sexta-feira, 1 de maio de 2020

INTERPRETAÇÃO DAS FOTOS DE INFÂNCIA



Incrível para o mundo cheio de registros que vivemos atualmente, em 1979, quando eu era uma bebê recém nascida, tirar fotos era raridade.Ainda assim guardo essas duas queridas, que sempre achei que tivessem sido tiradas juntas, no mesmo dia, etc. Mas fui pegá-las para escanear direito e me dei conta de que não foram. Os tamanhos são diferentes. A primeira delas, que eu estou no berço, debaixo do cobertor rosa, é mais quadrada e menor (11 x 9 cm)e tem ao lado, quase imperceptível, o registro de que foi tirada em "out 79", logo eu tinha mesmo acabado de vir da maternidade!
Já a outra foto, eu de amarelinho (toda a vida), é maior em tamanho (13 x 9 cm), estou numa espécie de "bebê conforto", colocado no chão da sala (reconheço pelo chão de tacos de madeira) e com a cabeça sobre um travesseirinho de bebê. Pode não ter sido no mesmo dia, mas foi na mesma época que a primeira.
Em 40 anos eu, que sou historiadora, militante da hermenêutica das fontes, apaixonada pelas narrativas da infância de Walter Benjamin na Berlim de 1900, nunca tinha parado para interpretar realmente as minhas primeiras fotos. Como diz o ditado: em casa de ferreiro, espeto é de pau.

Nenhum comentário: