quinta-feira, 9 de junho de 2022

Oxum e os mitos da solidão feminina para crianças

 




Vou fazer um comentário livre, sem muitas referências diretas, porque essas são coisas que estou pensando agora, não são premissas ou conclusões verdadeiras, são mais um convite à reflexão.

Aprendemos muito sobre as sociedades analisando seus produtos culturais como cancioneiro, culinária, vestuário. Um dos elementos mais culturalmente rico é a religião. Por isso conhecer as divindades e suas narrativas é importante para identificarmos a maneira como reverberam depois. 

Um exemplo disso está neste livro infantil brasileiro  "Bruna e a galinha d'Angola", que tem forte presença da herança da cultura  africana. No caso algumas personagens ganham nome de divindades, como a avó Nanã, mas em especialmente a princesa Oxum, que ali aparece como uma menina muito solitária. 

Uma criança brasileira que lê esse livro vai levar no inconsciente a ideia de que, acrescido a  tantos outros elementos que remetem a figura da Divindade feminina Oxum, a questão da solidão feminina, tão presente nas narrativas mitológicas sobre heroínas , nas diversas mitologias, das clássicas europeias, ás populares da cultura oral, está presente e esse conhecimento sobre as culturas presentes na sua realidade cultural, além de ser um direito da pessoa, é um alento e um convite à reflexão e discussão.

Circula na internet uma longa oração, em forma de mensagem de mamãe Oxum. Recortei este trecho:

Observe a frase pontuada "nascemos para ser (mos) feliz(es) e não padecer (mos) na solidão" . 
Isso tem total relação com o que venho pensando sobre Oxum e os mitos da solidão feminina, não acham?


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