX mesmo. Beijos Vera.

Camila Rodrigues disse...

Quando eu penso em uma nova ideia de criança a partir do século XX , a partir do material do foniatra Pedro Bloch produzido no Brasil a partir da segunda metade do XX. Mas não nasceu ali, já vinha vindo desde antes até que ali a sociedade passou a considerar a criança como um individuo único, que poderia expressar seus desejos próprios ... ou seja, passou a ser vista como integrante ativo da sociedade que dela podia participar até criticamente. Isso está claríssimo naqueles programas de rádio para crianças de Benjamin já na década de 1930 (lembra da resenha que eu escrevi?)... leio o Pedro Bloch como um caso desse florescer aqui no Brasil mesmo.